Coleção pessoal de grrm

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O mundo me prefere com dois braços e duas pernas, mas não sei mais ser humana. Sorrir cansa. Chorar cansa. Mas o que mais cansa é procurar desesperadamente um intermediário e esquecer que o mundo é mais que aparências.
Eu sou volúvel. Grande surpresa. Mas ser volúvel também cansa. Porque ninguém leva a sério alguém que passa a semana chorando pra ficar bem na semana seguinte. Como se fosse preciso ser feliz pra sempre ou triste pra sempre pra ser alguma coisa de verdade.
Não quero mais a realidade comum. Isso é o que mais cansa, pra ser bem sincera. Tenho até arrepios de pensar num futuro escrito e óbvio nas prateleiras de gente sem sal. Só de saber o que vai ser de mim, já quero ser outra coisa. Uma coisa nova e diferente, pra quebrar o que é certo.
Eu ando tão cansada de seguir as regras. Ando tentando mudar as regras. Eu sei que o que acomoda não é fácil de mudar, mas alguém um dia tem que dizer chega, né? Pras coisas mudarem, o mundo girar. Tanta engrenagem e tão pouco suor.
Só sei que ando dedicando meus dias pra gente que nem sabe que eu existo. Vou fazer minha faculdade, conseguir meu diploma. Vou fazer o que for preciso pra nunca mais precisar fazer nada. E passar o resto da minha vida fingindo que acredito na minha liberdade.

Felicidade independe de inúmeras circunstâncias para inaugurar recomeços. E eu sou uma mulher de muitos inícios. Então, se nublo, floresço – porque é o que eu faço de mais bonito.

Sinto muito. Até pelos não sentidos que me oferecem.

"Não é fácil governar o barco quando a tempestade está dentro dele."

"Porque falar a gente fala sobre tudo e sobre todos, o que mais temos é opinião. Mas autoconhecimento, mesmo, a gente ganha é através do enfrentamento, e não com especulações."

Que estejamos presentes em memórias alheias. Que alguém já distante lembre do nosso sorriso e se sinta acolhido. Que o nosso bem faça bem ao outro. Que sejamos a saudade batendo no peito de uma velha amizade. Que sejamos o amor que alguém nunca esqueceu. Que sejamos um alguém que sorriu na rua e o desconhecido encantou-se. Que sejamos, hoje e sempre, uma coisa boa que mora dentro de cada um que passou por nós.

A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie. De vez em quando tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.

Me apego muito rápido as pessoas, mas quando eu desapego é pra sempre por mais que demore pra eu desapegar.

Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais.

Não vou tentar, não vou insistir, não vou mais jogar, já me cansei. Meu desapego agora é meu sossego.

Afinal, se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo!

Estou tão sedenta do maravilhoso que só o maravilhoso tem poder sobre mim. Qualquer coisa que não pode se transformar em algo maravilhoso, eu deixo ir.

Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária.
A estabelecer relações ordinárias. Necessito o êxtase. Não me adaptarei ao mundo. Me adapto a mim mesma.

É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?

Hoje de manhã eu acordei e fiquei olhando para tudo catatônica, um misto de susto com deslumbramento. Me dei conta de que essa é a pior e a melhor fase da minha vida. Eu nunca andei tão triste e nem tão feliz. Foi difícil enterrar tantos mortos e tantas rotinas, mas está sendo muito fácil viver dentro de mim.

Algumas vezes eu imploro não pela perfeição, mas pela descoberta. Não quero atingir o ápice do que é bom pra humanidade, só quero percorrer o caminho que vai me levar ao topo da minha vida. É daqui pro alto. Quero o melhor do que há em mim!

Mas é preciso ter manha. É preciso ter graça. É preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca, possui a estranha mania, de ter fé na vida.

Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Quem é que pode ser gigante nesse mundo tão pequeno? Como é que faz pra gente ser feliz e rico ao mesmo tempo? Eu não sei, mas eu vou tentar. Todo remédio que me cura tem uma contra-indicação. O que faz bem pra alma pode fazer mal pro coração de quem tem pressa de chegar. Ai quem me dera um dia, ficar de papo pro ar, tirando um som de uma viola.