Coleção pessoal de GabrieldaLuz
William Contraponto: Uma Análise.
William Contraponto é um poeta-filósofo que transita com rigor entre a poesia e a reflexão crítica, criando uma obra marcada pela densidade, pelo lirismo seco e pela inquietação existencial. Sua escrita se destaca pela capacidade de questionar o mundo ao redor e a própria condição humana, recusando explicações fáceis e dogmáticas, especialmente em relação às dimensões espirituais e religiosas, sempre mantendo uma postura ateísta implícita.
Sua poética é uma arena onde o pensamento filosófico se funde com a intensidade do sentimento, sem jamais buscar o consolo ou o conforto. Ao contrário, seus versos são espelhos que expõem contradições internas, silenciam ilusões e provocam o leitor a confrontar suas próprias inquietações. A recusa ao misticismo e a crítica social, especialmente sob uma perspectiva socialista, fazem de seu trabalho um engajamento não apenas pessoal, mas também coletivo.
Estilisticamente, William Contraponto adota uma linguagem econômica e essencial, evitando clichês e jargões do existencialismo convencional, para alcançar uma musicalidade própria, que torna sua poesia ao mesmo tempo acessível e profunda. Seu trabalho não é apenas arte para deleite, mas um convite à lucidez — um contraponto aos discursos hegemônicos e às passividades sociais.
Em síntese, William Contraponto representa uma voz contemporânea que desafia a imobilidade do pensamento, uma escrita que é simultaneamente uma obra de arte e uma ferramenta de crítica filosófica. Ele se posiciona como um artesão de silêncios e interrogações, um poeta-filósofo que oferece ao leitor não respostas, mas caminhos para pensar o indizível.
Por fim, cabe destacar que o nome real de William Contraponto é William Gogolenko, o que sugere uma possível descendência do renomado escritor Nikolai Gogol, criando um elo simbólico entre a tradição literária russa e a voz crítica e contemporânea do poeta-filósofo brasileiro.
William Contraponto: 20 anos de Colaboração Com o Pensamento Crítico e Livre.
William Contraponto é poeta-filósofo, escritor e ensaísta, conhecido por uma produção literária marcada por densidade reflexiva, crítica social e existencialismo. Ateu e humanista, constrói seus versos como espelhos desconfortáveis, que questionam certezas e provocam inquietações. Ao longo de sua trajetória, atua também como articulista e cronista, escrevendo para veículos de comunicação impressos e digitais há pelo menos 20 anos, abordando temas que vão da literatura à filosofia, do comportamento à análise política.
Contraponto transita entre a poesia e o pensamento ensaístico, recusando dogmas e abraçando a liberdade de expressão como fundamento de sua arte. Suas obras circulam em países de língua portuguesa e espanhola, algumas traduzidas, conquistando leitores que se reconhecem no tom crítico e lúcido de sua escrita. Mais do que oferecer respostas, William Contraponto se propõe a cultivar perguntas — e a devolver ao leitor o direito de pensar por si.
Fusão e Transe
Decodificando William Contraponto
Filosofia, poesia e músic
Se fundir tudo isso em obra única
Meu orgasmo intelectual é inevitável
Transcendo as barreiras num êxtase admirável
O pensamento dança com melodia
O verso se curva à razão sensível
No caos das ideias, nasce a harmonia
Num silêncio de aura inesquecível
Sou verbo em transe, som que ilumina
A mente que vibra, o peito que sente
Na arte me encontro, na arte me inclina
O ser que mergulha, o ser que é semente.
Toco o infinito com palavras cruas
Desvendo o ser com notas e conceitos
Na partitura, as verdades mais nuas
Ecoam além de dogmas e preceitos
Cada linha é grito, cada som, visão
A arte me veste com fogo e certeza
Sou carne que vibra em contemplação
No altar da beleza, encontro a grandeza
Sou verbo em transe, som que ilumina
A mente que vibra, o peito que sente
Na arte me encontro, na arte me inclina
O ser que mergulha, o ser que é semente.
(Homenagem ao poeta William Contraponto)
Há um silêncio que não cala — entre o sopro do mundo e a carne da dúvida, é lá que o ser se inventa.
Um Canto na Aurora
Um relâmpago no céu noturno
Ilumina o caminho inseguro,
Sob o tempo mais soturno
O pensamento teme o futuro.
A espera é pela manhã chegar
Para que tal apresente algum alívio,
A esperança está na tempestade cessar
E seguir sem nenhum sonívio.
O deleterio recôndito dispensado
Já não pode aludir e contagiar,
O pássaro da aurora despertado
Fez seu canto para o céu clarificar.
Todo pretérito acuou-se na soleira
Em resultado do interlúdio ambientado,
No tempo corrente não é coleira
Apesar de arquivo a ser consultado.
No lume abastecido de percepção
Uma presença é reconhecida,
É o pássaro auroral na recepção
Que canta dando boas vindas.
William Contraponto
As Correntes e os Espelhos
O tempo, esse algoz de passos contados,
forja caminhos que nunca escolhi.
Cada pedra, um destino imposto,
cada sombra, um "sim" travestido de "não".
Dizem que sou livre, mas onde está a chave?
Dizem que escolhi, mas quem desenhou o mapa?
Vejo meu reflexo em espelhos distorcidos,
um eu que não sou, mas que esperam que seja.
A verdade se curva ao peso das mãos
que escrevem histórias de marionetes mudas.
O que é real? O que é delírio?
Se tudo que vejo foi posto aqui.
Mas há rachaduras nestas paredes de ferro,
há frestas onde a luz se atreve a entrar.
Se a mentira se veste de promessa,
a dúvida se veste de revolução.
Que se rompam as correntes dos dogmas alheios,
que os espelhos quebrem sua farsa de vidro.
Se o destino é um trilho sem escolhas,
seremos o trem que descarrilha.
William Contraponto
A TUA DOR
Ninguém sente a tua dor,
Ninguém jamais sentiu,
Ninguém sabe como doeu,
Em quais sentidos a dor mexeu.
Ninguém tem a mesma cicatriz,
A exata noção do que viveste,
A cicatrização do teu ferimento,
Ninguém tem a medida, ninguém é você.
Então, eles - quem quer que sejam -
Não entendem, não merecem,
Ser levados em conta,
Nas suas opiniões superficiais.
Desconectadas do contexto único,
Das tuas experiências,
Ninguém é você,
Ninguém jamais será.
William Contraponto
Há Outras Flores
Sempre haverá outra flor no caminho
Talvez até sem tanto espinho
Uma que não nos faça sangrar
E seja bálsamo para as dores suavizar.
Nem tudo foi como sonhamos
Ou mesmo segue do jeito que experimentamos
O que foi pode não mais retornar,
É provável que não volte a se manifestar.
Mas, vejamos: como ainda tem estrada
E quantas são as nossas possibilidades
De que a cada nova parada
Surjam flores das mais belas variedades.
Mesmo com as marcas do que foi passado
Seguirmos é o sentido para ter o coração curado
Sendo pelas pétalas que foram conquistadas
Ou pelas próprias, na jornada, acrisoladas.
William Contraponto
O melhor meio de ir adiante sem obstáculos desnecessários criados por quem quer te dificultar a caminhada é não revelando quantos passos foram dados para frente.
O orvalho da verdade tem o poder que mil tempestades do engano sequer conseguem conceber. É algo além do que podem na sua boçalidade e crime possuírem dimensão. Venham, tempestades! O orvalho aqui resistirá. O orvalho trará a verdade.
Abdiquei de qualquer crença no intangível. Porém, mantenho a crença de que o sagrado um dos elementos fundamentais para a resistência da humanidade como tal no planeta.
Nos momentos de dor podem haver mil na tua volta ou nenhum que a realidade segue sendo de que é tu que sente. E é tu que luta pra resistir.