Coleção pessoal de FranBonetti

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⁠Guardo tudo.
No escuro do peito.
No canto mais febril da memória.
Onde tua ausência me beija de costas.

Tua respiração ofegante ainda queima meu pescoço.
Teu beijo, aquele, que arrepia a alma,
volta em silêncio nos meus delírios.

Teu toque ainda incendeia minha pele…
mesmo quando não está.

E tua ausência…
ah, tua ausência…
ela sussurra no meu ouvido
com a tua voz.
Com o teu calor que não vem.
Com a lembrança do que nunca nem sequer, começou.

⁠Quando se apaixona loucamente,
a gente se perde em meio aos olhares,
a gente demonstra,
se apega,
quebra a cara e se perdoa.
Quando se trata de você,
é como se eu sentisse um enorme vazio
ao qual eu mal consigo escrever.
Eu sinto falta de você.
Quero que você fique,
mas ao mesmo tempo te permito partir,
se essa for a tua escolha.

Eu amava receber suas mensagens,
sua atenção, sem que fosse por alguns minutos.
E aí, começavam e recomeçavam os desencontros.
Eu não sei sentir pouco,
Sou um tsunami de sentimentos
prestes a afogar quem estiver disposto
a entrar na minha vida.
Fica quem quiser ficar.

⁠Eu quero matar teu desejo,
em todas as formas que entendes,
que sabes ou imaginas,
onde o querer se faz infinito.

Te dar o beijo mais quente,
fazer meu calor e energia
pararem teu raciocínio,
tirar-te o juízo, sem saída.

Que meu cheiro fique em ti,
na tua memória a persistir,
a ponto de procurares algo
próximo, quando estás a partir.

Que teu corpo deseje o meu,
a ponto de tuas pernas tremerem,
sentadas, só de lembrar
da química que nos aquece,
quando ocupamos o mesmo espaço.

COMO É DIFÍCIL...
Como é difícil me afastar,
quando tudo em mim, ainda quer ficar.⁠
Como é difícil desistir,
quando meu coração ainda sussurra: insiste!
Como é difícil soltar a última esperança,
aquela que a gente guarda bem escondida, sabe?
Como se fosse possível salvar um futuro
que você nunca, nem quis.

Como é difícil fazer o que precisa,
quando o que eu gostaria era simplesmente, viver.
Estar contigo. Amar você.
Mesmo que só eu estivesse inteira nisso.
Como é difícil aceitar que,
a presença sem entrega, é ausência disfarçada.
E que acolhimento sem intenção de ficar,
é só mais um jeito bonito de me abandonar devagar.
Eu não queria partir,
mas precisei.
Porque antes de te amar, eu precisei me amar o suficiente pra entender que,
eu não caibo nos teus limites.
O meu caminho eu sigo,
e a ti desejo, amor.
Porque apesar do silêncio que carrega no peito,
há em você uma alma sedenta por amar sem medo.

Há lugares lindos
a tua espera,
Mas só chegará lá quando não temeres,
a tua própria intensidade.

E quando esse dia chegar,
que saiba reconhecer o milagre de sentir,
sem precisar se esconder.
Ah, como é difícil...