Coleção pessoal de filizzolinha
Tenho me afastado de determinadas pessoas, não por serem más, mas por, de algum modo, causarem-me mal.
Tuas palavras embalam minha saudade, adormecendo-a e deixando tão somente o meu amor por ti. Não que substituam tua presença, nem que matem a saudade, mas atenuam a dor de não te ter aqui.
Instante tão meu, tão teu, tão nosso, que qualquer palavra ou imagem que se atreva a descrevê-lo é vã.
Mãe quando fala é com absoluta certeza de cada palavra, mesmo que estas palavras sejam contrárias às nossas expectativas.
Entristeço-me com insinuações de que sou boba em acreditar no amor.
Se boba sou, deixe-me ser. Já cansei dessas interrupções causadas por opiniões alheias.
Eu não vou acinzentar minha vida por quem não merece o meu amor. Quero o meu dia pintado por cores da esperança de um recomeço. Quero família e amigos. Quero Deus. Quero alegria, sorriso e paz (muita paz!).
Sinto-me metade feliz, metade vazia.
É como se nada do que possuo pudesse preencher este espaço.
É como se nada que pudesse preenchê-lo me convencesse disto.
Que este nosso lindo sonho nunca se finde, nem que para isto ele precise ser, eternamente, apenas um sonho.
Talvez o amadurecimento esteja chegando ou, talvez, minha paciência não seja a mesma de antes. Só sei que o meu presente seletivo causa repulsa e produz rancor naqueles que não se encaixam nos meus padrões.
Poderia dizer "sinto muito", mas não sinto nada disso. Sinto-me, tão somente, protegida dessa quantidade que não tem a qualidade que eu necessito para ser alguém melhor.
Óbidos, que falta deve te fazer os teus filhos mais velhos, aqueles que têm no tom da conversa maturidade e experiência. Eu, que sou tua filha, sinto falta... Por onde ando, já não encontro pessoas conversando sobre tua história e cultura. Só tenho tropeçado em conversas sem fundamento e isto me entristece. Traz de volta aquele tempo em que eu saia por tuas ruas em companhia de pessoas instruídas e cultas. Traz os filhos que te amam e te conhecem, antes que enlouqueça e me permita aprender a ser tão alheia ao lugar onde nasci. Não. Eu não quero me permitir esquecer que tu já foste palco de uma história fantástica. Então, atenda meu simples pedido e me dê de presente, neste natal, os teus filhos mais velhos ou, mesmo, aqueles que novos já conseguem te amar como tu mereces.