Coleção pessoal de FelipeAzevedo942

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⁠estão todos seguindo seu próprio curso, seu próprio ritmo, sua própria estrada. estão todos dançando a música conforme suas vidas com os olhos vendados até seus narizes.

ninguém se importa com seus passos em falso, as justificativas dos meios aos fins. atodos importam apenas colher as rosas, as pétalas, ignorando suas raízes que tiveram todo afinco de brotar beleza abaixo da dor.

estão todos ocupados com suas jornadas egoicas no vazio de uma vida sem tempo. estão todos preocupados com os resultados sem olhar pro próprio peito.

se acumulam de conexões vazias e se perdem sem seus próprios labirintos.
se habituam a nadar na superfície e por fim não encontram nada.

⁠folhas vazias voam com o vento
pessoas vazias destoam com o tempo

SONETO Nº2 - ABRA TUA JANELA

abra tua janela
pro sol entrar
abra tua janela
pra vida morar
na tua sala de estar
em teu peito se abrigar

abra tua janela
pra namorar
abra tua janela
pra deixar-se encantar
desde os cantos das aves
aos cantos de teu lar

ajeita aquela
pra entrar um pouco de ar
e desemperre aquela outra
que é pra brisa tocar
nesse peito que deixou esfriar
no tempo que deixou passar

abra tua janela pro amor entrar
abra tua janela pra não sufocar

⁠Seja quem você quer ser, e não aquilo que eles querem ver.

⁠algumas pessoas quando se descrevem falam que são engenheiros,
outras que são médicas, e outros que são advogados.

e tem você, que fala de você.

⁠a noite silencia o mundo para que possamos escutar o nosso.

⁠algumas pessoas vivem
outras apenas sobrevivem
algumas pessoas sonham
outras apenas fecham seus olhos
algumas pessoas se realizam
outras se martirizam
algumas pessoas são felizes
outras apenas vivem alegrias
e algumas pessoas amam
e outras morrem todos os dias

⁠há braços
e abraços

PERIPÉCIAS Nª1 - LIGAÇÃO

nem sempre quem te liga
liga para você
e nem sempre quem liga
tá ligado em você

ás vezes é questão de mau contato
ás vezes é questão de tato

se não tocar
desprenda
mas quando tocar
atenda

⁠As pessoas se habituaram tanto a viver em um mundo de aparências, que reclamar hoje em dia por falta de caráter se tornou obsoleto.

⁠enquanto nos regarmos de amor não deixaremos de crescer.

⁠andei pensando em fugir
só pra sair
desse vazio que deixei-me atrair

sem perceber o quanto me consumi
desse falso amor a me ferir
deixei me permitir
pelas tuas doces palavras me atingir

tentei desconsentir
tentei desiludir

contemplando o céu a descolorir
vi mil gaivotas pranteando
numa tarde de sol a pedir
pra pôr mais vida
neste cinzento mar que poluí

daquelas lágrimas deixadas
sobre o nosso livro de elzevir
da nossa estória que deixou ser souvenir

corri entre as nuvens para me despedir
do teu sorriso numa manhã
e a noite sorrir com o amor que esculpi
e no espelho enxergar a única pessoa capaz de me retribuir

2016, O Espelho de Elzevir

a dor é parte da jornada. é a prova que você está seguindo, e se ferir com alguns obstáculos é comum no caminho.

o meu amor por mim dorme e acorda comigo. não faz barulho, nem alarde, aceita as pessoas como elas são. não espera dos outros nada além de si mesmo, bem como não necessita ser aceito para se sentir imenso. aprendeu com o silêncio da própria presença que, tão urgente quanto a calmaria ao final do dia, é cercar-se somente de quem acrescenta a sua energia. ele sabe onde esteve e sabe onde quer estar, e por isso, não permite que sopro vazio qualquer apague sua chama-se consigo não souberem queimar. ele por si só se basta e por si só se faz.

⁠escrevo para desafogar a alma. para espantar as peraltas. para matar a ansiedade e jogar do precipício toda acidez que me abraça.
para silenciar o peito que grita. para me livrar da culpa. para curar as feridas e, aos sentimentos renegados, fazer visita. para compensar as palavras não ditas e ao que ainda vive engasgado. para mergulhar nas minhas imundícies e no caos que havia guardado.

para me libertar das amarras, para expelir meus pensamentos e microfonar os sentimentos.
para dar voz ao coração como forma de oração e dar vazão a toda intensidade que jaze dentro do meu universo; refletido neste verso ou em minha imensidão.

escrevo para revelar minha identidade como forma de liberdade.
escrevo para quebrar as correntes do conformismo e da realidade.
escrevo para ser ouvido.
para tocar e ser sentido, mas sobretudo, para não fazer sentido;
mesmo que seja preciso me despir para traduzir,
interpretar e reluzir.

escrevo para falar de amor e para fazer amor.
para dar cor ao céu cinzento e, para você que estiver lendo, dar alento.

escrevo para me aprofundar e navegar nos meus oceanos mais obscuros. escrevo para existir. escrevo para me encontrar.
escrevo para me salvar de mim mesmo e me reencontrar.

cada pessoa é um porto no qual nosso barco precisa atracar,
até chegar a hora de partir e dar continuidade a jornada.

ás vezes a jornada termina antes que cheguemos ao destino
ás vezes ela termina no cais que atracamos
mas nenhuma parada é em vão.
nenhuma pessoa é por acaso,
assim como nenhum vento sopra a desfavor de onde devemos estar.

portanto valorize cada embarcação.
cada tentativa.
cada viagem.
cada âncora lançada ao mar.

valorize também cada tempestade e temporal que precisou enfrentar;
elas fazem parte da rota que você escolheu navegar, e são necessárias para que aprendesse a velejar.

o oceano e a vida escondem austeros mistérios que nem mesmo nós,
meros marujos e tripulantes ousemos desvendar.

apenas veleje
veleje até onde o seu coração levar.

2020, Barcos e Portos

⁠solidão
das companhias, a mais essencial
quietação
das atitudes, a mais racional

reflexão
dos remédios, o mais curável
abstração
das distrações, a mais indispensável

resignação
das virtudes, a mais sagaz
erudição
dos resultados, o mais eficaz

contemplação
das precauções, a mais benigna
flutuação
das transformações, a mais digna

experimentação
das tentativas, a mais sucedida
circunspecção
das prudências, a mais medida

percepção
das compreensões, a mais absorvível
auscultação
das urgências, a mais inadiável

ser pai é construir um país inteiro dentro de si pra gente morar.é ir a uma guerra por nossa paz.

⁠se realmente te amam, vão te aceitar quando você for uma brisa do oceano, mas também quando for uma tempestade de verão. você não foi feito para ser amada por partes; você é uma natureza inteira para ser explorada em todas suas escalas.

⁠ignorar o descaso alheio é também um descaso que você comete consigo.