Coleção pessoal de ElisBarroso

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⁠FAZ DE CONTA

Quando criança morei num conto de fadas
Hoje moro no país do faz de conta
Pão, não temos, não
Temos pizza
Temos circo
Temos Cabra-cega
Deixamo-nos vendar
Caímos, sorrimos, sacudimos a poeira
Somos Chapeuzinhos que o Lobo quer comer
Gatas Borralheiras que trabalham a vida inteira
Acreditamos nas mentiras dos Pinóquios
Fazem-nos crer que somos Pequenos Polegares
A Bela está sempre adormecida
Final Feliz?
Só se acabarmos com a matriz.

Em dias frios, tomo uma xícara de poesia para aquecer
Nas longas noites, um poema que converse, que seja prece, leve
Quando a chuva bate à janela, um poeminha que seja molhado, triste. Que me faça gotejar

Já quando penso em você, daí não há muito que fazer.
Tomo um porre de poesia para sobreviver.

⁠O jeito que vejo o mundo
Jamais será igual ao seu
Eu olho da minha janela
Talvez tu o vejas por cima do muro
Não sei se vês flores ou ruelas
Ruas empoeiradas ou casas caiadas
Quem sabe um dia te convide
Ou o teu muro visite.

⁠Eu queria fazer um ato revolucionário
Mudar o sistema
Talvez...
Ser rebelde
Anarquista
Quebrar uma vidraça
Pichar uma praça
Gritar pelas ruas
Sair nua
Consegui fazer meu ato revolucionário
Ao ler um poema
Mudei a mim mesma.