Coleção pessoal de ElainePaulaSilvest
Velhice
Velhice é tempo que pesa no peito,
Silêncio que grita no fim do leito.
É pele que sente, é passo que falha,
É o tempo dizendo que a vida não para.
Fugimos do espelho, mudamos o rosto,
Omitimos a idade como se fosse desgosto.
Mas ela chega — e se não vem,
É porque partimos cedo, também.
Não é o cabelo branco que mais assusta,
É a visão que falha, a memória que custa.
É a dor de perder quem já se foi,
E saber que o tempo não volta, não dói?
Velhice é sorte cercada de amor,
De um neto que estende a mão com fervor,
De um filho que ajuda com o prato na mesa,
Num mundo que esquece a delicadeza.
Envelhecer é poema que poucos leem,
Mas é dádiva dos dias que ainda vêm.
É ver, devagar, quem amamos partir,
E sentir no peito o tempo a ruir.
Elaine Paula 14 julho 2025
Escolhas que nos Escolhem
Não fui eu quem escolheu a arte,
foi ela que pousou em minhas mãos,
com tintas, traços e verdades
fez morada no meu coração.
Não fui eu quem buscou a leitura,
foi o livro que abriu seus olhos pra mim,
em cada página, uma cura,
em cada história, um recomeço sem fim.
Não fui eu quem achou a canção,
foi a música que ouviu meu silêncio,
e transformou em vibração
tudo aquilo que eu nem sei se penso.
A arte nos vê por dentro,
a leitura nos acolhe com calma,
a música toca o tempo
e canta o que vive na alma.
Elaine Paula Silvestre
"O dia mais triste não é aquele em que choramos, mas o em que despertamos para a realidade da mortalidade. Quando percebemos que tudo e todos têm um fim, o coração se aperta e a alma se cala. Mas é justamente nesse silêncio que nasce uma nova consciência: a de viver com mais presença, amar com mais entrega e valorizar cada instante como se fosse o último."
A pílula dos trinta e poucos anos.
A pílula da liberdade que traz a sensatez da verdade, que nunca iriamos poder tomar em outra idade.
A pílula que traz a pura verdade, que só tomamos nessa idade.
A pílula da estabilidade, que não te prende mais a uma religiosidade, porem te envolve em uma profunda espiritualidade.
A pílula que nos ensina a ter equilíbrio nas adversidades, maturidade e subjetividade, para lidar com pessoas e coisas que não podem mudar mais sua identidade.
A pílula da cumplicidade, que te ensina a olhar as coisas com naturalidade e pessoas como unidade.
A pílula da idoneidade, que te faz capaz.
A pílula da aptidão para desfrutar e se disponibilizar a se amar, sempre em primeiro lugar, para ter a possibilidade de julgar e a empatia de se apaixonar.
A pílula que me fez escolher a hora e o lugar para estar, que prefere o chá e a cama de sua casa para repousar.