Coleção pessoal de douglas_pasquali

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Cicatrizes de um Poeta

Há momentos em que lembramos tudo o que vivemos —
lembranças cravadas como um punhal ou uma espada na memória,
trazendo histórias que insistem em não se apagar.

São vestígios de amores passados que, no tempo,
transformam-se em dores futuras,
numa metamorfose inevitável.
E desse turbilhão nasce o alimento do poeta.

As palavras, muitas vezes, são rabiscadas,
jogadas ao vento ou simplesmente ignoradas.
Mas com os sentimentos não é assim.
O coração, que pulsa no peito e nos mantém vivos,
é também um cofre silencioso,
guardando raiva, dor, amor e até rancor.
Não é justo julgá-lo —
pois vivemos consequências escritas por nossas próprias mãos.

Falar de sentimentos parece simples,
mas sem argumento torna-se árduo.
E falar de amor?
Que sentido teria se nunca tivéssemos amado?

Um dia, me perguntaram se eu ainda sofria por um amor.
Sorri de canto, desviei o olhar… e deixei a resposta perdida no silêncio.

Afinal, como diz o ditado:
“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”
Até mesmo a água, com paciência, pode vencer a pedra.

By: Pasq

Século XXI: O Cântico da Desilusão

Vivemos no século XXI,
onde a lei é falha,
e o amor — se ainda existe —
não passa de um eco,
uma palavra sem corpo,
sem gesto, sem verdade.

O pecado se fez costume,
a fraternidade se apagou,
e o homem esqueceu
o papel que lhe foi confiado.

Vivemos num mundo
onde já não se fala em Deus,
onde irmãos se tornam inimigos,
onde a traição caminha de mãos dadas
com a covardia.

No século XXI,
o ouro e a prata
valem mais que uma palavra honesta.
É um mundo rico —
em petróleo, minerais, pedras preciosas —
mas miserável em amor,
pobre de espírito,
sedento de fidelidade,
faminto de honestidade.

Eis o nosso tempo:
um mundo sem compaixão,
onde púlpitos se erguem
não para a fé,
mas para falsos profetas,
que exploram a inocência
de um povo devoto,
cegamente crente.

Vivemos cercados de mentiras,
em meio a promessas partidas,
prostituição, drogas, vícios,
e homens que se dizem humanos,
mas não passam de sombras,
de micróbios corroendo a essência.

E quem sou eu neste caos?
Sou apenas um poeta —
indignado, ferido,
mas ainda de pé.
Pois não se vence uma guerra
lutando sozinho…

Oh, baby,
bem-vindo ao século XXI.