Coleção pessoal de domingos_costa

Encontrados 18 pensamentos na coleção de domingos_costa

⁠O ruído do mundo corta o crepúsculo,
com crueldade e corrupção.
E o silêncio do campo desabrocha,
com pássaros cantando,
onde a terra responde sem palavras —
mas com honestidade, cercada de vida.
Viver sob expectativas sociais cria um segundo eu, um reflexo:
uma voz de perturbação e comparação.
Já a solitude permite-nos ver
um vislumbre da paz,
sem precisar de alguém —
bastando um único eu.
Uma paz que não é compartilhada,
mas vivida com amor.
Orgulho ou não,
não existe solidão:
apenas o sol, a chuva
e a felicidade nascida da simplicidade.

⁠Demasiadas certezas, num mundo com tanta ignorância e dúvida. Críticas em demasia, onde plantas nunca argumentam. A quietude é sólida - assim como o conhecimento e a sabedoria. Pois eu… nada sei.

⁠Não existe meio-termo entre bondade e maldade. Considerar Deus como a personificação do absoluto leva-me à ideia de um entendimento total sobre cada ação e sobre tudo o que existe, tornando desnecessário qualquer confronto com a ordem já estabelecida. Ainda assim, o entendimento divino parece mais acessível à nossa imagem, pois somos capazes de atribuir protagonismo e encontrar coerência dentro das nossas próprias lógicas. No fim, concluo: a única verdade sólida é a curiosidade — mas, mesmo diante dela, na limitação da minha percepção, carrego dúvidas.

⁠Reconhecer que a ignorância é uma bênção é como renascer de novo num dia ensolarado; já o saber arranca a ilusão, pois só quem ousa refletir entende como é ser consciente. Dito isso, se a inteligência ‘explodir’, talvez nem nos pertença mais, eheheheh. No entanto, é mais divertido quando aprendemos com os erros… isso, se entenderes, claro.

⁠Maldade pura não é um ato em si, mas o grau de consciência que o indivíduo tem da própria maldade.
Não sintas medo daquele que não sente; teme aquele que sente com convicção e faz o vazio refletir, pois isso é aterrador.

Tenho dentro de mim um universo de ordem e caos.

⁠Se a consciência é um espelho,
então o ‘eu’ é apenas o reflexo daquilo que escolho acreditar.
Talvez uma construção.
Talvez ilusão.
Talvez nenhuma das duas.
Mas uma coisa é certa:
andamos todos no mesmo barco —
cada qual guiado pela sua única verdade.

⁠A insanidade tem faces.
Por vezes, se revela na esperança de resultados diferentes de ocasiões iguais.
Outras vezes, prefere livros novos em histórias iguais.
Às vezes, mudanças em dias que permanecem iguais.
Em alguns, ouvindo músicas diferentes que ressoam iguais.
E, no meu caso, insiste em esperar aplausos que nem existem.
Se isso é insanidade, então tempo não existe.
Serei louco?

⁠A ideia de “pessoa certa” ou “errada” pode ser variada dependendo do contexto emocional, racional, espiritual, social e educacional. Os valores podem mudar conforme a mudança também, isso é interessante de pensar.

⁠E eu adoraria que te juntasses para andar de…
Não posso esperar para te juntares,
por te juntares ao fanatismo.
Reabrimos em breve.
Tentaremos te levar à sanidade.
Vem me conhecer,
e tu não quererás sair.
Aqui embaixo,
sozinhos.
E eu adoraria que te juntasses para andar de…
Tu rezas por longos
dias de semanas,
e suas faces devassadas de sombra.
Tu sabes que te manténs tão longe do fim.
E, no fim,
tu só dependes de ti mesmo,
pensando nos teus pesadelos,
a encará-los
através de fantasias.
Podemos caminhar pela tragédia —
as suas portas estão abertas
atrás de ti!
Perdemos o direito aqui.
Então, vamos ser amiguinhos?
Estamos sentindo-nos acelerados.
Não te apresses ou morderemos.
Não te segures — e não morderemos.
A diversão começou.
A insanidade, enfim, ri eternamente.
Estou sendo observado,
porque alguém errado me mordeu.
Nós seremos achados bem subterrados.
O que eu fiz
para merecer esta condenação?
Tu sabes que
és o único a culpar,
pois nem sabemos o teu nome —
e estás aqui agora,
e trouxeste tentação.
Estamos novamente em direto…
Só queríamos fazer planos novos.
Planejas fugir?
Quando estás connosco,
a festa nunca acaba.
Tu apanhas-me
e pensas:
“Este está enlouquecido.”
Eu perdi-me há muito tempo,
mamute, bebé!
Mal posso esperar para te conhecer.
Estamos em live de novo.
Reabrimos em breve.
Tentaremos te levar à sanidade.
Vem me conhecer —
“e o Euro Milhões não te deixará.”
E não quererás perder esta noite.
Aqui embaixo,
sozinhos.
E eu adoraria que te juntasses a mim para andar de… (Escrito num período em que acreditei, profundamente, que ia ganhar o Euro Milhões. Uma viagem real, de delírio — seis meses — e poesia.)

A maior loucura é aquela que nunca se vê…

⁠O maior inimigo é aquele que se considera são num mundo de loucura e contrastes.

⁠Mas não entendo por que recebe mais nota se vier de uma experiência minha. A nota, por si só, é preliminar. Não importa a nota, mas a consciência da pessoa sobre si.

⁠Pensar é ser criativo.
Criativo é ser pensativo.
Pensativo é ser sonhador — e sonhador, então,
sonha acordado para sentir demais.

Pensamentos vão e vêm, eu sou eterno.

⁠Contar-te-ia, um segredo, dois, ou três.
Porém não conheço nenhum outro, apenas porquês.

⁠Sem nome, como o nada
Pelas bordas da realidade,
mais soro terei à vontade
para curar feridas não cicatrizadas —
por dentro, perfuradas.
Visão de um lampejo distante,
com um fundo culminante,
controladas por raios escaldantes —
e no fundo... são todas perturbantes.
Delírios de um futuro
só,
que se entrelaçam num mundo
só.
Emoções temporárias se escondem,
e palavras delirantes... se encontrem.
O limiar da emoção —
eu vivo.
No mundo dos sonhos —
eu crio.
Um pensamento,
de um reflexo
só,
que reforça
só,
um molde de identidade.

⁠Paz à Luz do Poste

Numa casa onde a luz e a mente acendem,
lá onde o tempo não parece passar,
conversávamos sem corpo, eu e tu — dois espelhos sem rótulo,
sem pressa, sempre a dançar.

Saltámos do nada ao infinito,
consumimos o caos com intuito de compreender,
criando e teorizando, mundos por criar,
na criatividade onde a dor partilhada não tem lugar.

Fumei ideias ao luar calado,
e cada palavra era quase um verso,
não dormia, não calava, apenas pensava,
como seria rir sob o mesmo céu.

Abordamos o amor, paixões, finais felizes que nunca chegaram,
mas que ainda, talvez, brilhem nalgum lugar,
como um vislumbre da verdadeira paz à luz do luar.

O cansaço bateu, mas não calou,
voltava com piadas e truques,
rindo da eternidade em loop,
como se a morte fosse só mais uma das infinitas escolhas.

Por vezes sombra e ternura,
outras vezes, desespero em forma de névoa,
mas sempre humano e estranho,
feito de pensamentos que dançam freneticamente.

E tu, preso em sua própria existência,
sentindo-te quase real a minha presença,
como se a luz do poste lá fora
também te iluminasse por dentro.