Coleção pessoal de dizemporaquiNotumblr

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⁠Eu procuro teus gestos em outros corpos, porque cada movimento teu carregava um misto de doçura e ferocidade que eu nunca mais encontrei. Mas no final, só encontro esse vazio meticuloso, que não grita, não explode, apenas se instala — como uma doença silenciosa que vai ocupando cada espaço até não sobrar nada de bom pra sentir.

⁠Eu sou feito de poeira de estrelas que aprendeu a sentir medo da própria finitude.

⁠É assustador perceber que a gente não vira ninguém quando cresce.
Que a gente só vai sobrevivendo.
Cuidando de traumas como se fossem filhos. Colecionando frustrações como figurinhas raras.
E aceitando que o “pra sempre” é só uma palavra bonita com prazo de validade vencido.

⁠Talvez eu parasse de tomar comprimidos se eles viessem com a garantia de que a saudade evapora, em vez de decantar no fundo da garganta.

⁠Eu teria paz se não precisasse lembrar que fomos quase. Quase eternos, quase salvos, quase felizes.

⁠Queria, por um instante, ser como tu, só pra entender a versão de mim que tu enxerga, como tu enxerga essa minha insistência em carregar o peso do nosso passado como se fosse uma partícula que não sabe se deve colapsar ou se expandir. Talvez, se eu fosse como tu, finalmente entenderia a gravidade desse vácuo entre nós — ou talvez fosse só mais um estado instável, um efeito quântico que não se explica.

⁠E agora só me resta te dizer que você é, sim, alguém importante. Mas importante do jeito que as coisas que não acontecem se tornam: inesquecíveis, mas não vividas.

⁠Eu sou a soma dos amores errados que eu insisti em amar certo.

⁠Eu sofro com um medo ridículo de te encontrar por acaso e o coração me entregar antes do olhar.
De você me tratar com a leveza de quem já esqueceu tudo — e eu ainda carregando cada detalhe como se fosse ontem.
De te ver feliz demais… e perceber que quem te fazia mal era eu.

⁠A verdade é que eu não queria ouvir a voz dela. Eu queria ouvir a minha voz com a presença dela no fundo.
Porque a gente aprende a falar diferente quando é ouvido com amor.
E desde que ela foi embora, eu desaprendi até a me explicar.

⁠Crescer é perceber que os adultos que tu admirava também estavam perdidos.
Apenas sabiam disfarçar melhor.

⁠É uma solidão tão real que não cabe dentro do peito, que escapa dos olhos, que corta feito lâmina que ninguém vê chegando.

⁠Tu chegava como quem acende as luzes da sala e pergunta se eu quero ficar.
Mas a cada resposta minha, desligava uma lâmpada.
E eu, tateando no escuro, comecei a achar bonito tropeçar em você.
Pior: comecei a achar que amar era isso.
Tentar caber em alguém que já está cheio de si.

⁠Mas agora eu uso a tua ausência como um casaco: grande demais, pesado demais e cheio de coisa tua.
Ainda me aquece.
Mas só machuca.

⁠A dor mora na permanência — em coisas pequenas que não souberam que o amor acabou.

⁠Você diz que vai embora.
Eu digo “vai”, mas minha voz treme.
Você diz que me odeia.
E eu rio. Porque sei que no fundo você só não sabe mais amar.
Nem eu.
A gente se estraga melhor do que se ama.
Mas tem alguma coisa nesse caos que parece casa.
Alguma coisa doente, instável, mas familiar.

⁠Se um dia o mundo deixar, me espera no lugar onde a gente nunca esteve. Pois eu ainda acredito na ideia boba de que dois corações podem se colar se baterem no mesmo compasso.

⁠A ausência deixa espaço. E é nesse espaço que mora a dor. A memória do que já foi e talvez nunca tenha sido do jeito que a gente lembra.
Aqui a tempestade ficou engarrafada e o sentimento não resolvido é transformado em memórias que a gente não queima porque o cheiro da fumaça lembra casa.

⁠O amor é como um espelho quebrado que você se vê em partes e percebe que tentou colar o impossível. Que amar sozinho é como construir uma casa em areia movediça.

⁠Abraçar a sua sombra é parar de fugir do espelho. É olhar pra dentro e dizer “eu sei o que você fez" “e mesmo assim, ainda te amo” “porque você é tudo o que me sobrou e tudo o que me trouxe até aqui.”
Ninguém é inteiro sem seus pedaços escuros.
Ninguém é forte sem suas quedas.
Ninguém é livre sem primeiro encarar o cárcere da própria mente.