Coleção pessoal de diegopfranco

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Despertador é bom para a gente se virar para o outro lado e dormir de novo.

Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer.

Melancolia: Maneira romântica de ficar triste.

Linha Curva

O caminho mais agradável entre dois pontos.

Verso Avulso
O luar é a luz do sol que está dormindo...

O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família.

Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...

Quem pretende apenas a glória não a merece.

O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.

Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade.

Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?

Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras.

Pergunta errada

Se eu acredito em Deus? Mas que valor poderia ter minha resposta, afirmativa ou não? O que importa é saber se Deus acredita em mim.

Mas que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existe mesmo...

E um dia os homens descobrirão que esses discos voadores estavam apenas estudando a vida dos insetos...

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Ah, esses moralistas... Não há nada que empeste mais do que um desinfetante!

A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.

A poesia não se entrega a quem a define.

Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.

A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.

Vivemos numa época pós-tudo.Pós Marx,pós Freud, pós Kelsen.Alguns de nossos melhores sonhos de juventude não se realizaram.Não vivemos em um mundo sem países,sem miséria.Não soubemos criar ainda um tempo de frtaernidade e de delicadeza.Não há sequer uma boa utopia à disposição.