Coleção pessoal de Desconhecido2025

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⁠Rosa com Espinhos

Dói…
E ainda vai doer.
Mas tudo passa, até o que parece eterno.
Mesmo quando a alma pesa,
Mesmo quando chamam de egoísmo
O simples ato de respirar por si.

Às vezes, crescer é silenciar a culpa
Que outros plantaram como semente nos ombros.
E seguir, mesmo sem aplauso,
Porque no fim, o caminho é solitário…
E cada passo é por dentro.

Existem lares onde o amor
É dito, mas não sentido.
Onde o cuidado se confunde com controle,
E o afeto vem cortante,
Envolto em exigência,
Como se amar fosse moldar, não acolher.

E há quem cresça assim:
Tentando entender raízes que nunca sustentaram,
Tentando regar flores
Enquanto a própria sede sufoca.
É um cansaço silencioso,
Que rouba mais do que oferece.

Mesmo assim… há quem insista em florescer.
Mesmo em solo árido,
Mesmo sob o descuido dos que deveriam cuidar.
E se transforma
Não por mágica,
Mas por resistência.

Está se tornando uma rosa.
Com espinhos.
Porque precisava.
Porque ninguém cuidava.
E ainda assim…
Está se tornando a flor mais linda do jardim.

Não foi vista.
Não foi ouvida.
Mas cresceu.
Entre as pedras, entre os silêncios.
Machucada, mas viva.
Frágil, mas inteira.

Outras batalhas virão
O chão ainda vai rachar.
Mas passo a passo,
Ela descobrirá o que há de mais precioso:
Ela mesma.

E quem souber ver,
Vai enxergar além dos espinhos.
Vai regar com cuidado.
Vai florescer ao lado
Sem podar o que é belo só por não entender.

Até lá,
Será sobre ser a raiz e céu.
Ser a rocha e renascimento.
Ser o que ninguém foi.
E nunca, desistir de si.



• Dedicatória..
os rostos que cruzaram meu caminho prometendo abrigo,
mas que, com o tempo, revelaram muros em vez de braços.
Aqueles que diziam me amar
mas me ensinaram o silêncio com gritos,
e a força com ausência.

Durante muito tempo,
acreditei fazer parte de algo sólido,
de um afeto que sustentaria meu crescimento.
Mas era apenas um reflexo mal desenhado,
um sonho antigo…
de uma criança que queria colher flores
onde só havia espinhos.

Hoje entendo:
nem todo lugar que chamam de lar
é um espaço seguro.
E nem toda promessa de amor
é amor de fato.

No fim,
resta apenas o que nunca puderam me dar:
a verdade.
Dura, mas libertadora.
Como acordar de um sonho
que sempre foi bonito demais pra existir.