Coleção pessoal de CezarRodrigues

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⁠Você sabe o que é esperança
Dizem que é verde
Talvez pelo fato de nunca estar pronta
Você sabe o que é esperança
Sabe de onde ela vem
Se eu ficar na esquina pego ela primeiro
Onde ela passa
Você a vê
Me diga
Estou precisando dela por aqui
Só um pouquinho
Sabe é tão bom ser feliz
É tão bom ver seu olhar no meu
Sua mão na minha
Você sabe onde está a esperança
Esperança de sorrir de novo
Se ver a esperança por aí pega ela para mim
Diga que estou aqui
Fala para ela dar uma passada por aqui
Não precisa ficar, mas que venha
Fala que sem esperança não sou
Você sabe o que é esperança
Esperança é prefácio de felicidade
É palco de sorriso
É som de coração
Esperança é o que quero
E preciso
Esperança é esperar ser feliz
Como fui e podemos ser
Em cada momento que partilharmos

⁠Você foi condenado a morte
Mas sua pena tem uma peculiaridade
Não tem data
Não que ela não foi marcada
Ela está atrelada a algo
Toda manhã seu carrasco passa e diz
O que você vai fazer hoje
E você detalha seu dia
Você não pode dizer que amanhã fara
E vai
Não interessa o que seja
Mas precisa fazer
Seja o que for tem que ser feito
Tem que ter algo
No começo você se acha grato
Basta preencher o dia
Basta ter o eu fazer
e passam dias e anos
E lava louça e limpa casa
E amar e não ser amado
E chorar e rir
Todo dia você precisa saber o que fara
Todo dia
Não amanhã, mas hoje
E assim passa dias até que você acha
Que não é um apenado
Até que você cansa e quer deixar para amanhã
Essa é a essência do Carpe Diem
Só há o hoje

⁠As lagrimas que te escorrem pelo rosto
Chegam a minha alma
As dúvidas que pairam na sua cabeça
Inquietam minha mente
Seu corpo que não repousa
Entristece minha vida
Seu machucado que queima
Arde sem cessar em mim
O ar que falta
Em mim não vem
Meu peito como travesseiro
Com sua lagrimas a escorrer
Me machuca também
As duvidas
O lamento
A tristeza
O que posso fazer
O que posso te dar
Como seu coração tentar aquietar
Sempre vou tentar
Suas lagrimas secar
Sempre vou buscar
Sua dor amenizar
Sempre a procurar
Assim cada dia
Assim procurar uma cura
Que o tempo há de trazer
E na alma a dor há de apagar.

⁠Mudança em curso
Mas e essas coisas todas
Manu de deus
O que é tudo isso
Esse medo
Essa ansiedade
Essa angustia
Esses devaneios
Essa desnecessária necessidade
De necessitar de coisas que não
Necessito ou pelo menos acho
Onde encaixo essas coisas
O que descolar de mim
Onde é “mim”
To perdido
To confuso
Tenho medo de vir para casa
Não quero magoar ninguém
O pior não ligo se eu me magoar
Toda bolha estoura
Vou indo
Separando
Procurando
Brincando de não ver
De não ligar
To com medo

⁠Tem um pedaço de mim por aí
Fico horas a procura dele
Andando
Batendo cabeça
Tem um vazio que só se preenche com ele
Um sorriso que só sai com ele preenchido
Um abraço que só se encaixa nesse espaço
um beijo que é só desse segredo
de vez em quando eu encontro
são tão rápidos
tão curtos
mas tomam meu mundo todo
me prendem a vida maravilhosa
a uma esperança de eternidade
de um toque que dure para sempre
de algo magico
de um olhar meio japonesinha
com aqueles cílios sempre pretos
tem um pedaço de mim solto por ai
Fico sempre a procura
Sempre buscando só me completo nele
tem um pedaço de mim aqui
a procura do meu por ai

⁠Só tenho esse canto
É meu
Eu fiz
Eu compus
Nesse canto aqui canto meu canto
Um lamento sobre o encanto
Que falta
Que sobra
Que atrapalha
Um canto
Sem melodia
Sem letra
Sem ângulos
Um canto só meu
Fui vindo
Vindo e aqui parei
Por muitos desencantos
Aqui estou no meu canto
Nem o canto me ajuda
Mas acostumo
Canto no meu canto
Em silencio
Pois pouco sou
Pouco sei
Estou sempre no meu canto
Bosta.

⁠Odeio silencio
Odeio com todas as forças da minha alma
Não sei o que fazer
Nunca soube
Sou barulhento
Sou bagunceiro
Não fico quieto
Odeio silencio
Me machuca de uma forma monstruosa
Grite
Brigue
Mas silencio não
Dói
Dói muito
Silencio não.
Leio, canto, faço, desfaço,
Escuto, falo, falo sozinho.
Brigo com o silencio 24 horas por dia.
Ele me machuca
Decida não me machucar.
O silencio não.
Dói.

⁠Sabe aquele dito “água mole
Pedra dura tanto bate
Até que fura”
Não a sou pedra
Mas também não sou a água.

⁠É duro a gente se olhar
E se enxergar
O pior é não aceitar o que se vê
Já passei dessa fase
Cada nova velha observação
É bem vinda
Mas tem umas que são recorrentes
É uma coisa estranha
Vire e mexe aparece
Uma luta para não reconhecer
Ou para mudar
Sentimentos que estão no fundo
Feridas, escaras do tempo.
A doença é outra
Mas a razão das feridas é a mesma
Sentado, deitado
A doença até acalma
Mas dá uma mexida e a escara abre
A doença pode até não matar
Mas vai cansando
A verdade é que as feridas fecham
Só abre de vez em quando
Por enquanto preciso tratar a ferida
Que se da doença não morri até hoje
Não será dessa vez

⁠São pontes finas
Pinguelas
Que balançam
Sacode com o vento
Mas depois que chega nela tem que passar
Para voltar não da
Para ir a frente do medo.
Descer?
Pode ser
Mas não tem jeito
O caminho está à frente
Querendo
Não querendo
Com medo ou não
O caminho está aí
O duro é essa neblina
Nunca dá para ver lá na frente

⁠São pequenos pedaços de tanta coisa
Daqui e dali
De mim de outras
Coisas que vão acumulando
Com o tempo você acaba achando um cantinho
Um cantinho para tudo
Mas tem tanta coisa por aqui
Nem sei quando comecei a pegar
Sei que é hora de mudar
E mudança é complicado
A tendência mais fácil é jogar tudo fora
Mas tem coisas aqui que não da
Ai começo a mexer
Encaixotar e separar
Olha e fala depois eu decido sobre isso
E vai jogando coisa fora
Pega uma e outra e olha de novo
Tá ali, será de onde veio isso
Sei lá mas mais cedo ou tarde
Tem que decidir
Mudança é complicado.

⁠Qual medida do amor
Onde ele cabe
Como ele nasce
Onde estava o amor antes
Ele está aqui onde
Não sei as respostas
Sei que quando o sinto
O riso brota fácil
A perna treme
A vida acelera e fica lenta
A necessidade de você
A paixão
A expectativa
A necessidade
Qual a medida do amor
Nem sei se tem medida
Mas sei que toma por inteiro
Pede mais
Segura e empurra
Me tira e me da
Qual a medida do amor
A medida do amor
Talvez ninguém saiba
Talvez o amor seja sem medida
Mas sei que amo
E nada mais
preciso saber sobre ele

⁠Queria a não olhar o mundo da forma que vejo
Queria um mundo só meu
ou melhor queria que o meu mundo fosse o mundo
Estou cansado
Sem jeito
Perdido
Me dizem façam isso
Aquilo é o certo
Desse jeito errado
Seja feliz
E o futuro
Coisas que não acredito
Que não ligo e não posso falar
Todos têm suas formulas
Todos têm seus mundos
Todos têm suas faces
Estou confuso
Estou meio sem rumo
Sem coragem sem saída
De que adianta ter um mundo
Se ele não cabe por aqui
Mundos
As vezes só quero acordar

⁠Quanto tempo você consegue segurar o ar?
Quanto tempo você consegue deixar a mão em cima do fogo?
Quando você está dirigindo a noite
Por quanto tempo consegue segurar o sono?
Até quantas piscadas você dá?
Até que ponto pode se apertar a mão contra um prego?
Por quanto tempo dá para andar no meio da rua?
Quão quente é a água fervendo?
Quantos dias você pode ficar sem o remédio?
Qual seu controle?
O que te controla?
O que você busca?
Quanto custa ir buscar?
Qual preço?
Qual preço daquilo que você quer?
O que você não tem coragem de postar?
Onde você esconde seu medo?
Onde você esconde suas perguntas?
Onde você esconde suas respostas?
Onde você se esconde?
Do que você se esconde?
Porque se esconder tanto?
Sua vida é real?
O que é real?
Onde está agora?
Se sair vai para onde?
Quanto tempo você consegue segurar o ar?
Qual a diferença entre você e eu?

⁠Eu sou uma dor
Eu sou um corte
Eu sou uma força
Um lado e outro
Uma faca
Eu sou estranho
Eu sou perguntas tão inquietantes
Que não saem de mim
Sou busca sem sentido
Sou louco
Sem rumo sem prumo desnivelado
Sou o que acho e não sei
Sou o outro lado
Sou o que menos espero
quando preciso de mim
Sou nada, sempre fui
Sou aquilo que devia ser
Sem ser o que quero
Sou a procura sem sentido
Sou,
pois, estou aqui
Só por isso
Quando não estiver se quer sei
Serei enquanto der
O dia que não der, o que serei
Como ser enquanto não sei
Não sei é constante
A pergunta sempre inquietante
A busca alucinante
A resposta inquietante
Mais o que mais me incomoda
É o silencio gritante
Me cerca e me espanca
De forma angustiante.
Vontade de gritar eu te amo

⁠⁠Já se vai meses
Esses que parecem agosto
Não esse agosto que pela primeira vez teve trinta e um dias
Sabe aqueles longos
Que o começo dura uma hora e o fim sessenta dias
Já foram vários
Já são semanas
Muitas e muitas
Elas são mais simples
Mas não ter um fim de semana é ruim
Meio sem agenda
Dias e dias
Mas todos
Todos começam do mesmo jeito
Olhando para você
Te procurando
Sentindo todo amor
E os dias assim vão
Entro e saio
Do primeiro bom dia até o último boa noite
Esperançoso do seu olhar
Do seu abraço
Da sua risada
Do seu sorriso
Até o último boa noite
Sempre

⁠Você já teve que quebrar uma parede
Eu já vi cada uma que dá até medo
Tijolos trançados em careiras
Tijolos antigos
Paredes grossas
Já construírem paredes que dá medo
Não dessas casquinhas de ovo
Sei de uma coluna que pode acabar o mundo e ela vai ficar
Paredes de concreto
O segredo é não ter pressa
Devagar
Pim Pim Pim PIm
Vai abrindo um buraquinho
Batendo
A mão cria bolha
Estoura
Sangra
Se você estica os dedos eles travam
Se para é pior
E vai batendo
Uma vez precisava quebrar uma parede
Fui nessa toada
Tinha uns trinta centímetros de concreto
Cheguei em um ponto não ia mais
Não passava
Dias eu tentei, nada.
Deixei para outro
A primeira coisa que ele me perguntou:
Você não pegou um ferro?
Era verdade
Depois de tanto bater no ferro
Estava machucado
Desisti.
Outro conseguiu
Eu não.

⁠Ainda estou aqui
Olhando o caminho
Dou voltas e passo por ele
Não entendo porque essa tração
Atração, não só minha
Todas vezes, olho lá em baixo
E vem um de encontro
No mesmo caminho
Só que ao contrario
Nunca nos chocamos
As vezes to indo e passa um mais rapido
Ou eu passo por um mais lento
Mas o caminho é o mesmo
Mas ali é tão largo
Porque esse delírio
Essa vontade
Todos pelo mesmo lugar
Quando vem dois seguem lado a lado pelo caminho
Em três um nele e um lado a a lado
aquele caminho é curto
Mas quando chegam ali parece um imã
Eu fico ali olhando
As vezes indo
As vezes voltando
Mas em regra nem indo ou voltando
Dando voltas
Mas aquilo é um mistério esse caminho me domina
Estranhamente
Fico fazendo metáforas com a vida
Porque todos quando chegam ali escolhem o mesmo caminho?
Queria ser diferente.

⁠Bom dia
Esse desejo ardente
Representado em duas palavras
Bom dia
O que é isso
Como ele acontece
Acho que se a gente já vê o dia já é um com começo
Acho, mas tem gente que não
Bom dia é chance de se acertar
De rever
De dizer e desdizer
De saber que estamos aqui
E rever o que precisa faz parte
Criar coragem ou acha-la
Bom dia é um novo começo
Cabisbaixo ou esfuziante
Buscas, caminhos e escolhas
Bom dia são votos e desejos
Mas pode ser um animo um espirito
Algo que motiva
Nem sempre ajuda
Sei lá bom dia é uma perspectiva
Seja como for é um novo dia
E por ser novo já é bom

⁠Por quanto tempo conseguimos sustentar a alma?
Por quanto tempo conseguimos fingir?
Por quanto tempo podemos tentar?
É errado magoar?
É errado desistir?
Ir embora?
Qual minha importância?
Eu fico pelos cantos
Pensando no teatro que virou minha vida
Sem saber como fazer ou se fazer
Ou que tem que ser feito
Foda é que explodo
Do nada
É merda para todo lado
Isso aqui já é mal sinal
Preciso me adaptar?
Reaprender
Esses cantos, lugares afinal de conta o que são?
A vida podia ser mais simples.
Uma hora vou ter que decidir