Coleção pessoal de carolinegimenes

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Não me importaria de morrer num avião. Seria uma boa forma de ir. Não quero morrer dormindo, ou de idade ou de overdose. Quero sentir como é. Quero saborear, ouvir, sentir o cheiro disso. A morte só vai acontecer uma vez; não quero perdê-la.

Tudo o que é desordem, revolta e caos me interessa; e particularmente as atividades que parecem não ter nenhum sentido. Talvez sejam o caminho para a liberdade. A rebelião externa é o único modo de realizar a libertação interior.

Os cães nunca me mordem. Só os humanos.

Abatida noite quente de domingo, as ratazanas passeiam como gatos sobre as cercas de suburbio. O coletivo passa ofegante, cansado, rumo ao centro. Alguns tomam um trago, outros são devorados pela televisão, em algum lugar a SP 274 se embebeda de sangue e luzes vermelhas. Todos temem a segunda feira que se aproxima, inclusive os ratos.

Mate-me novamente ou aceite-me como eu sou, por qu eu não mudarei.

...e que nada nem ninguém é mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes.

Não há paixão mais egoísta do que a luxúria.

As paixões humanas não passam dos meios que a natureza utiliza para atingir os seus fins.

Tudo é bom quando é excessivo.

Antes ser um homem da sociedade, sou-o da natureza.

O melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis.

O orgulho dos pequenos consiste em falar sempre de si próprios; o dos grandes em nunca falar de si.

Flerte é um namoro inofensivo, sem consequências, que não acaba nem na pretoria nem na Casa de Detenção.

Remorso

Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.

Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!

Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,

Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

Maldição


Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
_ Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma se abrirá como um vulcão.
E, em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...

Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!

Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...

Só há um tipo de amor que dura, o não correspondido.

Se Deus existe, por que Ele não me dá um sinal de Sua existência? Como por exemplo, abrir uma bela conta em meu nome num banco suíço?

Onde há música não pode haver maldade.

As pessoas boas dormem muito melhor à noite do que as pessoas más. Claro, durante o dia as pessoas más se divertem muito mais.

Os cães são o nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde é voltar ao Éden, onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz.