Coleção pessoal de betoacioli

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E se bastasse a superficialidade não existiriam os poetas....

Leve em cada investida, você ; e traga algo de bom, desde que tenha valor imaterial.

O que fica desse presente de horas mortas que se disseca em passado?

O menino que ainda habita
todo meu jeito de ser
e faz-me n'alma crescer
e a me afastar de desditas...
garimpo nele pepitas
de gemas raras e puras
é assim qu'ele me depura
e me purga d'arrelias...
que seja arma a poesia
pra vencer guerras futuras...

De tanto exalar malícia
nas fendas do mundo-cão,
por falta de compaixão
o homem é só imundícia,
mas quem guarda em si primícias
faz todo mal dissolver...
pretenso a melhor viver
e de esperançoso grita
o menino que ainda habita
todo meu jeito de ser...

Meu coração pulsa firme
transbordante de alegria
com essa pueril euforia
de sentimentos sublimes
não existe pecado ou crime
se, no imo, deixar morrer
o que nos faz adoecer
e ter uma vida bendita
c'o menino que inda habita
todo meu jeito de ser

Sou fiel à minha essência,
quem lê-me, vê o meu reverso,
e que há verdade em meus versos,
que imersos em incontinências
revelam inobediências,
mas sem ninguém contender...
e sem dar o braço a torcer,
verso só o que a vida dita
c'o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser

De mim sempre peregrino,
na busca de me encontrar,
teimando em perambular
sem nem saber qual destino...
com todo fervor me afino
à ideia de me entender
a assim me ver florescer
à luz que, a viver, me incita
c'o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser...

Mesmo que finjamos ser o que não somos sempre haverá quem nos odeie... melhor sermos originais...

É preciso sensibilidade para enxergarmos mundos que giram afora o nosso...

A solidão para o poeta é apenas uma ferramenta.

..Sejamos de ações ou de ócios, de óxidos, dulçores e ácidos, de renúncias, de entregas e de voluntários vícios...

Sejamos de intensos átimos, de fardos de pecados, ínfimos; multifacetados, lúcidos, cheios de planos e ladeiras...

Deixe que alguém bata à porta
só pra dizer que chegou
ou que alguém lhe incomode
dizendo que vai embora...

abrace, se há o tempo pro abraço
aqui não há vida eterna
e a morte não marca as horas...

dê boas-vindas a quem chega
alente aos que vão embora,
partidas são mais doridas
quando não há despedidas...

o mundo muda seus ritos
e a vida vira também ...
primaveras sempre vêm,
mas nem sempre trazem flores...

Que bom que há versos nobres de um latim esmerado e que no casebre ao lado residam os verbos pobres...
Se um ao outro descobre qual parentesco de rimas, os dois vivem o mesmo clima com liames e convergências...
Curvar-se é uma reverência e não uma subestima...

É salutar que se saiba aonde se quer chegar; viver sem pestanejar a história que n'alma caiba... há mal que nos descalabra de futuros infecundos, que traz por sopés profundos presentes vis, de bolores... mas com harmonia e cores desejo pintar meu mundo.

Minhas memórias pulsantes, bestiais, são tratados infinitos de loucuras...

Viver é lutar

viver é sempre lutar
com garra e com coragem
perder, ganhar, sem se haurir
sempre focado prum norte...

ter porte pra prosseguir
e não se queixar da sorte
é ser teimoso e tentar
sem hesitar desistir...

é ser forte pra se erguer
a cada vez que cair
crescer à dor de seus cortes
contudo sobreviver
a meio passo da morte...

Enquanto houver lucidez


Enquanto houver um mínimo de lucidez
nem tudo estará perdido
contraditório ou não
todo equilíbrio é possível...

toda loucura é cabível...
visto que tudo passa
viver não chega a ser insofrível
pois toda a vida é ilusão

a dor pode ser aprazível
pois todo martírio é vão
todo delírio é são
e a morte é iniludível.

O silêncio constrói distâncias.