Coleção pessoal de barbaramelosiqueira

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Menino de rua

Estava ali tão só,
rodeado por gente,
tu eras um bicho,
um resto de gente.

Aprisionado em dores,
eras alvo inocente,
tu eras uma vítima,
da sociedade demente.

Eras um anjo coitado,
ninguém compreendia,
tu eras ser nocivo,
e mal nenhum fazia.

Jogado ao leu muito cedo,
com frio e fome sofria,
tu eras a escória infeliz,
que ninguém reconhecia.

Tua imagem, tristeza,
revelava muita dor,
tu eras mais uma vida,
que sem vida ficou.

Se sou poeta?

Sei lá!
Eu sei rimar,
poetizar,
com as palavras
brincar.

De uma lágrima
faço rima,
de um sorriso,
faço rima,
das tristezas,
faço rima,
dos dilemas,
faço rima.

E como diria Lispectro,
com o cal do meu dia,
faço minha poesia.
(...)

Então, sou poetisa?

Semear

Semear o bem é fácil,
isso em qualquer lugar.
Acontece em sua casa,
na família, no seu lar.

Trabalhando com valores,
o mundo pode mudar.
Uma família mais feliz,
vai o mundo transformar.

Semear o bem é fácil,
basta você acreditar.
Os valores familiares,
pode a sociedade mudar.

Ensinar boas virtudes,
é papel do cidadão.
Que é chefe de família,
não é só da escola não.

O valores fundamentais,
são os pais que os ensinam.
Ensinando virtudes e valores,
que a sociedade determina.

Se eu partir

Se eu me for
Na aurora que chega
E logo passa
Serei cor,
Presença
Em sua memória.

Se eu me for
Com o dia que chega
Mas logo se vai
Serei vida,
Presença
Em sua história.

Se eu me for
Com o tempo que vem
E sem pressa se vai
Serei parte de ti,
Presença
Em seu coração
E em suas memórias.

No correr do tempo,
passam minutos,
chegam as horas;
mas você sempre fala:
_ Ah, que demora!

Com lágrima nos olhos...
perguntou o poeta ao passarinho:
_ Por que cantas, se estás preso?
O passarinho responde:
_ Por que escreve lindos poemas,
se estás triste?

É uma honra

É uma honra
Ter chorado, e até sofrido
Ter exaustivamente vivido
É uma honra
Ter amado, me apaixonado
Grandes amores vivido
É uma honra
Ter superado, evoluído
Grandes batalhas vencido
É uma honra
Viver, aprender, sofrer,
Superar, vencer
É uma honra envelhecer!

Eu rascunho

Rascunho inacabado
Ainda não estou pronta
Tenho reticências futuras
Meus pontos são contínuos
Uso vírgulas para continuar
Minhas mãos ainda buscam
Meu coração busca amor
Rascunho muitos sonhos
Na brisa da chuva que vem
No sol que anuncia a vida
Na lua que celebra o amor
No riso da inocente criança
No beijo ardente dos namorados
Rascunho meus passos
A cada dia, cada manhã.

Plantou lágrimas a vida toda...
Lágrimas do próximo,
a quem magoou...
Quis então colher flores,
ou quem sabe amor...
Mas sua colheita,
foi apenas dor...

Acredito na vida

Ainda assim,
acredito na minha força interior,
na minha perseverança.
Ainda assim,
vivo na certeza de chegar ...
Chegar aos lugares desejados, aos objetivos.
Ainda assim,
vivo em harmonia com os sonhos.
Ainda assim,
vejo a realidade com bons olhos.
Com olhos de quem acredita na felicidade.
Ainda que doa às vezes, acredito na vida.

Uma semente

Sou eu a semente,
pedaço de gente,
que sonha que sofre,
sou carne sou mente.

Sou eu a semente,
querendo o ausente,
germino somente,
em estado de amor.

Sou eu a semente,
buscando em mente,
esquecer-te enfim,
arrancando o de mim.

Sou eu a semente,
um bicho com fome,
na rua sem nome,
em estado de dor.

Sou eu a semente,
em sonhos nocivos,
me perco em medos,
nos sonhos perdidos.

Sou eu a semente,
em sonhos de amor,
sonho em segredos,
e suspiro de dor.

Sou eu a semente,
no canteiro jogada,
sozinha encontrada,
mas que germinou.

Sou eu a semente,
do fruto usada,
um resto de gente,
que sem rumo ficou.

Sou eu a semente,
que venceu de repente,
de forma contente,
buscando o amor.

Sou eu a semente,
sofrida magoada,
que despedaçada,
no amor superou.

Diante da desgraça que se tornou este mundo, só posso pedir a Deus misericórdia. Misericórdia pelos nossos filhos e filhas. Misericórdia pelos pais e mães e que sofrem as dores de seus filhos. Misericórdia até por estes infelizes que esqueceram - se de que são feitos à imagem e semelhança de Cristo. E que tudo o que Ele espera de nós, é amor... amor a Deus, amor ao próximo, amor à vida.

"Você é enfim, o resumo dos seus próprios passos, de suas escolhas; resultado concreto do que foi e é capaz de arquitetar em pensamento."

Livre in versos

Não aprisione meus versos
Já não são mais seus...
Talvez tenha sido um dia
Mas agora são do mundo.

Não queira tomar posse
De algo que não é seu
Assim como um dia fui sua
Meus poemas "eram" seus.

Deixe os soltos pelo vento
Seja de quem os quiser...
Não enjaule um passarinho
Que nem sabes de quem é.

Meus versos são como vento
Vivem soltos por aí...
Só os sentem quem quiser
Se não quiser deixe os seguir.

São meus versos liberdade
Nas asas dos passarinhos
Seus desejos, serem livres
Livres, fora do seu ninho.

Sentimentos

Lanço mão de meus sentimentos
os faço de objeto _ quando quero!
enlaço os, se possível, sem demora
ou... solto os, por aí _ como loucos!

Abro mão deles, se for o caso
deixo os livres, livres de mim!
pobres sentimentos, os meus
não me tem mais em domínio.

Eis os meninos dos meus versos
são brinquedos das palavras
palavras que se jogam loucas
em papel branco marfim...!

Sentimentos tão afáveis!
hora sôfregos, serenos...
hora brasa, eloquentes
hora loucos, puro veneno!

Mas enfim, são objetos
objetos de mim... enfim!
agora é assim... enfim!
simplesmente dona de mim!

Borboletear

Com destreza, e plena certeza do que fazia.
Ela ia divertindo-se no jogo das palavras.
Palavras para ela, eram lindas borboletas.
Então, ela borboleteava...
Rabiscava, com firmeza as palavras,
que lindamente borboleteavam.
Borboleteavam em círculos,
indo também para a direita,
e depois para a esquerda.
Em diversas cores e formas,
ela, e as borboletas...
borboleteavam...

"Quando o inusitado acontece,
quando o inesperado te espera
quando o que espera não vem
quando o que acontece assusta
quando o inusitado é que vem
...seja inusitado também...!"

Colorindo

Vi num livro minha vida,
mas quase tudo em branco.
E o título ali dizia,
Eis sua vida...
Assustei-me com aquilo,
não podia acreditar.
O que fazer com esta vida,
que sem cor ali esta.
Um estalo nos sentidos,
foi o que senti ali.
Uma vontade de escrever,
colorir e colorir...
Vou mudar toda esta história,
cruzar os braços jamais.
Pincel, caneta, tinta...
papel em branco nada mais.
Fui pintando devagar.
ora firme, ora trêmula,
não podia fraquejar,
tinha que valer a pena.
Sonhos, medos, esperanças...
papel em branco nada mais.
Fui pintando com firmeza,
descobrindo com jeitinho,
na melodia dos sonhos,
fui traçando meus caminhos.
Esta bem melhor agora,
um colorido bem melhor.
Pintei flores, pintei verde,
ascendi minha esperança.
Desenhei faces serenas,
pessoas da minha infância.
Este livro em construção,
estou vivendo agora.
Colorindo o sem medo,
vou pintando até agora.
Pintando meu destino,
é que faço agora.
E o que estas esperando,
que não faz o mesmo agora?