Coleção pessoal de ateodoro72
Embora a morte que deixa quase todos impactados seja só a morte física — muitas pessoas depressivas vivem à exaustão…
De tanto morrer a prestação.
Vitimando corpos que seguem em movimento enquanto o espírito já se despede em parcelas invisíveis, abatidos por uma dor que o mundo insiste em não querer contabilizar.
A depressão é, talvez, a forma mais lenta, silenciosa e medonha de luto: o indivíduo se despede de si mesmo gradualmente, sem flores, sem velório, sem alardes…
E o mais triste é que, ao contrário da morte física, essa não desperta o mínimo de compaixão — desperta julgamentos.
Às vezes, é muito mais fácil ver só fraqueza e frescura onde só há cansaço mental, e desleixo onde só há desespero, do que praticar a empatia.
Talvez um dia, quando entendermos que o sofrimento do outro também tem voz, ouçamos os que morrem devagar, antes que seja tarde demais.
Talvez não haja obscenidade maior que a busca por rostos doces, embalados por vozes aveludadas, enquanto se despreza a beleza bruta das palavras alicerçadas na verdade.
Crescendo em Estatura e Graça, está aquela que veio para Laurear meus dias e, por vezes, me salvar até de mim mesmo: minha neta favorita!
Embora a morte que deixa quase todos impactados seja só a morte física — muitos depressivos vivem à exaustão, de tanto morrer a prestação.
Sem a ajuda do braço mais forte — parte da sociedade e do próprio Estado —, o crime jamais se sustentaria.
Ele não sobrevive apenas da astúcia dos que o praticam, mas da conveniência dos que fingem não vê-lo e da conivência dos que o retroalimentam.
Grande parte da própria sociedade que o demoniza também é criminosa, só comete crimes diferentes.
É no silêncio das instituições, na corrupção disfarçada de burocracia e na indiferença coletiva que o crime encontra solo fértil para florescer.
Enquanto a força que deveria combatê-lo continuar a servi-lo — por medo, interesse ou omissão —, a injustiça deixará de ser exceção para se tornar estrutura.
E nesse cenário, o verdadeiro perigo não está apenas nos que transgridem a lei, mas nos que a manipulam em nome dela.
Se soubéssemos ao menos admirar a disciplina dos japoneses como eles admiram o nosso futebol, talvez a nossa primeira derrota não fosse tão vergonhosa.
Num mundo onde quase tudo pode ser dito, mas quase nada escutado — talvez o bom ou mau-humor seja nocivo aos Donos da Verdade que não conseguem se despir da Toga do Moralismo.
Onde se fala muito e ouve-se muito pouco — o ruído é constante, e o humor se torna muito perigoso.
Talvez o bom ou o mau-humor sejam nocivos apenas aos donos da verdade, esses que vestem a toga do moralismo como se fosse um escudo contra qualquer desconforto.
Não suportam o riso porque o riso desarma, não suportam a ironia porque ela revela, e não suportam o espelho que o humor, em sua essência, quase sempre oferece.
Enquanto o mundo se divide entre os que falam e os que reagem, o ouvir continua sendo o ato mais revolucionário — e o rir de si mesmo, o mais Libertador.
Pois, para os que não conseguem rir de si próprio, as palavras perdem o dom de tocar para alimentar o vício de ferir.
Em honra aos Mestres, o Maior de Minas dá aula — de futebol, de resiliência e de como não se deixar abater pelos Menores que acreditam que a grandeza se sustenta no grito.
Um dos maiores e mais belos propósitos da Fé é constranger o impossível.
Porque a Fé não é ausência de dúvida — é presença de confiança.
Ela não se alimenta de garantias, mas de esperança.
É o gesto mais ousado de quem planta mesmo sem ver o solo fértil, de quem continua caminhando mesmo quando o chão parece ter desaparecido debaixo de seus pés.
A Fé é essa força bruta silenciosa que, ao invés de discutir com o impossível, o constrange com pureza, entrega, insistência e resiliência.
Ela não o vence pela lógica, mas pelo amor.
E quando o impossível, envergonhado, se curva diante da perseverança dos que creem, é ali que o milagre acontece — discreto, sereno, e profundamente humano.
Sempre que vejo religiosos divididos, digladiando e se julgando pela Mãe do meu Senhor, lembro o quão fácil foi persegui-lo.
E ainda há quem defenda o Céu com flechas e pedras na mão.
Quem diga amar o Cristo, mas incapaz de reconhecer o amor no olhar do irmão.
Quem cite versículos para erguer muros — e não pontes…
Sem se esquecer dos que se valem do nome de Deus e da igreja para se esconder, aparecer e se promover.
Talvez o maior escândalo da fé não esteja nas diferenças doutrinárias, mas na incapacidade de amar sem rótulos.
Foi esse mesmo zelo sem ternura que O condenou — não o ateísmo, não o império, mas a arrogância de quem julgava conhecer melhor a vontade do Pai.
E assim, em nome d’Ele, seguimos ferindo o que há de mais Divino: o Amor ao próximo!
Que a nossa criança interior não pode morrer, é um fato — que ela não pode matar a criança dos outros — é outro.
Dentro de cada um de nós, habita — ou deveria habitar — uma criança: curiosa, brincalhona, sensível, carente de encantamentos…
É ela quem nos distrai da seriedade cobrada pela vida adulta, nos impedindo de empedernir por completo, e quem nos faz rir de bobagens, sonhar alto e acreditar em recomeços.
Mas há um perigo deveras sutil, quando transformamos essa criança em centro absoluto do mundo: ela deixa de ser símbolo de pureza e se torna instrumento do ego.
Há adultos que justificam suas imaturidades em nome da autenticidade — como se sinceridade fosse salvo-conduto para a falta de empatia.
E assim, ao defender sua própria “criança interior” a qualquer preço, acabam ferindo a dos outros com ironias, indiferença ou desprezo.
A verdadeira maturidade não está em silenciar nossa criança, mas em educá-la.
Ensiná-la que o mundo não gira apenas em torno dos seus desejos, que brincar não é o mesmo que zombar, e que crescer é aprender a reconhecer o outro como extensão da própria humanidade.
A criança interior merece e deve viver — mas sob a tutela do adulto que devemos aprender a ser.
A criança que — graças a Deus — ainda vive em mim, saúda a criança que vive em ti!
Feliz Dia das Crianças, do mundo inteiro e da que vive dentro de você!
Sempre que a saudade desiste de fingir costume e me abraça um pouco mais apertado, o que me consola é a gratidão e a certeza do azar de ter tido tanta sorte.
A terra fica profundamente entristecida com a sua partida, mas com a esperança de vê-la laureada no céu!
Vá em paz!
Apesar do carinho de alguns discentes que ainda resistem à Indiferença — entre o Descuido do Estado e a Romantização do Ofício — o Dia do Professor se sustenta mais em Reivindicações que em Comemorações.
Os que só veem a Felicidade nas Grandes Conquistas, ainda não tomaram Vento na Cara com ela no Carona.
Tão medonho quanto aos seus problemas, é um país acumular a mesma quantidade de especialistas que eles.
O brasileiro, em sua maioria, carrega dentro de si a estranha mania de se achar especialista em quase tudo — é médico nas segundas, repórter nas terças, técnico de futebol nas quartas, teólogo aos domingos, juiz e cientista político em tempo integral.
Opina com tanta convicção sobre o que nem consumiu e sentencia com a segurança de quem jamais se atreveu a se questionar.
Tão ávidos e apaixonados pelas respostas, ignoramos que o mundo subsiste mais pelas perguntas…
Talvez seja tão somente uma forma de sobrevivência intelectual em meio ao caos — ou, quem sabe, um capricho coletivo para não ficar a dever aos políticos que também aprenderam a ser influencers de quase tudo e especialistas em quase nada.
E assim seguimos, palpitando — sempre cheios de certezas — enquanto a ignorância se disfarça de sabedoria e a vaidade faz parecer que já desbravamos e entendemos o mundo, quando mal entendemos a nós mesmos.
Que o Senhor — o Dono da Verdade — nos livre do infortúnio de tropeçar na demonização da dúvida!
Amem!
Nosso país e o mundo precisam subsistir, assim suponho!
Tão medonho quanto aos seus problemas, é um país acumular a mesma quantidade de especialistas que eles.