Coleção pessoal de ateodoro72

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⁠Algumas primeiras vezes são realmente muito difíceis, mas todas são inevitavelmente memoráveis.

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, então diga isto com uma imagem.

⁠⁠O Vício de Brincar com as Palavras e as Imagens, tem seus Riscos: às vezes são elas que se juntam para brincar com a gente!


Brincar com Palavras e Imagens sempre parece um gesto inocente — quase infantil.


Mas quem se arrisca nesse ofício sabe: nada é tão simples quanto parece.


Porque, palavras têm memória!


Imagens têm humor.


E ambas, quando percebem que estamos distraídos, fazem complô.


Às vezes se juntam para dizer o que não ousamos.


Por vezes até revelam o que tentamos esconder.


Às vezes devolvem à nossa própria mente uma pergunta que nem formulamos…
mas que, de alguma forma, já nos habitava.


Brincar com elas é um vício, e sim, — do tipo que não pede perdão.


E cada frase escrita, cada imagem criada ou editada, leva um pouco de nós…
mas também devolve algo que não sabíamos termos entregue.


No fundo, talvez o risco maior não seja brincar com elas.


O risco mesmo é quando elas resolvem brincar conosco —
e, sem pedir licença, sem medo e sem culpa, revelam aquilo que nós estávamos evitando descobrir.

⁠Feio não é se abrir na internet…
Feio é um mundo tão abarrotado de gente, mais disposta a falar do que a escutar.


Quando alguém se arrisca a desabafar online, muitas vezes não está buscando atenção — está buscando Sobrevivência.


Chegar a esse ponto pode ser, sim, a última tentativa de encontrar um ouvido disposto a escutar, um olhar que não julgue, um coração que ainda tenha espaço para acolher.


Vivemos em tempos muito difíceis, em que quase todos têm voz, mas poucos têm paciência.


Todos opinam, mas poucos compreendem.


Quase todos estão prontos para responder, quase ninguém está disposto a ouvir.


E ouvir, nos tempos de hoje, virou quase um ato de Misericórdia.


Um gesto tão simples, mas tão raro: Parar, Respirar e Permitir que o outro exista na sua dor, sem ser Ridicularizado ou Diminuído.


Porque, no fim das contas, o Desabafo Online não revela a fraqueza de quem fala — mas a ausência de empatia de quem não quer ou não sabe ouvir.


E isso, sim, é tão Feio quanto Medonho.

⁠A psicóloga está acabando comigo:
mandou-me separar um caderno só para anotar as incidências de estresse…


Só estou fazendo para comprar caderno!


Parece brincadeira — e é também!


Mas, olhando mais de perto, percebe-se algo muito maior escondido nesse riso: quantas vezes tratamos o cuidado emocional como se fosse só mais um caderno novo na gaveta?


É a recusa disfarçada, o medo sutil de se conhecer,
de se colocar diante do espelho,
de admitir que dentro de nós também existem gavetas bagunçadas
que carecem de arrumação.


Escrever, no fundo, é isso:
um ato simples que revela abismos
e, ao mesmo tempo, constrói pontes sobre eles.


Pela palavra, evitamos novas feridas
e aliviamos as que insistem em se abrir.


Há textos que caminham sozinhos.


Nascem prontos, enxutos, inteiros.


Mas há outros que precisam calçar as sandálias da empatia
para não machucar ou confundir quem ainda anda descalço dentro da própria alma.


E, é nesse vai-e-vem entre provocar e acolher
que percebemos algo curioso:
quando aprendemos a brincar com as palavras e com as imagens,
elas se juntam para brincar conosco.


A escrita deixa de ser esforço
e passa a ser companhia.


A arte deixa de ser fuga
e vira travessia.


É aí que o caderno muda de função.


De simples objeto, ele se transforma em lugar:
um lugar onde a dor descansa,
onde a graça do cotidiano floresce,
onde a alma encontra espaço para respirar.


E se eu tenho um desejo para quem se senta para folhear conosco esse “nosso caderno”,
é que saia daqui um pouco melhor do que entrou.


Porque a palavra bem cuidada faz isso —
acolhe, reorganiza, ilumina.


E quando compartilhada com sinceridade,
cura quem escreve e quem lê.


No fim, terapia ou não,
a escrita é um jeito silencioso de cuidar do mundo.


E, quem sabe, de nós mesmos também.

⁠Com tanta gente Machucada no mundo, até os Carinhos nos cobram mais Cuidados.


Vivemos tempos em que o afeto deixou de ser apenas gesto; virou responsabilidade.


Já não basta estender a mão — é preciso saber onde tocar, como tocar — e até quando tocar.


Porque a pele do outro, tão marcada pelas cicatrizes da jornada, reagiu aprendendo a se proteger antes de se abrir.


E, ainda assim, o mundo continua faminto de ternura.


Talvez por isso os carinhos sejam hoje tão raros e tão preciosos: eles precisam atravessar medos, memórias e desconfianças antes de chegar ao coração que ansiosamente os espera.


E, quando chegam, chegam devagar — quase pedindo licença — porque sabem que qualquer descuido pode reacender dores antigas.


Mas o cuidado não enfraquece o carinho; ele o aperfeiçoa.


É no gesto atento, na palavra que não invade, no silêncio que acolhe, que o afeto encontra seu caminho seguro.


Afinal, quem carrega feridas aprende a reconhecer quem toca para ferir e quem toca para curar.


E talvez seja nisso que a Humanidade ainda tenha Salvação: na coragem de oferecer Carinho mesmo quando ele exige mais cuidado… e na Humildade de recebê-lo mesmo quando ainda Dói.

⁠Ambas as fichas podem cair...
Mas se ambas demoram, imagina a fixa.

⁠Os que não vivem de Verdades Fabricadas para arregimentar Inocentes, não precisam subir o Tom, nem se valer de Citações Bíblicas para impactar Fanáticos.


O Abraço da Serenidade


Porque a verdade, quando é vivida — e não fabricada —, fala baixo, mas ecoa na eternidade.


Vivemos tempos em que a força da voz e o volume do discurso parecem ter se tornado sinônimos de autoridade.


Mas a verdadeira autoridade — aquela que não exige gritaria nem dogma — nasce da integridade.


Quem não se assenta sobre “verdades fabricadas” — aquelas construídas para mobilizar plateias, conquistar devotos ou erguer trincheiras — não precisa de plateia, nem de holofotes, nem de frases decoradas prontas para ecoar.


Quando nosso discurso se sustenta sobre fatos claros, sobre o respeito mais que devido à dúvida e à complexidade, ele já traz consigo uma leveza silenciosa.


Não exige acréscimos para soar forte, porque sua força reside justamente em não manipular — em não buscar “inocentes” para transformar em massa, nem “fanáticos” para impressionar.


O impacto autêntico não é obtido elevando o tom ou acumulando citações célebres.


Ele se gera quando as ideias sussurram e reverberam, em vez de berrar.


E há algo de muito profundo nessa serenidade: o que se diz com calma e clareza não entra em guerra com a consciência; ele a convida a despertar.


Ele se abre para o outro, e não o fecha.


Normalmente, ele pergunta mais do que afirma.


Ele permite que a dúvida, em vez de ser inimiga, seja aliada — o terreno fértil em que nascem a liberdade e o pensamento próprio.


Em suma: a integridade do discurso não depende de espetáculo.


Depende de verdade — não da que se monta para impressionar, mas da que se vive para transformar.


A Serenidade sempre abraça os que não precisam gritar.

Os que não vivem de Verdades Fabricadas para arregimentar Inocentes, não precisam subir o Tom, nem se valer de Citações Bíblicas para impactar Fanáticos.⁠




⁠Não podemos seguir — Ferindo o Próximo, Ferindo o Mundo


Já estamos quase conseguindo transformar o Paraíso — chamado mundo — que nos foi entregue,
Numa verdadeira bola de neve...


Insensíveis, imprevisíveis e gananciosos,
já não queremos dividir o mundo —
queremos tomá-lo, dominá-lo.


Por capricho, descuido ou maldade,
estamos ferindo quem deveríamos cuidar:
o próximo.


Com tanta gente disposta a ferir,
precisamos cuidar um pouco mais de nós mesmos...


Mas é preciso sermos cuidadosos
até no ato de nos proteger —
para não nos blindarmos
a ponto de nos empedernir.

⁠Talvez a pergunta que se faça seja: o que esperar de uma CPI do Crime Organizado feita pelo Crime Desorganizado?


O espetáculo começa antes do expediente.


Os refletores acendem, os microfones se aquecem e os justiceiros-influencers ajeitam o paletó como quem ajusta o figurino do herói.


O povo, já acostumado à reprise, senta-se diante do mesmo palco e ainda finge surpresa.


Enquanto o Crime Organizado age com método, silêncio e disciplina de quartel, o Crime Desorganizado tropeça nas próprias narrativas, encena virtudes e ainda transforma a nossa indignação em conteúdo patrocinado.


Um se esconde nas sombras; o outro, nelas se promove


Dizem que o desorganizado é menos perigoso — mas o caos, quando ganha crachá e holofote, se torna uma arma mais letal: convence a parte apaixonada do povo de que combate o mal, quando apenas disputa o comando dele.


O resultado é o mesmo: o crime segue impune, apenas muda de palanque.


E o público, anestesiado por discursos reciclados, ainda aplaude a encenação da ética feita por quem a vende em lotes.


No fim, o verdadeiro crime não está nas ruas, mas nas mentes que já se acostumaram com o circo.


Porque o que se investiga, afinal, não é o crime — é o espetáculo do crime.


E o país, cansado, segue acreditando que o palácio difere da cela... apenas porque as grades do poder são douradas.

⁠Talvez o melhor lugar para se Demonizar a dúvida seja o aconchego das Verdades Aveludadas.


É curioso como o ser humano, em nome da paz interior, constrói castelos de certezas com tijolos de incertezas mal resolvidas.


E, uma vez confortavelmente instalado, passa a olhar com desdém para qualquer sopro de dúvida que se atreva a bater à sua porta.


A dúvida, porém, é visita nobre — é ela quem areja as salas abafadas da mente, quem desmancha o mofo dos dogmas e faz circular o ar do pensamento.


Mas o aconchego das verdades aveludadas é macio demais!


E poucos se arriscam a trocar o travesseiro da convicção pela cama fria da reflexão.


Talvez por isso se demonize tanto a dúvida: porque ela incomoda os que aprenderam a amar o próprio engano.


Mas, ai daqueles que o fazem…


Ai daqueles que, embriagados pelo perfume das próprias certezas, caminham pelas estradas espinhosas da arrogância intelectual.


Renunciam à graça de poder se questionar, mas se julgam aptos a questionar o mundo — esquecendo que a mente que não duvida — não floresce — apodrece em Silêncios.


Aprendamos a fugir do aconchego das verdades aveludadas!
Amém!

⁠Sempre que as certezas se atreverem a flertar com a nossa Liberdade de Pensar, que a dúvida nos abrace! Amém!


Porque é no abraço da dúvida que o pensamento, livre, leve e solto, respira — livre do jugo das respostas prontas, longe do conforto das verdades fabricadas.


A dúvida não é inimiga da fé nem do saber; é o ventilador da consciência, o sopro que impede que o pensamento apodreça no mofo das convicções.


As certezas constroem muros, a dúvida, pontes.


A certeza se alimenta da repetição, a dúvida, da curiosidade.


A convicção grita, a dúvida escuta.


E se o mundo parece girar ao som das certezas, é apenas porque poucos ainda têm coragem de dançar ao ritmo incerto da dúvida.


Que nós nunca nos acostumemos com o conforto das respostas — e que a nossa liberdade de pensar por conta própria seja sempre maior do que a vontade de estar certo!


Amém — mas com o coração movimentado e aquecido pela dúvida.

⁠Não há um livre sequer, pois ninguém é tão livre ao ponto de não querer estar preso àquele que o libertou.


A liberdade que o Evangelho anuncia não é um rompimento com tudo e com todos, mas uma reconciliação com a origem.


Não é o grito do “eu posso tudo”, mas o sussurro do “Nele tudo posso”.


Porque a Verdadeira Liberdade não nasce da ausência de vínculos, e sim da presença certa de um Amor que não escraviza, mas sustenta.


Quando Cristo nos liberta, não nos lança ao vento — Ele nos acolhe no abraço que dá sentido até ao ar que respiramos.


A alma, antes acorrentada, descobre que o mais doce dos cativeiros é permanecer junto d’Aquele que lhe devolveu o chão e o céu.


Ser livre, então, é querer permanecer preso — não por medo, mas por gratidão.


Preso ao olhar que compreende, à voz que acalma, à cruz que redime.


Preso, sim, mas por escolha amorosa; por saber que longe d’Ele, toda liberdade é ilusão, e todo voo termina em queda.


A liberdade sem Cristo é deserto;
a prisão com Ele é paraíso.


E no coração do liberto ecoa o paradoxo divino:
quanto mais o Cristo me prende com laços de amor,
mais livre me torno.


Eis o Maior Paradoxo da Liberdade!


Sê Livre, estejas Preso!

⁠⁠Não há cuidado mais Bonito e Charmoso que cuidar de quem não está doente.




Porque a declaração de amor mais cheia de charme e beleza é aquela que cuida, mesmo sem precisar.




Há cuidados que nascem da urgência — e há outros que florescem do afeto.




Cuidar de quem está bem é tocar o invisível: proteger a saúde com ternura, manter o riso aquecido antes que o frio chegue.




Quando o cuidado não vem do medo, mas da vontade de permanecer, ele se transforma em poesia.




É um gesto que se adianta à dor — um afeto que não espera a ferida abrir para se apresentar.




Porque o verdadeiro cuidado é assim: não grita, não exige, não visa retorno — apenas se oferece, como quem descobre beleza no simples ato de permanecer por perto.

⁠Talvez o jeitinho mais charmoso de escapar das insídias da polarização seja instigar os próprios neurônios.


E, quem sabe, instigando-os, consigamos tirar para dançar os apaixonados por ela — sem precisar dançar no mesmo ritmo, pisando em pés ideológicos.


O difícil é provocar alguém a pensar com a própria cabeça quando o aluguel já foi pago pelos discursos prontos, pelas frases feitas, bordões ou slogans.


O conforto das frases feitas é tentador e embala muita mente cansada.


Pensar dá trabalho...
Repetir, nem tanto.


É muito mais fácil vestir um discurso à pronta entrega do que costurar uma ideia.


Mas o exemplo ainda tem o poder de constranger a preguiça mental que a polarização — reinventada — promove.

⁠O machismo é o medo dos homens das mulheres sem medo.

⁠⁠Às vezes, alguns Desavisados precisam tropeçar na beleza dos Bem Resolvidos para lembrar que a Felicidade existe.⁠

⁠Não há um livre sequer, pois ninguém é tão livre ao ponto de não querer estar preso àquele que o libertou.

⁠O mundo jamais daria voz aos idiotas — não fosse pelo privilégio de descobri-los.