Coleção pessoal de anelelink

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⁠Eles se comportam como uma massa única
Os bons se misturam com os podres
Eu no meio, sou igual a todos
Um empurra o outro
Disputam por um espaço
Há suor de uma raça digna
Há suor de uma raça maligna
Eles olham para lugar algum
As sobrancelhas se elevam
Olhares atentos ao que é incomum
Eu no meio, sou igual a todos
Um empurra o outro
Disputam por um banco
Há suor de uma vida sofrida
Há suor de uma raiva incompreendida

⁠Caminhando sozinha pela rua de pedras... Adiante uma casa iluminada, a garagem aberta, algumas crianças brincando na frente, duas delas em pé me fitavam o olhar, uma delas era uma menininha de cabelos loiros e disse ao seu amigo olhando em minha direção:
- Até que ela é legal!
Com sua voz doce de criancinha e um sorrisinho sincero disse mais um simples:
- Oi!
Então as outras quatro crianças disseram em coro, todas olhando em minha direção:
- Oi!
Conferi a rua em minha volta para confirmar que estavam mesmo falando comigo e sim, estavam!
- Oi!
Respondi a elas sorrindo.
Incrível como uma garotinha de 5/6 anos soube me dizer exatamente o que precisava ouvir... "Até que ela é legal" soará em minha cabeça por um bom tempo, será o meu lema de esperança.
Pequena garotinha eu realmente tento ser, tento dar o meu melhor em tudo que faço, tento ser o meu melhor com todas as pessoas, mesmo que o meu melhor tenha essa aparência de "mongolona"/doidona/desajeitada e tento ser melhor ainda com as pessoas que admiro e pelas quais tenho grande respeito, tento por amor em tudo que faço, em tudo que sou, porque isso me completa e me equilibra e sim, espero que as pessoas me achem "legal", até porque considero a maioria delas legais
Mais adiante por coincidência, a frente de uma casa um grupo de pessoas oravam pela paz no mundo, sussurrei baixinho: Que assim seja.

⁠se ela é flor
eu sou o amor
inventor da dor
por onde andas
perdida se encontra
equilíbrio moça
de noite é sombra
quando deves na soma
certo que compra
espera o assovio
atenta com o lobo, o uivo
faz teu diluvio

⁠22 estações e meia
Uma é sempre palco
Pressa, riso, violência
Cada um atua da forma que convém
Oi, sai da frente
Metralha com o olhar
Bate em toda gente
Um sorri com uma mensagem no papel
Que muitos estão a entregar
Algumas veem de delinquentes
22 estações e meia
E não há como entrar
Entropia na porta
Segunda Lei sendo posta
Com licença as vezes se escuta
É um bate e empurra
Um músico cantando
Será que alguém o escuta?
Sentadinha fico eu aqui
Só imaginando

⁠Quando o nunca parece ser abstrato
A zona de conforto se divide
É preciso saltar
Não que seja necessário lutar
O que importa é enfrentar
Quando a menina chama seu nome
Escute o tremer das cordas vocais
O entrelaçar dos anjos na cadeia
Nada importa quando não há paz
Bate o coração de madeira
Centrípetos polegares grudados em juramento
Nasci em um tempo de chão
Terra e barro, bem na contramão
Aqui sem mata
Me distinguo por ter um bom coração
As vezes as luzes ofuscam tudo
As vezes isso deixa a cidade sem emoção
As vezes o que quero é um abraço coletivo
Aprender que quem samba dança
Digo isso para um menino
Cheiros diversos no ar
Substâncias e moléculas
Não sei o que estou a respirar
A árvore de concreto
Eis um mito sem sentido
O humano cresce
E destrói o mundo
Existe amor dentro do corpo
Que pulsa conforme a música
Eis a forma mais bonita de expressão
O olhar de uma paixão
Eis que nem sempre corresponde
O amor come o tempo e come a saúde
Eis que muitos se descontrolam
Perdem a noção do que as embalam
Nasci em um tempo igual a de muitos
Porém muitos estão longe de mim
São diferentes,
Na minha cabeça crio mundos sem fim
Onde gente é louca como eu
Onde sou normal como todos
E onde pouso sem controle
Gente que nem eu
E eu como todos

⁠Quero beijar teu corpo como se esse fosse o maior brigadeiro do mundo
Quero ser um raio de sol a tocar sua face pela manhã
De fininho usar dos lábios para te fazer feliz
Ser você dentro de mim
E ser o que for a mais possível de nós
Quero me deitar sobre teu peito como uma criança que se joga em uma piscina de bolinhas
Quero ouvir seu coração bater como quem escuta toda vibração do oceano
Quero ter de você os versos mais simples e ousados de um poeta que sonha muito além de si mesmo
Quero ser chão e céu, o átomo que entra em suas narinas e o mantém vivo
Quero dizer todas as palavras que mereces ouvir e ir além do que você entenda
Suprir toda necessidade desse calor incontrolável que pulsa pelo corpo e pela mente
Que seja necessário sempre mais para saciar a gente
Que seja nós na imensidão do nosso cosmo e de nossas borboletas
Que brilhe sua estrela sempre ao pensar na minha
Que nunca deixe de bailar ao escutar o som que fazem os hormônios na cabeça
Que irradie sua luz e contemple a todos e que para carregá-la seja necessário plugar-se a mim
De mãos vazias simples humilde construa uma fortaleza única no universo muito divino
Que não haja nada mais importante do que esta energia que dissipa de nossos corações
Quando houver frio que o vento traga força para dar ignição ao pulso firme a mover nossa paixão
Que seu estrelato não o ausente de mim, assim como o meu não o afaste de ti
De dia sejas o sol e de noite minha lua, não obstrua o caminho mas que seja companheiro do meu destino

⁠Me disseram que o azul do céu é uma ilusão
Só um reflexo da água do mar
Então o amor deve ser como o céu
Reflete o que a ele é exposto
E que bonito esse espelho do mundo
Tão doce parece esse sal

⁠Então o amor deve ser como o céu
Reflete o que a ele é exposto

⁠Trarei de volta o seu amor
Aquele que lhe fez sonhar
Que lhe fez acreditar
Eu o trarei forte
Único pra você
Darei vida, alegria
A toda escuridão que te cerca
Serei sua luz
Aquela mesma que te apagou
Trarei de volta o seu amor
Intenso e poético
Cheio de drama
Muito mais quente que a chama
Doce... doce
Delicado
Doce... doce
Perfeito
Tão, tão doce
Tão, tão meigo
Aquele que trarei de volta só para você

⁠talvez você diga
que o que busco é um espelho
sorte a deles ser um elo
me destrói não saber o que é belo
aos poucos sei, me confunde
nada além de ternura
como quem flutua
feito folha que desprende
o que diz a mente
pode a razão
ser a voz do coração?
adivinha e ignora
tudo que se pensa é uma história
e sobre quando se sente
não se destrói nem por naja nem por serpente
pudesse eu congelar
toda explosão do meu amar
escute baixinho
e mais de fininho
uma breve distância
me deixa assim em desatino

⁠Verás pobre
Homem do mundo
Na grandeza da batalha
Esquecendo seu princípio
Mentes, queira, faça-te, falha
Ouve meu pesar
Hastear por obrigação
Rasga de vez sua bandeira
Que o mundo corre
Veloz, insensato e na rasteira
Poeiras incansáveis
Gritando em desatino
Seguirei desiludido
A fermentar o que tenho percebido

⁠Há uma luz que reflete na folha
Verde, na árvore depenada pelo outono
A teoria basea-se pela observação
Eu que vivo na lua
Pouco sei do mundo aqui
Confio de olhos fechados
Me tenho deitada no colo tranquilo
Fugindo do medo que me acorda
Um barulho lá no alto
Um pássaro robusto carregando pessoas
Vem alguém de longe
Tão calmo que penso estar chapado

⁠Espero um cumprimento
Espero um chamego
Fico na dúvida
Se o amor é desatento
Dou tudo o que tenho
Almejo um soneto
Fico na dúvida
Observo as palavras
Quem diz muito
Fico na dúvida
Do que é real
Olho pro horizonte
Sabedoria do céu
Busco imensidão
No vazio do céu
Tento retirar coisas que disse
Tento retirar entregas
Fico na dúvida
Em ser verdadeira
Ou em reter o que sinto
Se propagam desculpas
Fico na dúvida
Observo em minha consciência
O mundo por janelas
Fico na dúvida
Do que é real
Quem semeia as flores que não ganho
E a tinta que espero em um papel
Espinhos em minha estrada
Floresceram quanto te tornaste réu
Olho pro horizonte
Sabedoria do céu
Busco imensidão
No vazio do céu

⁠O vento leva as folhas que estão no asfalto
Que vida insignificante as delas
Um cachorro preto me fita os olhos
Grita em seu corpo a miséria
É a insignificância emitida na pele
A natureza é psicológica
Observo as nuvens indo embora
Eu observador do mundo
Modificador; inútil
Somos uma só tempestade
Que desaba no mundo
Ouço o barulho do mar de carros
Reis e rainhas no poder
É latente o medo de crescer
Na rua um pobre florista
Não me surpreende a angústia
Somos corações capitalistas
Quem vive para amar?
Quem vive para dar?
No centro égo
Um égo centro, em qualquer lugar
Tão egocêntrico
A energia que flui entre corpos
Flui entre tudo
Quero dar um sorriso
Mas sei que o poder é bruto
Aliás, em momento mais crítico choro
E aquela gota d'água sob a folha
Lutando contra o calor e a gravidade
É uma força em equilíbrio
Quero falar sobre ela
Sobre o tronco
O que me irrita é que esperam por rima
Que patético é o tom da ironia
Eu sinto o grito de uma flor
Vou liberando minha dor
Somos a mesma semente
Entre eu e ela
O outono e o inverno
O mundo girando sua manivela
Roda que a noite vem bela

⁠este é o lugar
para redimir
para contar as moedas
que nunca estiveram aqui
o despertar
do mundo medíocre
esse lixo todo
rodeando minha mente
sou lúcida
sou linda
não sou adivinha
queria ser ar
mas sou tímida
ninguém me vê
meu amor e minha bondade
eles ignoram tudo
é um redemoinho
eu preciso crer
preciso ter
minha alma pede um círculo
sou só um resíduo da sociedade
depois de hidratado
sou convertida em escravo
dizem que este é o lugar

⁠os olhos brilhando
e as mãos unidas
correm por entre as flores
correm por entre a mata
os sinos soando
e os corações derretidos
a brisa e o frescor
eu de baixo da lua
eu sempre só na sua
sem medo
sem solidão
quero estar nua
quero ser o que ninguém vai saber
ser prioridade
jogar-me ao mar
no vazio da vida
ser além de cinza
estrela, matéria negra
mistérios a desvendar
serei sereia

Há momentos em que só sei que continuo viva, porque danço.

A bailarina que brotou em mim se desabrochou através de ti.