Não gosto de medir força...
gosto de juntar
O pior apuro
é aquele que nos colocamos
com nossa própria língua.
Invenção-Inversão-Intenção
fará a diferença
saber qual estamos alimentando.
Histórias
tempestade se instala
em um conto de inverno
como sendo sua casa
na medida do bem
Se não soubermos trazer a consciência o que nos incomoda estamos dormindo
logo teremos pesadelos
Da Saudades
O vidro
o cristal
a queda
a cola
uma única palavra
trouxe o silencio
mesmo que haja comunicação
dos lábios será
o tempo de cada um
se faz
se refaz
se desfaz
em neblina das palavras que passeiam entre nós.
Racionalizar é necessário
mas parece-me
melhor parte
a intuição
Vasto:
Espaço transposto
transcurso inesperado.
Fazer:
O muito transbordante
do menos que poderias.
Indispensável:
Ninguém é
mas pensa
O vento:
A porta bateu
fechadura quebrou inteira
Palavras desnecessárias
são pronunciadas
enquanto que o silêncio...
impressindivel é esquecido
Bati na porta suavemente
não esperei abrir
coloquei por debaixo da porta um bilhete:
- Favor devolver meu pensamento.
O perigo do muito fazer
é deixar o essencial fora
O pensamento voa
razão e raízes
não.
Conhecer em parte
julgar
pregos
vidros quebrados
arame farpado
Fico
com o silêncio
compreensão
perdão
tempo acolhe
me ensina
nem tudo é como imaginamos
mas será de acordo como escolhermos.
Naturalmente encantador
Jacarandá alonga suas raízes
abraça fortemente a terra
como sentindo-se um.
Nada do que tenho
não é teu
A tristeza que carregas
também me pertence
Tudo que nos atinge
nos transforma
mansamente
para o nosso bem
e de todos que nos rodeiam.