Coleção pessoal de alimak

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O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente...

O mais triste da arquitetura moderna é a resistência do seu material.

No céu é sempre domingo. E a gente não tem outra coisa a fazer senão ouvir os chatos. E lá é ainda pior que aqui, pois se trata dos chatos de todas as épocas do mundo.

Não me ajeito com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação direta.

Minha vida é uma colcha de retalhos. Todos da mesma cor.

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!

SIMULTANEIDADE

- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?

Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...

Mas que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existe mesmo...

Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos.

Esses padres conhecem mais pecados do que a gente...

E um dia os homens descobrirão que esses discos voadores estavam apenas estudando a vida dos insetos...

DOS MILAGRES

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

DA FELICIDADE

Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!

Ah, esses moralistas... Não há nada que empeste mais do que um desinfetante!

Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.