Cobra
"O amor é simples, a gente beija e morde, elogia e xinga, acaricia e da tapa, cede e cobra, sussurra e grita, obedece e manda, mas nunca deixa de proteger."
Não há nada de errado em recomeçar.
O tempo não cobra pressa, só constância.
E o coração se refaz toda vez que decide tentar de novo.
A bondade é a força mais discreta e transformadora.
Ela age sem testemunhas e não cobra aplausos.
Um gesto gentil pode salvar um dia inteiro.
Quem ajuda, liberta a si mesmo.
A bondade não calcula, flui.
Ser bom é um ato de coragem.
O amor incondicional é aquele que não impõe condições, que não mede esforços e não cobra retornos. É o cuidado silencioso, o colo que acolhe sem julgamentos, o abraço que conforta mesmo quando as palavras faltam. Ele permanece firme, mesmo diante das falhas, e se revela na simplicidade de gestos que aquecem a alma. É o amor que cuida, protege e se doa, apenas por existir.
“É na ausência, e apenas nela, que a consciência nos cobra o que o conforto silenciou. Pois é fácil calar-se quando tudo ao redor nos embala em omissão.”
”Trair a si mesmo é contrair uma dívida impagável. A consciência cobra juros diários dos que se omitem diante do próprio princípio.”
Envelhecer é caro.
É um corpo que cobra pedágios a cada passo,
um tempo que arranca juros da carne e da memória.
É dolorido.
A pele se rasga em silêncios,
os ossos gritam,
a mente tropeça nos próprios vazios.
É triste.
Nada de auréolas douradas,
nenhum encanto escondido.
Tentam pintar flores sobre a ferrugem,
inventar poesia no apodrecer,
mas a verdade é dura:
a velhice é o desastre que ninguém quer nomear.
E o humano, com sua mania de suavizar tormentas,
cria palavras doces para açucarar o fel.
Mas no fundo, todos sabem:
o peso dos anos não tem romance,
tem custo, dor e solidão.
“Quem muito cobra satisfação, esconde informação.”
As pancadas em satisfação, na maioria das vezes, escondem muita coisa não dita.
Existe uma fissura ali… uma ferida aberta chamada desconfiança.
E sabe por quê?
Porque o castigo de quem trai…
é nunca mais confiar em ninguém.
Quem trai o outro, no fundo, traiu a si mesmo primeiro.
E a consciência sabe.
Ela lembra.
Ela acusa no silêncio.
Essa fissura vira medo, e o medo vira controle.
A pessoa começa a vigiar o mundo inteiro —
mas o que ela tenta mesmo é vigiar o próprio erro.
No fundo, ela sabe:
a falha não foi com o outro.
Foi com ela mesma.
E é por isso que vive inquieta.
Porque a consciência não esquece o que o ego tenta esconder.
— Purificação
