Cecilia Meireles Criancas
A vida é qual um texto a redigir, cheio de vírgulas, pontos e parágrafos, até chegar enfim ao ponto final.
Minha oportuna companhia são as palavras, que desabrocham em frases lúdicas ou lúcidas da fria razão de viver.
O que mais espontâneo podemos esperar de humanos é o ódio. Sentimento este que aflora qual transpiração, sem o mínimo de razão, tão somente induzido pela antipatia gratuita e descabida da formação preconceituosa interpessoal.
A soberba humana ofusca a real insignificância do ser, que tão somente um segundo pode acrescentar ao seu viver.
E a vida se esvai, aos poucos, e viventes em letargia, insensíveis no acaso, seguindo lento ou acelerado passo, não percebe em seu marrasmo, como passa leve brisa, ou nefasto vendaval, extingue se vida, vivida ou indiferente, segue a sina ante todos, pois quais, somos sim vapores, manifestamos neste mundo e tão logo esvaecemos.
Clama a alma em prantos, inda que sorrindo pelos cantos. Vidas profanas invocando aos santos. Terror na vida, refrigério na morte, ora pois, qual seria a sorte?
Calar e observar, esperar o suceder do acaso, em manifesto existencial, na mera expectativa de vida.
As delícias da vida estão na simplicidade do sabor, na sutileza de um sorriso e no sentir um puro amor.
Reação inconcebível do ser, quando se encontram ódio e amor, vencerá o mais forte em resistir o mal intrínseco ao seu interior.
