Cecilia Meireles Criancas
O tempo passa, as coisas mudam, e até o que outrora era imposição por castigo, um dia passa a ser opção de vida, literalmente.
O tempo passa, como a chuva que cai, suas águas seguem seu destino. Assim é a vida, as muitas vidas são como as muitas águas das chuvas, vários destinos sem retroceder nas suas respectivas jornadas. O tempo é riqueza para ser bem gastada, não tem crediário, o pagamento é a vista, imediato.
Viver, ouvir e ver, lutar e vencer. Vida em ação, rios que correm no ser, a jorrar em plural direção, impelido pelo emanador da vida, o coração.
A vida nesta terra se alimenta de ilusões, e não obstante, para seguirmos vivendo, precisamos muita das vezes, de lutar para realizar, alimentar o desejo de nos mantermos vivos, sonhando em alcançar as saudáveis ambições.
Dois lugares que insistimos tentar ir que não podemos. No passado que para trás ficou e no incerto futuro que podemos não chegar.
A maior desonestidade humana se dá quando a pessoa que outrora pairava numa ignorância existencial, que tão logo galgou certa porção de conhecimento, passa então a menosprezar, zombar e ridicularizar os que não evoluíram e de certa forma não alcançaram a devida porção de conhecimento.
O saber humano é limitadíssimo, tanto que cientistas sozinhos não conseguiram nada em suas jornadas. O conhecimento humano se forma qual a matéria, depende de agrupamento de quantidades imensuráveis de átomos e moléculas para se traduzir em forma corpórea, seja de objetos inanimados ou seres vivos.
Grandes e proeminentes humanos passaram pela terra e deixaram sua parcela de contribuição para os avanços científicos, nas mais diversas áreas do saber, desde as grandiosas obras da engenharias ao menor projeto eletrônico, invisível a olho nu.
Quem és tu, desnudas um compendio científico de terceiros e logo se achas o descobridor da origem do universo? Quanta presunção, tamanha altivez, não aprendeu aprender, a respeitar os rudes no saber, ou mesmo os indiferentes em conhecer e aprender as loucas teorias que continuam a cozinhar tutanos cerebrais de mentes geniais, que noite e dia perseguem o conhecer, escravos de uma odisseia que tão logo se finda, por não ser o homem eterno, mas sempre dependente uns dos outros, porque o cientista não é nada sem o ignorante das minas de carvão, que laboram para buscar o precioso grão atômico para que sábios descubram as mais diversas formas de alcançar elucidar enigmas que amenizam o dia a dia da humanidade.
O vento que sentimos jamais será o mesmo, assim também o sentimento, como águas de um rio a correr, ou mesmo a chuva que irriga o viver.
O amor humano e o vento tem coisas em comum, chegam repentinamente, se transformam em tempestade ou se reveste em ódio ou rancor. O amor humano não é amor.
Qual magnificência dos mistérios, muitos intangíveis ao saber humano, eis a ciência do universo, ante equivocos e enganos.