Cecilia Meireles Criancas
Eu tropeço...
Eu levanto...
Eu me busco...
Eu me encontro...
Eu erro...
Eu acerto...
Eu desânimo...
Eu me alegro...
Retomo o trilho e contínuo a bela caminhada da vida.
Quando estiveres triste, com muita mágoa, procura-me. Eu estou aqui para te ouvir e alegrar, para saíres desse estado...
Quando estiveres contente e quiseres partilhar essa alegria, procura-me.
Irás cantar e dançar comigo e vamos partir a loiça toda...
Quando estiveres desanimado com o tempo, procura-me.
Eu vou te animar e estarei ao teu lado até conseguir te arrancar um sorriso...
Quando estiveres confuso, saturado, desmotivado, procura-me.
Eu vou conversar tanto contigo, que vais pedir para parar...
Ficaremos em silêncio nos olhando e vamos rir à gargalhada e aí saberás que eu estou aqui...
És imponente...
És ágil... És audaz...
Tens um andar indolente...
És majestoso...
Tens garra...
Tens um olhar dócil ao contrário da tua natureza...
Tens na pele a obra prima de um artesão...
És uma paixão nata de rebeldia...
És o mais belo animal...
Meu belo Tigre...
Tu, não ouses me julgar...
Tu não viveste as minhas histórias...
Não derramastes as minhas lágrimas...
Não percorrestes os socalcos que havia nos meus trilhos...
Tu, não vistes os meus tropeços...
Não sentistes a minha dor...
Não tens as minhas cicatrizes...
Tu, não me conheces, mas pensas que sim.
Eu observo a tua ignorância...
Volto a dizê-lo, tu não me julgues.
Assim como Buda diz, eu também te digo.
"Para ver o que poucos viram, tu tens que ir onde poucos foram."
Tão simples assim....
A lágrima que desliza sorrateiramente pelo meu rosto é de...
Alegria, por ter conseguido um feito, por voltar a ver-te, porque a vida é tão bela...
Risada, por ter ouvido algo tão engraçado, por ter visto alguém cómico...
Tristeza, por criaturas que já partiram, por acontecimentos correntes....
Nostalgia, por pessoas que estão distantes,
de momentos passados...
Mas sobretudo de felicidade, por puder vislumbrar tudo ao meu redor, por estar viva!
É na simplicidade da Natureza que purificamos a alma e nos tornamos mais capazes de enfrentar, todas as adversidades que vamos encontrando pelo caminho...
O dia desponta com o sol a irradiar a sua luz, fazendo a alegria brotar em nós...
A noite nos saúda com a sua serenidade e calmaria, para um novo amanhecer....
Um novo começo....
Ao que trabalha,
Um dia não basta.
O dia passa, sem que veja,
pois, quando acorda os braços,
já estão dormindo, os olhos.
Eles não se cansam de morrer
todo dia.
Não importa se está quente,
ou frio,
Não importa se está doente,
febril.
Faça chuva ou faça sol,
você tem que estar lá,
às 4, 5, 6, 7...
da manhã, que seja !
A gente morre a cada dia,
do mesmo jeito.
Contudo, os preguiçosos
ah... os preguiçosos,
Não tem pressa...
Nada a declarar,
quanto aos preguiçosos,
afinal, a vida é um Fred !
FIM DE TARDE
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando os meus desejos
tornaram-se seus.
O sol alaranjado era testemunha
do nosso amor.
Nesse dia construímos um mundo
(o nosso mundo).
Eramos os donos da Ilha
Eramos os donos da praia
Eramos os donos das dunas.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando a brisa fria trazia
consigo o soneto das ondas.
Quando me envolvi no calor do seu corpo
Quando nos aquecemos no calor do beijo.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando partimos felizes!
Quando o sol mergulhava no mar profundo
para por fim ao nosso dia.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Que em minha lembrança ficou...
Sou muito mais aquilo que vês...
Sou muito mais, que as frases que digo, os gostos que partilho, e as fotos que vês.
Elas falam alguma coisa sobre mim, mas pouco.
Eu sou muito mais que as atitudes que tomo, os gestos que faço, as ideias que troco, as afirmações que faço...
Eu sou a espontaneidade, a impulsividade, as gargalhadas que dou, a seriedade quando é necessária, as lágrimas contidas ou não, ou seja o que verdadeiramente eu sinto.
Eu sou o que tu consegues enxergar para além do que tu vês...
Consegues me ver?
Pessoas vem e se vão todos os dias.
E o que nos resta é um vazio enorme.
Mas a questão não é nem como,
com o que ou quando vamos preenchê-lo,
mas apenas não permitir que essa lacuna,
que esse vazio, essa saudade,
nos consuma por inteiro.
Temos que ter em mente, que ser feliz
ou estar feliz depende mais de nós mesmos,
que de outros.
Entender isso é também desenvolver algo:
amor-próprio.
Esse amor nos ajudará a gostar de nós mesmos,
cuidar de nós mesmos; se sentir bem consigo mesmo
e encontrar em nos mesmos algo que nos faça feliz.
