Cartas de reflexão
Cicatrizes que Florescem
Eu carrego o peso dos dias não ditos,
os ecos de passos que não me pertencem,
fragmentos de uma estrada sem destino,
onde a dor se enrola nas raízes do tempo
e floresce como cicatriz que canta.
Há um grito em cada gota de chuva,
uma confissão no som que corta o vento.
A alma se espraia pelos campos secos,
e o coração, inquieto,
brota em flores que não pediram cor.
Sou rio que deságua na própria margem,
meu curso incerto entre pedras e paus,
correndo por entre trilhas rasgadas
que costuram minha pele ao chão da existência.
Não há ponte que atravesse o que sou.
Em noites de silêncio denso e cru,
a lua sussurra verdades que não quero ouvir,
desvenda os espelhos internos,
onde sou herói e vilão,
onde luto contra meu próprio reflexo
até me tornar pele, osso e vontade.
E quando o sol, ao fim de seu fôlego,
se deita sobre os montes quebrados,
meu corpo, feito de sonhos e poeira,
abre os braços para um horizonte que se dissolve
no vão entre ser e querer ser.
Eu permaneço inteiro
na tempestade que arranca galhos secos,
pois sou árvore que cresce do avesso,
raiz que abraça o abismo
e flores que desafiam o solo.
Sou também a calmaria que sucede o caos,
a certeza que nasce do chão devastado,
o tronco que se curva, mas não quebra,
que desafia o vento com sua seiva viva
e canta, mesmo quando a dor ecoa.
Entre o Assassino e a Vítima
Quem sou eu?
Um humano imperfeito,
destroçado entre o espelho e a carne,
cometendo crimes contra mim mesmo,
atentados sutis que corrompem a alma
e rasgam a pele da consciência.
Sou vítima ou assassino
daquilo que me tornei?
Voluntário no ato de me ferir
ou involuntário na arte de desmoronar?
Sou necessidade que enlouquece,
psicose que se veste de razão,
ou um delírio lúcido que encena
a tragédia de ser quem sou?
Sou mesmo louco?
Ou a loucura é a máscara
que uso para não ver a verdade
do caos que me habita?
Sou mesmo eu?
Ou sou um espectro fragmentado,
uma nota dissonante
na sinfonia do que jamais fui?
Indizível.
Como nomear o vazio que preenche
os espaços entre meus gestos?
Como afirmar com certeza
que sou algo além do que falha
ao tentar existir por completo?
Se a dúvida me define,
sou tanto a ferida quanto a lâmina,
a mão que acolhe e que esmaga,
o vulto que se esconde atrás de um rosto
que mal reconhece sua própria sombra.
E se o espelho estilhaçado
reflete múltiplos eus
que coexistem na fissura do real?
Serei eu o caco que corta
ou o reflexo que sangra?
Sou a colisão entre o ser e o não ser,
o vértice do abismo onde a dúvida ecoa
e a própria identidade se desfaz.
Há um grito que rompe o silêncio,
uma palavra que treme na garganta,
como se nomear-se fosse desabar
e aceitar-se fosse um pacto
com a dor que me habita.
E no limiar dessa guerra interna,
sou o paradoxo que respira,
uma verdade que mente para si mesma
enquanto tenta sobreviver ao próprio fardo.
Ser é ser incompleto.
Sou a imperfeição que sobrevive
no abismo entre razão e caos,
desafiando a lógica
com um coração que ainda pulsa
mesmo quando a mente implora por trégua.
Monólogo ao Mar
Às vezes, assim penso, vivo
um monólogo diário,
ecoando pensamentos soltos
pelas vielas da alma
onde não há atalhos,
apenas passos
que ressoam no asfalto molhado
de manhãs silenciosas.
Em frente ao mar,
dedico-lhe meus devaneios,
como cartas lançadas ao vento
sem, ao menos, um pingo de receio.
Discorro sobre você,
como se as ondas fossem
páginas brancas
esperando minhas confissões.
O mar, atento,
ouve com paciência de quem
já engoliu mil naufrágios
e ainda assim permanece,
se comunicando
através de suas ondas,
mergulhante, deslizante, ascendente,
um discurso contínuo
que cabe àqueles
que mantêm os olhos bem abertos
decifrar.
E eu, narrador solitário,
me vejo parte da maré,
flutuando entre a certeza
e o esquecimento,
tentando entender
se o que entrego ao mar
é o peso dos dias
ou a ânsia de ser ouvido.
O vento salgado
me corta os lábios
enquanto o mar responde
numa marola discreta,
como se dissesse
que palavras se dissolvem
como espuma,
mas sentimentos permanecem
ancorados no fundo.
Talvez ele saiba
que não há resposta certa,
pois enquanto me desfaço
em palavras e sonhos,
ele se refaz
em ciclos e ondas,
e assim seguimos,
dois monólogos paralelos
que jamais se tocam,
mas se compreendem
no silêncio que resta
após o último sopro de vento.
E então, na maré baixa,
percebo que talvez
o mar também sussurre
suas incertezas para a areia,
e que nós,
vagando por nossas marés interiores,
somos tão mutáveis quanto ele,
sempre buscando a margem
onde a alma repousa.
E enquanto observo
o encontro da água com a terra,
sinto que viver é isso:
um eterno diálogo
com o imenso e o indomável,
uma troca de segredos
entre solidão e grandeza.
O mar nada exige,
apenas acolhe,
como se dissesse
que a liberdade reside
em aceitar a fluidez
e não temer os ciclos.
Por fim, sorrio,
pois entendo que o mar
não é apenas ouvinte,
mas também mestre
de uma sabedoria inquieta,
que ensina a ser vasto
sem perder a essência,
e a permitir-se tempestade
sem deixar de ser calmaria.
O Encontro no Ônibus
Estava eu, mais uma vez, indo para a casa de minha avó. Para tanto, preciso pegar dois ônibus ou ir a pé até o ponto do segundo. Com muita cautela, vou. Passo atenciosamente de rua em rua, esquivando-me das esquinas como quem evita lembranças indesejadas.
Decido ir a pé. Chego ao segundo ponto um pouco cansado, o corpo denunciando a caminhada, e logo vejo meu ônibus se aproximar. Entro, pago e me assento. Como em qualquer outro dia, encaro a janela como uma tela em branco, onde os cenários passam rápido demais para serem compreendidos. Imagino tudo, porém nada de importância.
Um bairro se passou quando sinto um toque no braço, leve como o roçar de um galho ao vento. Vinha de alguém que se assentava do meu lado direito. Penso que foi apenas um esbarro casual e volto ao meu devaneio, mas novamente sinto. Dessa vez, decido me virar e entender o que estava acontecendo.
Era uma senhora, pequena e franzina, de mãos trêmulas e olhar perdido. Tentava, com delicadeza, chamar minha atenção. Algo havia de diferente em seu olhar — um brilho úmido que parecia conter todo o peso do mundo. O marejar de seus olhos já me inundava, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela segurou minha mão com firmeza, como quem busca âncora na tempestade.
Sem dizer uma palavra, ela apenas suspirou fundo, como se aquele gesto contivesse anos de histórias acumuladas. Seus dedos enrugados e frágeis envolviam minha mão como se segurassem um último pedaço de esperança. Por um instante, o mundo se reduziu àquele toque, e o barulho do ônibus se tornou um murmúrio distante.
Aos poucos, seus lábios se abriram, e num sussurro quase inaudível, ela disse:
— Você se parece com meu filho...
Houve um silêncio denso, como se o universo contivesse o fôlego. Não sabia o que responder, e talvez ela nem esperasse uma resposta. Apenas segurava minha mão, fixando o olhar num ponto indefinido do corredor.
— Ele partiu faz tanto tempo... — murmurou, com a voz quebrada pela saudade.
Um nó se formou na minha garganta. Respirei fundo, sentindo o peso daquele instante. Então, num gesto instintivo, apertei a mão dela com carinho e disse:
— Eu estou aqui... Pode me contar sobre ele, se quiser.
Ela pareceu surpresa, como se aquela simples oferta fosse um presente inesperado. Seus olhos marejados se voltaram para mim, e um sorriso tímido despontou, como um raio de sol por entre nuvens carregadas.
— Ele tinha esse jeito quieto... sempre olhava pela janela, pensativo. Gostava de imaginar histórias. E quando eu estava triste, ele só segurava minha mão, como você está fazendo agora.
Senti meu coração pulsar mais forte. Eu não era apenas eu — naquele instante, eu era um fragmento de memória viva. Ela continuou falando, e a cada palavra seu rosto se iluminava, como se a lembrança trouxesse o calor de um reencontro.
— Ele dizia que as nuvens eram mapas de terras mágicas — disse ela, sorrindo leve.
— Sempre acreditava que, se prestássemos atenção, descobriríamos um caminho que só os sonhadores enxergam.
Sorri também, e sem perceber, comecei a compartilhar minhas próprias memórias de viagens e pensamentos perdidos olhando pela janela. Ela escutava atenta, como quem encontra companhia na dor e na saudade.
Quando o ônibus freou bruscamente, ela soltou minha mão com delicadeza, como se devolvesse à realidade o que fora apenas um breve consolo. Antes de descer, olhou para mim com um sorriso pequeno, mas sincero, carregado de um agradecimento mudo.
— Obrigada... Você me fez lembrar que o amor não morre... Só se transforma em saudade.
Olhei para ela e, com um sorriso sincero, respondi:
— Talvez ele ainda segure sua mão... de algum jeito, através de quem traz um pouco dele no olhar.
Ela desviou o olhar por um momento, tentando conter as lágrimas. Mas quando voltou a me encarar, havia uma serenidade nova ali, como se minhas palavras tivessem encontrado um canto acolhedor dentro dela.
Fiquei observando-a partir, pequena e delicada, desaparecendo na multidão. O ônibus seguiu viagem, mas aquela sensação permaneceu em mim — uma mistura de melancolia e gratidão por ter sido, ainda que por poucos minutos, um porto seguro para alguém que precisava ancorar suas lembranças.
No caminho até a casa de minha avó, pensei sobre a força que existe em simplesmente estar ali para alguém. Às vezes, somos chamados a ser companhia em meio ao tumulto da cidade, como se a vida nos empurrasse para encontros que não esperávamos, mas que, de alguma forma, precisávamos viver.
E ali, entre a dor e o alívio, aprendi que às vezes somos porto, outras vezes somos naufrágio — e, no intervalo entre os dois, a vida nos permite tocar o coração de um desconhecido, deixando nele um pouco de calma, e levando conosco a certeza de que a humanidade sobrevive nos detalhes.
Do Vazio, Transbordo
Do vazio, preencho-me,
como tela que se pinta sozinha,
colorido com as mais belas cores
de uma paleta que nem escolhi.
Sou arte que se faz sem intenção,
um quadro que respira
e dança com os tons
que o acaso me deu.
Do vazio, transbordo,
como rio que se perde
entre margens inconstantes,
a fluidez de um só
corpo que se desenha
com as tintas do improvável,
na liberdade de ser
mais que apenas vazio.
Quando a vida me cobre
com véus de incerteza,
esboço-me em traços largos
e deixo que o tempo
pincele meus contornos.
Não sei se sou obra completa
ou fragmento em constante mudança,
mas aceito o caos
como parte da criação.
Sou o intervalo entre
a matéria e o conceito,
o pulsar do imprevisto
na estrutura que se rompe.
Quando me olho de fora,
percebo que sou mais
do que a soma de escolhas,
sou o reflexo que escapa
entre as fendas da razão.
Há beleza no que escorre
sem forma definida,
no gesto que se faz
pela inquietação do existir.
Sou composição inacabada,
mas inteira naquilo
que jamais cessa de se criar.
E assim,
de um espaço que era nada,
sou cor, sou movimento,
um corpo que não cabe
em linhas retas
nem em molduras fixas.
Sou a contradança
entre o vazio e o transbordar,
a essência que se molda
na ausência de certezas,
como verso que se escreve
no tempo que passa
sem pedir licença.
E se ao final
me perguntarem o que sou,
direi que sou fluido,
transição que se esparrama
entre o ser e o deixar de ser.
Um conceito escorrendo da mente
que, ao tocar o chão,
se torna rio que não desiste
de encontrar o mar.
Porque ser é também desaguar
em possibilidades infinitas,
é não temer a dissolução
e encontrar na própria mudança
a raiz que jamais se fixa.
Sou processo que se faz
enquanto a vida se move,
uma arte sem moldura,
uma verdade sem contorno,
transbordando de mim
no vazio que me acolhe.
E se por acaso
me perguntarem novamente,
não direi mais que sou completo,
nem que estou pronto.
Direi que sou como a água,
que ao abraçar a terra,
transfigura-se em rio,
em mar, em chuva,
mas nunca deixa de ser
essencialmente líquida,
livre para se moldar
e expandir,
pois mesmo quando se evapora,
não deixa de ser presença,
não deixa de ser vida.
Mudança exige ação: não se transforma um caminho repetindo os mesmos passos
Como você pretende mudar fazendo sempre as mesmas coisas?
Recentemente, eu e meu esposo estávamos em um Uber quando o motorista começou a falar sobre sua vida. Um homem jovem, que reclamava do fato de a ex-esposa estar seguindo em frente, vivendo novas experiências, enquanto ele continuava no mesmo lugar.
Perguntamos: — O que exatamente ela fez de diferente? Ele listou algumas atitudes dela e, logo em seguida, caiu em si: — Enquanto isso, eu continuo fazendo tudo igual.
— Por quê? — perguntamos. E ele respondeu com sinceridade: — Trabalho, trabalho... sempre faço as mesmas coisas.
Essa conversa me fez refletir: Será que alguém consegue mudar mantendo os mesmos hábitos, percorrendo o mesmo caminho todos os dias?
Quando percebemos que uma trajetória já não está trazendo os resultados esperados, é hora de reavaliar. Permanecer no mesmo lugar, insistindo nas mesmas atitudes, não gera um futuro diferente — apenas nos mantém presos ao passado.
É preciso maturidade emocional para entender que certos ciclos se encerram. Que alguns espaços, rotinas e até pessoas já não cabem mais na nossa história. Ficar lamentando o progresso dos outros não nos ajuda a avançar — pelo contrário, nos afasta de nós mesmos.
Às vezes, estamos tão focados na vida alheia que esquecemos de cuidar da nossa. Gastamos energia tentando entender o que o outro está fazendo, quando poderíamos estar nos reconstruindo por dentro.
Busque conhecimento. Procure ajuda, se necessário. Mas não permaneça parado. Não espere que as coisas mudem se você segue exatamente o mesmo caminho todos os dias.
Com sorte, pode ser que alguém apareça para te estender a mão… Mas entre um e um milhão, a sua melhor chance é você mesmo decidir recomeçar.
Porque para viver o novo, é preciso ter coragem de deixar o velho para trás.
"Uma vez me disseram o quão frio pode se tornar um relacionamento a distância, foi quando então me dei conta de que talvez por mais longe eu esteja dessa pessoa, se o sentimento de ambos forem realmente verdadeiro, é possível que quebre barreiras e obstáculos formado pela dura e complexa realidade da vida!
O AMOR NÃO BASTA, SE NÃO HÁ CONFIANÇA!!!
A Sombra da Ideia
Em que canto se esconde o real,
senão na lembrança do que não foi?
O mundo é reflexo desigual
de algo que pulsa… mas já se foi.
Toquei o belo com olhos fechados,
buscando formas no véu da razão.
Mas o que vi eram traços borrados
de um ideal preso na ilusão.
A alma — essa prisioneira antiga —
geme por algo que não sabe dizer.
É sede de luz, mas sempre ambígua,
no espelho das coisas por conhecer.
Caminho entre sombras projetadas,
tentando lembrar o que nunca vivi.
Meu peito carrega estradas fechadas
e um silêncio maior do que eu previ.
Ó verdade, tão longe e tão pura,
por que deixaste migalhas no chão?
Sigo-as sem fé, mas com ternura,
como quem ama sua própria prisão.
Eu me perdoo
Eu me perdoo por tentar me apegar ao que não era para mim, por insistir em pessoas desinteressadas. Eu me perdoo por dar mais do que eu tinha, esperando amor dos outros quando eu não sabia como dar a mim mesma. Eu me perdoo por não conseguir me limitar quando eu deveria, por não conseguir agradar, quando eu queria dizer não, por buscar nos outros aquela aprovação que eu tanto precisava me dar. Eu me perdoo por não ter entendido antes que a felicidade não vem de fora, mas de aprender a me amar. Eu entendi que o amor próprio começa com o perdão, aceitar o que eu sou e decidindo o que eu quero ser. Eu me perdoo pelas vezes que esqueci quão valiosa eu sou, por ter me entregado a lugares que me machucavam só por medo da solidão. Hoje eu decido me libertar desse fardo, me dou permissão para recomeçar, priorizar a minha paz e me tornar minha melhor versão, porque me perdoar não é esquecer o que eu fui, mas me amar por tudo o que eu sou.
Piedade em:
• Hebraico (חֶסֶד - chesed): bondade, misericórdia e amor leal.
• Grego (εὐσέβεια - eusebeia): reverência e devoção a Deus.
• Latim (pietas): dever, lealdade e respeito à família, a Deus e à pátria.
• Português: compaixão, misericórdia e amor altruísta pelo próximo.
cicatrizes da noite.
Maldita lua, que em mim faz despertar,
A solidão profunda que insiste em ficar.
Na bruma densa da mente a vagar,
Nos olhos vastos, um mar a chorar.
Mas, apesar disso, admiro teu brilho,
Teu claro aviso em meio ao meu trilho.
Sussurras que essa dor nunca vai ceder,
Um ciclo eterno difícil de vencer.
Carrego as cicatrizes de um tempo que não volta,
Memórias que sussurram nas sombras do meu ser.
A dor do ontem se entrelaça à vida que me assolta,
E no presente, ainda busco forças para renascer.
Oh lua, testemunha de meus segredos,
Guarda em ti a dor que não se desfaz.
E quando a madrugada me traz seus enredos,
Teu brilho é a luz que não me traz paz
Qual tem sido a sua maior coragem ultimamente?
Em um mundo que exige pressa, produtividade e perfeição, escolher cuidar de si é um ato de coragem. É preciso parar, respirar e lembrar: você é único. Você é essencial.
E é exatamente por reconhecer isso em mim que venho aprendendo, todos os dias, a fazer escolhas mais conscientes. Hoje, sou uma pessoa que decide os próprios caminhos, ciente de que, lá na frente, haverá consequências pelas minhas atitudes. Mas a pessoa que me tornei — ou que escolho me tornar diariamente — me dá clareza, firmeza e responsabilidade sobre cada passo.
Hoje, escolho um novo caminho, mesmo com medo. E vou com medo mesmo, porque é através dele que também cresço. Esse caminho pode me desestabilizar, às vezes me fazer reajustar, mas nunca me amedronta.
🌱 “É preciso coragem para crescer e se tornar quem você realmente é.” — E.E. Cummings
O medo já não me paralisa — porque escolhi enfrentá-lo. Não é fácil. Mas é necessário. E no fundo, eu sei: escolhi sair da minha zona de conforto.
Quando mudo o olhar, percebo que, ao tentar me mover, sair e progredir, eu simplesmente realizo. Eu ganho. Eu aconteço.
Não apenas adquiro conhecimento, como também reconheço em mim o que é viver. Descubro o sentido da vida quando deixo de apenas sobreviver e passo a existir com verdade, mesmo sem controle total dos próximos passos.
Tudo o que a gente precisa é lembrar que, em certos momentos, é necessário vivenciar sozinhos esse processo de se redescobrir e recomeçar.
Sei que estou trilhando um caminho novo, que me levará a uma jornada que nem posso imaginar — e mesmo assim, estou me preparando. Estou me tornando a pessoa que vai saber viver o que vier, por mais desconhecido que seja.
É nisso que preciso acreditar: que o novo pode me levar a lugares extraordinários. E o mais importante… é que eu esteja pronta para vivê-los.
✨ E você? Qual tem sido a sua maior coragem ultimamente?
Se esse texto tocou você de alguma forma, compartilha nos comentários.
— Alice Pinheiro
POEMA DE UM NINGUÉM
A dor se torna constante.
A tristeza se faz presente
Em meu coração.
A solidão me faz companhia
Em todos os momentos.
E cada vez mais, me perco
Em meu pensamento.
E no labirinto que se tornou
A minha alma.
Eu me sinto solitário e triste.
Mais será que a minha vida
Será sempre assim?
O destino que eu sigo me
Leva cada vez mais para
Um limbo.
Que a cada dia, a cada hora,
A cada segundo, me prende
Mais e mais numa escuridão
Tão densa.
Que nem a maior luz consegue
Iluminar.
Agora pergunto a ti: Será mesmo
Que eu consiga ser feliz ?
Se o objetivo for necessário e grandioso, os métodos usados para alcançá-lo podem ser tolerados.
Em certas situações, decisões duras, estratégicas ou até moralmente duvidosas são justificadas se levarem a um resultado positivo e duradouro, como a estabilidade ou a sobrevivência de algo maior.
A intolerância dos tolerantes.
O mundo está repleto de saberes rasos, sem profundidade, sem referentes.
A cada dia surgem novas ideias e com elas novas expectativas. Se as perguntas e as respostas movem o mundo, então posso afirmar que é natural que a cada resposta criada, novas perguntas e dúvidas surgirão.
A grande questão é: Será que estamos preparados para sorver tanto conhecimento? Será que o saber, na velocidade existente, é benéfico ao ser humano?
Para que possamos entender o âmago das perguntas acima elencadas, temos que, a priori, ter a visão de que todos nós nascemos em tempos diferentes, favorecendo o choque de gerações. A geração que está partindo, não é capaz de acompanhar a que está vindo e da mesma forma, esta não acompanhará a futura.
Como exemplo, posso citar o desenvolvimento da comunicação nas últimas décadas. Hoje seria improvável a remessa de uma carta aos familiares, amigos e amantes pelo correio, a utilização de um telegrama para as mensagens mais urgentes e outras questões que estão naturalmente sendo substituídas pelas tecnologias agora existentes.
Porém a cada etapa do desenvolvimento tecnológico, um novo desafio surge. Em uma sociedade mista e temporal a capacidade de absorção das coisas existentes é lenta. Conhecimentos não se transformam em saberes, pois não há o tempo necessário de maturação e experimentação destas ideias, e o resultado disso é uma sociedade acelerada, e consequentemente doente. E o pior, doentes criando e cuidando de doentes.
A tecnologia é algo positivo? Sim! Ela é. Porém a sua utilização inadequada e o seu mau uso, trazem mais problemas que solução. A exemplo a peniafobia (medo de ficar pobre), já é algo que permeia os jovens desta geração, visto que é comum as redes sociais estarem abarrotadas de pessoas com estilos de vidas alegres, vibrantes e luxuosos. Pergunta: Se nas redes sociais, víssemos somente mazelas, pobrezas e pedidos de auxílio, você participaria? Acredito que não.
E aqui um novo problema surge, grupos se isolam, pessoas com a necessidade de aceitação se desdobram pelo like e pela visualização de seu conteúdo. Se o normal não basta, apela-se. E vale tudo, de vídeos expositivos a tragédias recém acontecidas. Em um território em que tudo vale, a única regra é a consciência de quem publica, e muitas vezes, este está doente.
Sou imune a isso? Não! Mas tenho a consciência de que somos a construção daquilo que absorvemos, se vejo e vivo maldades há uma possibilidade de replicar maldades. E toda essa informação impactará na formação do ser. Se fossemos tão bons, diferentes e evoluídos, por que não conseguimos fazer a sociedade evoluir acabando com as misérias que hoje assolam o nosso cotidiano? É simples, muito discurso lindo e poucas ações.
Devemos entender que o ser humano não é programável, embora seja um grande alienado das convicções alheias que lhe agradam, e dentro deste sentimento de agradabilidade, acaba buscando pessoas que se assemelham em pensamentos e atitudes, montando uma bolha e vivendo dentro dela. Cria-se o tipo em que este é tolerante com os seus, rejeitando as ideias alheias.
Estas pessoas são fortes e convictas dentro dos limites estabelecidos pela bolha em que vive, e esta se expande. E logicamente, quanto mais dinâmico, quanto mais pessoas aparecem defendendo seus pontos de vista, mais convicto este fica de que suas atitudes são e estão corretas. Falta o contraponto, tão odiado pelos defensores da bolha.
Em algum momento a utopia virtual enfrentará a realidade, sobreviverá aquele que tiver sanidade. E em um mundo que caminha para a necessidade constante de um diagnóstico, de um laudo psicológico ou psiquiátrico, penso que a utopia vencerá, pois para muitos é preferível matar a realidade e viver na ilusão.
Uma reflexão somente.
Massako 🐢
Sorvete de sol
Olha o sorvete! A orla começando a caminhar...
Vento leve da brisa, pés no chão... ah! como é tão, tão...
Olha o sorvete!; ...devaneios, delírios-delirantes...
Como pode existir um sorvete de sol?!..
Agora?! Ainda com este frio?! Sorvete, sol, intrigantes!..
Com quem eu reclamo?!.. Como pode? Aqui é praia!..
Como se lá' não pudesse frio estar!
Louco, loucura, a quem contestar?!..
Tudo que peço 'e um pouco de SOL, tão, tão...
Olha o ônibus!...
Preciso ir ao trabalho! Seco os pés, mas não esqueço!..
Compromisso comigo mesmo; a praia, sol, sorvete...
"Porque persistir mesmo diante das mais adversas circunstâncias?
Porque em um mundo tão diverso e conformado por interesses complexos justapostos e muitas vezes, antagônicos, é mais do que natural passarmos todos por momentos de perdas ou frustrações, ainda assim, o que distingue e coroa de êxito a trajetória daqueles em quem nos inspiramos, não é a “sorte” de terem vencido, mas a constatada resiliência de jamais terem desistido."
"Apesar das incertezas que permeiam tantas coisas da vida, com o tempo aprendi que há uma lei universal infalível: só colhemos do que plantamos, e normalmente em maior e benfazeja medida.
Escolha portanto semear com gratidão cada uma das suas atitudes, e quando menos esperar estará envolto a uma ceifa de generosa prosperidade."
Não pode existir sentimentos medidos e, tampouco, felicidade mais ou menos.
Existem metades, apenas, no sentido figurativo, pois ao ser dividido o todo!... mesmo as metades serão inteiras.
Não existem indivíduos repartidos.
O que existe e, muito comum, são criaturas desprezíveis.
Estas não merecem nem a nossa indiferença.
Aplicativo de Relacionamento.
Nossas próprias cadeias, na solitária... Solitários,
Viciados no que somos, feitos para curtir, viver,
Vamos mentir em nossos ouvidos até acreditar,
O desejo de ser amado, objetificado, idolatrado.
Somos meras mercadorias, vendidos... Usados.
Nos contando mentiras, livres e machucados,
Não agrado, desvalorizado, enganado, rejeitado.
Segredo! Nunca vi quem estava do outro lado.
Em cinco, dez anos essa rotina vai... Preencher?
Obrigado pela curtição, falsas esperanças, farto.
De fato a foto legenda retratos “sozinho, de boa,
sigilo, de passagem” obrigado pelos papos/vácuos.
Estou de saída, mas calma, apenas... Daqui,
Talvez eu volte, mas cansei de ser “tapeado”
Não gosto de me sentir descartável, me reciclo.
Nesse ciclo não preciso de ausência do meu lado.
Não estou afim, não quero nada contigo... Verdades
Use sempre que puder, para se divertir, é educado.
Acreditamos e lutamos tanto para chegar até aqui
Para sermos tão atrasados? Retórico, estou de retirada.
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