Cartas de Aniversario para Afilhada
Caminhos de esperanças
No caminho da esperança amarela
Simplicidades, verdes de incertezas
Monstros, cáritas, sombras de dúvidas
Avalanches, credos, carmas, sentenças
Questão de não entender ou desentender
Ausência do desejo do caótico controle
Do saber, pelo fluido cósmico, livre ou leve.
Vibrando ao leu, entre o tempo e o espaço.
O mistério acena, acendendo alquimia
Uma força fractal, vibração para dentro
Altar sagrado voltado ao centro íntimo
Sol Crístico, vívido, ancestral, uma luz
Dos trovões, impávidos, os delírios poéticos
Relâmpagos em versos bravios e proféticos
Lamentos de quem jamais viveu ou existiu
Altares desfigurados, entre luzes sombras
Janelas vazias, mosteiros de um Cosmo
Portas escancaradas, os gargalos do caos
Ventos que não movem os espirais sutis
Auréolas obscurecidas, sem luz ou ânima
Crepúsculos de almas que se encolheram
Crateras de estrelas, de lumes, de almas
Ausências de poemas, rigidez de darmas
Ancestrais feridos que não se fundaram
Pedro Alexandre
Em uma era em que o utilitarismo das coisas e das pessoas constitui a base dos relacionamentos contemporâneos, encontro-me, em minha incapacidade de alcançar tal plenitude, navegando pelos mares do abstrato. Reviso o indizível sabor da abstração que minha capacidade cognitiva pode gerar, desejando ardentemente, como um apaixonado, a contemplação da perplexidade do belo. Pois, se tudo em minha vida fosse absoluto, como uma máquina em seu funcionamento, que sentido haveria para potencializar meu ser?
Muitas vezes perdido em um vasto mar de reflexões, compenso minha incapacidade de operar automaticamente todos os meus afetos de forma reativa. Em vez disso, trato conscientemente de moldar e emoldurar perspectivas únicas e criativas, extraídas do mais doce néctar do divino e sublime pensamento que me conecta com o eterno.
Deste modo, destaco-me das grandes massas, não por minhas habilidades e utilidades na produção industrializada do pensamento, mas por permitir-me viver e beber do néctar sublime deste cálice divino. Sinto, vivo e experimento a vida como de fato ela deveria ser. Relaciono-me emocionalmente comigo mesmo, muitas vezes em ardil confronto, e nada passa despercebido. Vivo o hoje, não com a razoabilidade de uma vida vaidosa, mas com a profundidade de um verdadeiro construtor de si mesmo.
Ruisdael Maia
Deus Todo-Poderoso,
fonte da criação, da vida e do amor,
guia meus passos no caminho da luz.
Que minha fé seja forte na escuridão,
que meu coração promova o bem,
e que minhas ações elevem o mundo.
Ensina-me a verdade com humildade,
a empatia com coragem,
e a bondade com firmeza.
Que eu reconheça Tua presença em tudo,
e que a minha jornada me leve à eternidade.
Louvado e Glorificado seja meu Deus,
hoje e sempre.
A Dança das Ausências Preenchidas
O amor não é a cola que sela as fissuras de dois cacos, mas o abraço que permite a cada um ser vaso inteiro, ainda que rachado. Na completude de um relacionamento, não há soma de metades, mas a geometria sagrada de dois infinitos que se curvam até formar um círculo. Como ondas que se encontram no mesmo oceano, os amantes são feitos do mesmo sal e do mesmo desejo de voltar à origem — mas ali, na espuma do encontro, aprendem que a maré não os separa: os ensina a nadar juntos.
Sob o olhar simples, o amor é o espelho que não reflete o que falta, mas devolve o que sempre esteve lá, soterrado sob o medo de ser incompleto. Eu diria que desejamos no Outro aquilo que nos escapa, mas talvez, no amor maduro, deseje-se apenas *permitir* que o Outro escape, sem aprisioná-lo na cela do nosso vazio. Acredito que Eros como força que une, mas e se Eros fosse também o que nos desata? O amor que liberta é aquele que não teme as sombras alheias, pois sabe que a luz própria que cresce quando ilumina o escuro do outro.
O amor completo é um paradoxo: é pleno justamente por abraçar sua própria incompletude. Como escreveu Aristófanes no banquete de Platão, buscamos nossa “metade perdida”, mas a verdadeira, é completude está em entender que nunca fomos partes. Somos inteiros que se escolhem, não por carência, mas por reconhecer no outro um cosmos paralelo. Dois universos que, em órbita constante, criam sua própria gravidade — uma atração que não sufoca, mas sustenta.
Amar, então, é habitar o intervalo entre o “eu” e o “nós” sem colonizar nenhum dos territórios. É deixar que as raízes se entrelacem, mas não para se confundirem — para se fortalecerem. Na completude do amor, até o silêncio é diálogo, e a solidão, quando compartilhada, vira uma espécie de sagrado. Porque o todo não está no que preenchemos, mas no que ousamos deixar vazio: os espaços onde o mistério do outro respira, e nosso próprio desamparo aprende a dançar em sintonia 🙏❤️
A falange invisível...
Somos aqueles menosprezados pais, mães, filhos e amigos, aqueles que apesar de tudo injustiçados pela Matrix, temos como fundamento diminuir o sofrimento, aquilo que persegue o fundo da alma mas mostramos o outro lado um pouco de calma somos a falange invisível imperceptível que de nada de nós aqueles que não percebem a de se dar valor pois não temos valor pois nosso intuito são os valores... O mais aguçado e dentro de nós um grito que não quer calar é que se tornarmos o mundo por mais insignificante que for nossos atos nossa voz de amor interno virar nos saudar é para quem entende é a voz de Deus...
Bom Dia, Esperança
O sol beija a manhã,
trazendo luz e canção.
O mundo renasce em flor,
cheio de cor e calor.
E nos teus lábios, talvez amor?
— a boca mais linda que eu já vi —
moram sorrisos de aurora,
doces como o dia que agora
se abre em promessas,
em versos, em festas.
Que a esperança nos guie,
e que o teu riso me alegre
até o fim do dia...
Depois de mais de meio século reverenciando a Suprema Corte do meu Brasil passei a me sentir um idiota, após perceber que de Suprema ela nada tem e que não é digna do meu menor respeito, visto que, seus membros usam o poder e o potencial de suas mentes para lambuzar a Justiça em detrimento da sociedade.
Imperfeição
Eu quero é ser imperfeito!
Ser errado em minhas convicções,
fazer idiotices,
rir de mim mesmo ao ponto em que a gargalhada me satisfaça e
que a ideia do cômico, me absorva...!
Sou eu assim sem temperos,
feito água de cachoeira que migra
de pedra em pedra e se esvai!
José Ricardo de Matos Pereira: 11.04.2020 - 8:25h
ANO NOVO
Ano novo, novos planos,
esperanças renovadas.
Amores que se foram,
amores que renascem.
Novas saudades, idades,
novos amigos e investidas.
Ano novo, roupa nova,
vida nova, tudo novo,
novas idas e vindas,
até que tudo envelheça,
e, no próximo ano novo,
outro indicio, início,
de tudo novo de novo.
Benê (1993)
POEMINHA DE REFLEXÃO
Construimos pontes
desviamos rios
criamos vidas
tiramos vidas
reformamos deuses
a inamovível certeza de sermos
senhores, donos e reis do Universo.
Bactérias dissolutas
tsunamis, efeito estufa
vírus devastadores
rios e represas secando
desastres catastróficos
realçam o ridículo de sermos
senhores e donos do Universo.
Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)
Certo dia um sujeito me falou: "Você só faz versos falando de Barbalha, Juazeiro do Norte, Tipi, Iara e Aurora". Foi nesse Cariri que nasci e me criei, aqui tenho meus amigos, meus ídolos, meu passado, minha história...Para que diabos vou falar de Nova York, se não conheço e nem quero conhecer?
Benê
E AGORA, POETA?
Meus passos desconexos
procuram nada mais que o destino,
meu olhar percorre o infinito
divagando a esmo,
sigo por ruas incompreendidas,
vou como quem soletra o coração,
descrente daquilo que já nem cria,
nas entrelinhas a seguir em solidão,
cúmplice da minha hesitação,
se sou o último ou o primeiro, nada sei,
só sei que sinto falta de mim,
porque em mim só vejo o meu eu,
desperto, disperso, e penso na vida.
Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)
Livro: A poesia da calçada não vende ilusão (2020)
20 de outubro- Dia do poeta.
MÃE GAIA (Mãe-Terra)
Gaia ama seus filhos
que exploram
mutilam
e estupram Gaia.
Gaia agoniza
arde em febre
no aquecimento global.
Gaia violentada
ultrajada chora
se contorce em dores
vomita terremotos
vendavais
urina maremotos.
Filhos egoístas
salvemos nossa mãe.
Todos viemos
todos vivemos
dela dependemos.
Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)
"Chama na Encruzilhada"
Não é só força que habita o fogo da encruzilhada,
Nem só segredo guardado na gargalhada.
É o Pai Criador que me molda na argila bruta, ofício de Oxalá
Manifestador da estrada que em sombras se dilata.
Seu amor por mim é o primeiro sopro na vereda escura,
É o dendê que acende a lâmpada mais pura.
Meu amor por Ti, Esú, não é só oferenda na pedreira, na encruzilhada
É raiz fincada na terra, é chama verdadeira.
É o olhar que reconhece, no caos, a mão que guia,
É a voz que Te chama, antes do amanhecer do dia.
É confiança de filho que sabe: o caminho aberto,
Por mais que doa, é por Ti, Pai, descoberto e certo.
Tua justiça não é espada fria, não é vingança cega,
É a balança do mercado que o egoísmo nega.
É o falo que corta o laço da mentira enleada,
É o "firme ponto" na estrada sacudida, na jornada.
É o lembrete severo: toda ação tem seu retorno,
Na medida exata do ferro, no forno mais interno.
Minha justiça por mim
é espelho que Tua lei me entrega:
Honrar a vida que criaste, com a força que me nega
A fraqueza que desvia, o medo que paralisa.
É lutar, com Tua garra, contra a própria covardia.
É erguer, com Teu exemplo, minha própria fronte erguida,
Fazendo de cada passo um ato de justa vida.
Ah, Pai de todas Encruzilhadas! Nosso amor é movimento:
Tu me crias a cada instante, no teu fogo, no teu vento.
Eu Te amo na travessia, no respeito ao teu poder,
Na aceitação do teu veredito, sem temer.
Tua justiça é meu alicerce, minha bússola na noite,
Minha justiça é a resposta, no meu peito, a Tua voz!
Juntos, na dança do destino, somos fogo e somos chão, choro sangue, gargalhada criação.
Tu és a Criação em marcha, eu sou o eterno aprendiz,
Numa só força, um só caminho, uma energia, um só amor, uma só raiz.
Laroyê
Ofício Solar
A noite é fria, e o frio fustiga o vão
Onde o coração, sem eco, jaz no chão:
Um cálix sem licor, um braseiro apagado,
Um árido silêncio, desolado.
Mas eis que a pálida aurora, em seu labor,
Fende a mortalha do noturno horror.
O Sol — cíclope eterno, forja em chamas —
Tecendo o dia com douradas tramas.
Não mero fulgor que apenas vela a dor,
Mas alquimia sutil, um ato maior:
Transmuta o gelo em seiva, o vazio em vaso,
Onde a esperança, planta de tenro laço,
Desabrocha — não em júbilo feroz,
Mas em quieta alegria, como a voz
Da fonte que retorna ao seu leito antigo,
Da estrela que persiste no perigo.
Nasce o dia. Não como um grito vão,
Mas como o lume que a razão acende
Na escuridão. É o gesto que desfende
A vida do seu próprio abandono:
O sol, Vênus, a alba... É o eterno dom
De um novo tempo, um compassado som
Que diz: Em ti, a luz se refaz agora."
E o coração — vaso, crisol, forja ignora
O frio da memória, e aprende, enfim,
O ofício de ser luz, de ser jardim...
Raízes do Afeto
Nas fotos antigas, desbotadas no tempo,
Sorrisos guardados em preto e branco —
São laços que tecem, silentes, seu assento
No meu coração, como um rio sagrado.
Vejo nas tuas mãos as linhas que herdaste,
O mesmo tremor da avó ao cantar.
No teu olhar profundo, o que me contaste:
Amores antigos a nos sussurrar.
Na mesa posta, na receita esquecida,
No jeito de dobrar o pano de chão,
Vive a ternura de outra vida,
Semente lançada em gerações.
O amor ancestral não morre, repousa:
É seiva na árvore, é voz no vento...
Sangue que flui e não se esgota,
Abraço de séculos no meu momento.
Luz Simples
Cada dia acende
Uma luz diferente.
Não é nada complicado,
É um sol bem presente.
Luz que entra pela janela,
Aquece o chão da sala.
Luz que pinta a folha verde,
Que na roseira balança.
Essa luz não é só brilho
Pra clarear o lugar.
Ela é convite manso
Pra começar a olhar.
Olhar pro pão quentinho,
Pro cheiro do café.
Pro vizinho que acena,
"Bom dia!" pra você.
Olhar a nuvem viajante,
A formiga no caminho.
Ver que a vida, mesmo simples,
Tem um jeito de carinho.
É nesse olhar atento**
Que a luz vira alegria.
Não uma festa barulhenta,
Mas paz que todo dia cria.
Paz de sentir o tempo,
De agradecer o pão.
De saber que estar vivo
Já é grande lição.
E aí vem a felicidade,
Não um tesouro a guardar.
Mas o amor que se espalha
No simples compartilhar.
Amor no prato feito,
Na palavra de consolo,
Na mão que aperta a outra
Quando o caminho é um pouco só.
Cada dia tem sua luz,
Não precisa ser intensa.
Basta abrir os olhos
E a alma, com doçura imensa.
Deixe que essa luz simples
Te mostre o essencial:
A verdadeira alegria
Morando no amor, que é...
Eterno, e tão normal... Quanto essa canção que faz bem ao coração...
O Fio Infinito
Não roda simples, nem espiral vã,
Mas tecido denso, sem começo ou grão.
O que hoje é chão, que hoje é dor,
Será novamente, sem perdão ou flor?
Cada instante, pesado de eterno,
Cada suspiro, cada inverno,
Cada riso que o vento levou,
Tudo voltará... Tudo voltará!
Não fuga no céu, nem porto além,
Só este mundo, sempre e também.
Amar o destino, dizer "Sim!" profundo,
Ao peso mais duro, ao abismo do mundo.
Seríamos deuses? Ou prisioneiros?
Criando eternos canteiros?
A vida, uma pedra que sempre se lança,
No lago do tempo, sem mudança.
Oh, volta que não é volta,
Mas presença absoluta, desenrolta!
Aceitar o mesmo que nunca se repete,
Pois só existe este instante que nos mete...
No centro do círculo, imóvel e ardente:
O eterno retorno é a vida consciente.
Amar cada sombra, cada luz que se acende,
Sabendo que tudo... Tudo... eternamente, desce e ascende.
Tardes com Teu Nome
Há um instante no crepúsculo que cai,
Quando a luz, já cansada de ser sol,
Se derrama nos vidros a cantar
Um segredo que o mundo não sabe ouvir.
É nessa hora branda, quase parada,
Que teu rosto se forma no ar morno:
Não é lembrança, é presença delicada,
Um refúgio de sombra no fim do dia.
Penso em ti — e o tempo se dobra:
O vento traz tua voz nas folhas secas,
A poeira dourada dança devagar
Como gestos teus pela sala vazia.
Ah, que ofício simples e profundo
Deixar que a saudade, lenta, se instale: Pois ainda não vivi.
Não dói, aquece. É um fogo brando
Que a tarde carrega em seu manto largo.
O mundo lá fora se tinge de mel,
As nuvens desfiam algodão doce,
E eu — apenas navego sem pressa
Nesse mar calmo onde teu nome é porto.
Porque pensar em ti à tarde não é fuga:
É encontrar, no meio do dia que finda,
A quieta certeza de que existes,
E que essa luz, por um instante,
É tua mão acariciando o horizonte...
Pequena Resistência
Era um grão no chão duro,
Pisada pela pressa do mundo.
Vozes grossas, vento cortante,
Vida apertada, mas não tanto.
Sob o peso do inverno longo,
Guardou calor no punho fechado.
Cada passo era montanha,
Mas seu sonho, semente teimosa.
Um dia a raiz furou o cimento,
Broto verde ergueu o dia.
Na altura do joelho alheio, foi quando eu conheci.
Floresceu sua quieta ousadia.
Hoje carrega o sol na palma,
Pequenina nave mestre
De si mesma —
Flor de asfalto.
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