Cartas de Amor com Humor

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Se uma águia fende os ares e arrebata
esse que é forma pura e que é suspiro
de terrenas delícias combinadas;
e se essa forma pura, degradando-se,
mais perfeita se eleva, pois atinge
a tortura do embate, no arremate
de uma exaustão suavíssima, tributo
com que se paga o vôo mais cortante;
se, por amor de uma ave, ei-la recusa
o pasto natural aberto aos homens,
e pela via hermética e defesa
vai demandando o cândido alimento
que a alma faminta implora até o extremo;
se esses raptos terríveis se repetem
já nos campos e já pelas noturnas
portas de pérola dúbia das boates;
e se há no beijo estéril um soluço
esquivo e refolhado, cinza em núpcias,
e tudo é triste sob o céu flamante
(que o pecado cristão, ora jungido
ao mistério pagão, mais o alanceia),
baixemos nossos olhos ao desígnio
da natureza ambígua e reticente:
ela tece, dobrando-lhe o amargor,
outra forma de amar no acerbo amor.

Hoje é o dia de rasgar cartas.
O silencio de uma casa vazia é cortado pelo suave, porem continuo pranto dos papeis que erroneamente achavam que jamais se separariam. Os papeis cortados caem sobre e sacola que tem como destino o lixo. O te, e o amo, separados perdem a forma. Não são mais nem resquícios do que um dia foram. Como se apenas cumprissem sua parte no acordo, cada pedaço de papel vai para um lado diferente. Mesmo papeis, eles sentem, e imitam a vida.
O passado é tão essencial ao presente, quanto fundamental ao futuro. Não se pode apagar o passado. Pois nada mais somos, se não nosso passado inteiro concentrado num único ponto. No agora. Que por sua vez nos prepara para uma única coisa. O amanha.

Não podemos esquecer nossas origens, ou extinguir de nossas memórias pessoas que passaram em nossas vidas. Seja por dor ou alegria. Marcas ficam, e são elas que nos batizam. Que nos constroem.
Olhar-se no espelho, é reunir passado, presente e futuro. Você se vê formado pelo passado, enxergando-se no presente, mas planejando o futuro. Arruma o cabelo, olha dentro dos próprios olhos, e ao sair da frente dele, diz adeus a o presente e olá ao passado.

Quando visito meu passado, recordo que já amei de mais. Apesar de não sentir tudo como naquela época eu lembro que amei de mais. Eu chorei a traição e por algumas horas entendi o que é a eternidade. E que ela cabe em alguns poucos segundos, em alguns raros momentos.
Eu fiz mais amigos que inimigos. E hoje a grande a maioria de ambos eu já nem sei como estão. Talvez cruze com eles nas ruas e nem os reconheça. Quando imagino onde eles estão. Como eles estão. Eu consigo lembrar de como eram, e só desse jeito posso tentar adivinhar como são eles hoje.
Às vezes olhando algumas fotos, entendo o porquê de algumas culturas indígenas, afirmarem que fotografias roubam a alma de quem nela está. De certa forma também acredito nisso. Fotos são lembranças artificiais. Elas podem ser rasgadas e destruídas. Quando olhamos uma foto corremos o risco de substituirmos a lembrança real pela artificial. Lembranças não podem repousar sobre o papel. Elas mal cabem dentro de nós. Quanto mais sobre papéis.

Só se pode viver bem, vivendo bem consigo mesmo. Não precisamos aceitar tudo, mas o que já passou não pode ser desfeito. Encare cada momento da vida, como uma matéria de escola. Lembre-se que o recreio é curto, por isso aproveite os momentos que você sabe estar sendo feliz. Aprenda a desfrutar do inesperado, das aulas de educação física. De um tempo para você com você mesmo. E diante a resultados de provas não se abale nem se empolgue de mais. Provas são importantes, mas não dizem quem você é, ou quem será. Elas são apenas conteúdos a serem esquecidos. Vale mais a pena lembrar da excitação de uma cola, que da nota de uma prova. Comece desde cedo a aceitar opiniões alheias. Encare com naturalidade as diferenças, são elas que dão colorido a dias que seriam cinza. Dos professores extraia o melhor, mas não chame a nenhum de mestre. Existira em algum momento algum professor que lhe desafiara e esse sim merecera esse titulo. Um mestre, é mestre para a vida inteira.

Acredite no amor e não se faça perguntas sobre ele. Se achar resposta um dia para o que é o amor, você terá desaprendido a amar e todo dia será tarde de mais para se tentar viver. Faça as lições de casa acompanhado de seus país. E aprenda com eles, como no futuro ensinar a teus filhos. Seja realista e encare a verdade, de que sem sonhos nada existe.
E lembre-se sempre:
Que por mais que os dias pareçam passar lentos, e a escola nunca chegar ao fim. Ela chegara! E a menos que você tenha conseguido fazer grandes amizades. Sentir grandes amores. Aprender e ensinar! Você chegara ao fim junto com ela. Para uns a sineta de saída é vida, mas para outros e morte. O mesmo sino. Diferentes pessoas, donas das próprias escolhas. Escravos da mesma invenção. O tempo.

⁠Quando os dias estão frios
E as cartas já foram lançadas
E os santos que vemos
São feitos de ouro
Quando todos os sonhos fracassam
E aqueles que aclamamos
São os piores de todos
E o sangue para de correr

Quando as cortinas se fecharem
Vai ser pela última vez
Quando as luzes se apagarem
Todos os pecadores rastejarão
Então eles cavam as suas sepulturas
E os mascarados virão apontar
O estrago que você fez.

Devolva-Me

Rasgue as minhas cartas
E não me procure mais
Assim será melhor meu bem

O retrato que eu te dei
Se ainda tens não sei
Mas se tiver devolva-me

Deixe-me sozinho
Porque assim eu viverei em paz
Quero que sejas bem feliz
Junto do seu novo rapaz

Rasgue as minhas cartas
E não me procure mais
Assim vai ser melhor meu bem

O retrato que eu te dei
Se ainda tens não sei
Mas se tiver devolva-me

Cartas ao Céu




Oração escrita, poesia da alma calada.
Inteira, mesmo estando quebrada.
Há pedaços de mim espalhados em cada verso,
mas é na fragmentação que encontro forma.


Escrevo como quem costura rachaduras,
como quem transforma silêncio em cura.
Minha fé não grita, ela sussurra baixinho,
enquanto recolho os cacos
e descubro que ainda brilham.


Porque mesmo partida, sou inteira.
Inteira de sentimentos,
inteira de verdades,
inteira na esperança que me segura
quando tudo parece desabar.

Nesses últimos dias o passado me presenteia...
Recordações, lembranças, fotografias, cartas, bilhetes, agendas e diários. Anos de vida que cabem em uma única caixinha de papelão tão bonitinha...
Aquele momento que ao encontrar a tal caixinha passa um filme sem fim diante de seus olhos. Coisas que já nem lembrava mais, porém estão ali guardadas, eternizadas de alguma forma. E você pára pra pensar o quão foi feliz e o quão evoluiu de uns anos pra cá.
Quantas pessoas passaram pela sua vida?
Algumas tiveram uma breve participação outras deixaram marcas e algumas cicatrizes, outras não deixaram nada. Mas existiram aquelas que te deixaram um grande bagagem de experiências únicas. Algumas delas se foram e outras ainda permanecem, mesmo que a distância.
O passando se fazendo presente, mais uma vez...

Durante muitos anos Deus tem sempre mandando cartas para nós ler-mos. E essa carta muitos tem guardado e adiando a sua leitura, irmãos até quando vaz continuar a guardar e adiar pra ler a carta de Deus!? Acho que essa palavra carta já apareceu muitas vezes né? Vamos descodificar então essa Carta. 1- O que é uma carta de Deus?
R:/ Uma carta de Deus irmão é a BÍBLIA que a 2000 anos atrás o senhor nosso Deus tem nos envíado. Meus irmãos leém as vossas CARTAS. DEUS/JESUS vos ama e eu também. Paz e amor e Deus nos nossos corações. Amém

Sou sagitariana.


Sabe, eu continuo escrevendo minhas cartas para você. Mas fique tranquilo, você nunca vai lêr nenhuma delas. Hoje acordei disposta e como toda vez que isso acontece, peguei meu infalivel lapís e meu lindo caderno rosa para lhe dedicar alguns versos, mesmo você não merecendo. Tal merecimento não serve para ninguém, porque minha vida e principalmente minhas palavras não são de ninguém.
Sagitarianas são independentes, fortes na queda e fraquíssimas por dentro. Acho que está ai a explicação da minha imensa facilidade de me decepcionar, porque quando eu menos espero, você muda de assunto e consegue isso com tal felicidade. Vem chegando de mansinho, como quem não quer nada, me entrega flores, cartas perfumadas, presentes e acha que assim me ganha. Na carta de hoje, eu lhe contei sobre meu dia e sobre meu novo sonho, ou melhor, meu sonho que foi reefeito. Você sabe, aquele sonho.. Aposto que não lembra. Você nunca lembra de nada mesmo. Eu te falei sobre meus desejos, (sem você) porque acima de tudo eu sou independente, você sabe. Todo mundo nota meus sentimentos, apesar de eu nunca revela-los é claro. Ta na minha cara, na minha voz, nos meus olhos, no meu pensamento, nas minhas cartas, nos meus cadernos. Ta na tua boca, na tua voz doce, nos teus cabelos jogados, na tua bermuda rasgada, no teu chinelo velho, ta na tua presença, ta nos teus atos, ta no meu coração. Você no meu coração. Sou livre, não sou de ninguém, mais meu coração é só teu. E eu sei que seu coração é só meu. Apesar de você não merecer versos, textos e dedicatórias, eu não me canso de lembrar que é com você que eu quero ficar.
Só não se esqueça que eu sou sagitariana e quanto mais nervosa eu fico, mais sarcastica e cinica eu me torno. Por isso, não tente me enganar e muito menos mentir para mim, não é prudente brigar com um signo que é metade cavalo e metade humana ainda armada! Amar uma mulher de sagitário é recompensador e nunca é monótono. Não importa que eu não tenha aprendido a dizer o quanto te amo, para mim isto é difícil.

Eu hoje joguei tanta coisa fora, eu vi o meu passado passar por mim. Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim...
O céu de ícaro tem mais poesia que o de galileu, e lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz, querendo ver o mais distante e sem saber voar, desprezando as asas que você me deu... Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua, merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos e de você e eu.
Eu hoje joguei tanta coisa fora e lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz, cartas e fotografias gente que foi embora. A casa fica bem melhor assim...
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua. Merecia a visita não de militares, mas de bailarinos
E de você e eu.

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

Suplico aos senhores que, em suas cartas, falem de mim como sou. Que nada fique atenuado, mas que se esclareça também que em nada houve dolo. Os senhores devem mencionar este que amou demais, com sabedoria de menos; este que não deixava-se levar por sentimentos de ciúme, mas que por artimanhas alheias, chegou aos extremos de uma mente desnorteada; este cuja mão, como faz o índio mais abjeto, jogou fora uma pérola mais preciosa que toda sua tribo, este que, de olhos baixos, apesar de não ser de seu feitio mostrar-se comovido, agora derrama lágrimas de maneira pródiga, como as árvores das Arábias derramam sua goma medicinal... Ponham isso no papel.

(Otelo)

⁠►Cep

Perdoe-me, princesa, por sufocá-la com mensagens
Entenda meu lado, minhas cartas não conseguem sair em viagens
Não sei seu cep, não sei nem ao menos o número de sua casa
Por isso, minha única alternativa é mandar figuras apaixonadas
Sei que sou uma pessoa difícil de lidar, tanto quanto sou para amar
Sei que às vezes minha mente tenta nos atrasar, eu sei
Você também já deve estar farta das minhas desculpas, meu bem
Eu sei, sei o desgaste por continuar aturando estar ao meu lado
O que acontece é que o seu passado, apesar de ser somente seu,
Entristece-me profundamente, tudo o que conseguiu fazer enquanto eu estava isolado,
Não é problema meu, sei disso princesa, há, como sei, mas, a mágoa persiste
Às vezes disfarço quando indaga se estou bem, balanço a cabeça, mas, me vejo triste
Estou procurando aceitação, para não sofrer pelo que passou e instaurar o meu amor.
Muitas foram as vezes que duvidei de suas palavras, eu não acreditei nelas
Era difícil, mais ainda quando elas eram ditas por alguém comprometida
Por um ponto de vista, sua revelação te tornou mais humana
Pois, quando me abandonou, eu te enxergava como ninja, como uma anja, mas,
Hoje, mesmo entregue e a mercê, lá no fundo existe uma ferida, desferida por você
Foi um choque, moça, quando me contou suas aventuras, confesso
Apenas uma, uma delas, me causou uma mágoa extremamente profunda
Hoje digo ter aceitado, entendido, afinal, não devemos julgar o passado
Mas, dói bastante saber que eu sofri sem ninguém, enquanto você recebia carinho
Bom, acredito que faça parte, me desiludi com a pura fantasia que eu mesmo criei
Entretanto, não me arrependo de nada, nem mesmo com o que sonhei
Estaria mentindo se dissesse que está tudo bem assim
Porém, acho que o importante é que, enquanto estamos juntos,
Sou mais que feliz.
Passando vários pensamentos em minha mente,
Sinto como se fosse uma estação, pronta para me levar para longe
Terras acinzentadas, mórbidas, sem vida
Pois, moça, a verdade é que desconfio de você, o que não é incomum
Poderia ser, caso vivêssemos em pura fantasia
Mas, infelizmente esta somente existe em folhas.
Não te culpo, moça, e se já a culpei, me perdoe
O culpado fui eu, fantasiei com uma pessoa perfeita, me iludi
Quando a vi novamente, inexplicável a sensação de choque
Foi tão de repente, inaudível, invisível, mas, tão forte
Tão intenso, foi bem difícil, já lhe digo
Como aviso, meu coração pediu para que eu fosse menos receptível
Não consegui, não dei ouvidos, e por isso, sofri
Feliz? Bastante, já a tristeza eu omito.
Moça, queria poder desabafar, por isso a citei novamente
Estava precisando despejar essas palavras,
Que estão me atormentando diariamente
Falar contigo? Sem motivo, apenas brigaríamos sem fim
Prefiro assim, desabafar quietinho, no meu cubículo, em risco
Peço, novamente, perdão, me magoei por criar uma princesa encantada
E, esquecer que ela, mesmo que formosa, contém falhas
Te elevei uma vez a divindade, eu era imaturo, vivenciando o primeiro amor
Mas, hoje estou mais matuto, ciente das consequências e escolhas
Pensador, reflito sempre enquanto, em minha porta, bate a dor
Mas, quem sabe um dia ela desista de mim e vá embora?
Deixando para trás nada além de fragmentos incolor.

Eu te amo, não importa a distância

Meu amor, nem mesmo que universos de espaço físico se colocassem entre nós dois, esses não seriam suficientes para diminuir a intensidade do meu sentimento por você.

Eu amo muito você, mais que tudo, meu namorado! Pouco importa que agora vários quilômetros nos impeçam do contato físico diário, pois eu vivo no sonho de muito em breve fazer essa distância desaparecer por completo, e ter você perto de mim, todos os dias, todo o dia!

⁠"⁠Bonedog"

Voltar pra casa é terrível, quer os cães lambam o seu rosto ou não.
Se você tem uma esposa ou apenas solidão em forma de esposa esperando você, voltar para casa é terrivelmente solitário.
De tal modo que você pensará na opressora pressão barométrica lá de onde acabou de voltar com afeição, pois tudo é pior após chegar em casa.
Você pensa nas pragas grudadas nos talos da grama, longas horas na estrada, assistência rodoviária e sorvetes e as formas peculiares de certas nuvens e silêncios com nostalgia, porque você nem queria voltar.
Voltar para casa é... simplesmente horrível.
E os silêncios caseiros e nuvens não ajudam em nada, além do mal-estar geral.
Nuvens, do jeito que elas são, são de fato suspeitas e feitas de um material diferente, do que daquelas que você deixou para trás.
Você mesmo foi cortado de um outro pano nublado, devolvido, remanescente, malfadado pelo luar, infeliz por estar de volta, esgarçado em todos os pontos errados, um terno desfiado, maltrapilho, surrado.
Volta pra casa, aterrissado da lua, forasteiro. A força gravitacional da terra, um esforço agora redobrado, desamarrando seus cadarços e os seus ombros, entalhando mais fundo a estrofe de suas preocupações em sua testa.
Você volta para casa afundado, um poço ressecado ligado ao amanhã por um frágil fio de... Enfim.
Você suspira no massacre de dias idênticos, que é melhor aceitar, de uma vez.
Bem... enfim, você voltou.
O sol sobe e desce como uma puta cansada. O clima imóvel como um membro quebrado, enquanto você não para de envelhecer.
Nada se move, além das marés de sal no seu corpo. Sua visão embaça, você carrega o seu clima com você, a grande baleia azul, uma escuridão esquelética.
Você retorna, com uma visão de raio x, seus olhos se tornaram famintos. Você volta pra casa, com seus dons mutantes, para uma casa óssea.
Tudo o que você vê agora, é tudo... osso.

(Poema Bonedog, de Eva H.D.)

Prosa Patética

Nunca fui de ter inveja, mas de uns tempos pra cá tenho tido... As mãos dadas dos amantes tem me tirado o sono... Ontem, desejei com toda força ser a moça do supermercado. Aquela que fala do namorado com tanta ternura. Mesmo das brigas ando tendo inveja. Meu vizinho gritando com a mulher, na casa cheia de crianças... Sempre querendo, querendo... Me disseram que solidão é sina e é pra sempre. Confesso que gosto do espaço que é ser sozinho. Essa extensão, largura, páramo, planura, planície, região. No entanto, a soma das horas acorda sempre a lembrança... Do hálito quente do outro. A voz, o viço... Hoje andei como louca, quis gritar com a solidão... Expulsar de mim essa Nossa senhora ciumenta. Madona sedenta de versos. Mas tive medo. Medo de que ao sair levasse a imensidão onde me deito... Ausência de espelhos que dissolve a falta, a fraqueza, a preguiça. E me faz vento, pedra, desembocadura, abotoadura e silêncio. Tive medo de perder o estado de verso e vácuo... Onde tudo é grave e único. E me mantive quieta e muda. E mais do que nunca tive inveja. Invejei quem tem vida reta, quem não é poeta... Nem pensa essas coisas. Quem simplesmente ama e é amado. E lê jornal domingo. Come pudim de leite e doce de abóbora... A mulher que engravida porque gosta de criança... Pra mim tudo encerra a gravidade prolixa das palavras: Madrugada, mãe, ônibus, olhos, desabrocham em camadas de sentido... E ressoam como gongos ou sinos de igreja em meus ouvidos. Escorro entre palavras, como quem navega um barco sem remo. Um fluxo de líquidos. Um côncavo silêncio. Clarice diz, que sua função é cuidar do mundo. E eu, que não sou Clarice nem nada, fui mal forjada... Não tenho bons modos nem berço. Que escrevo num tempo onde tudo já foi falado, cantado, escrito. O que o silêncio pode me dizer que já não tenha sido dito? Eu, cuja única função é lavar palavra suja... Nesse fim de século sem certeza? Eu quero que a solidão me esqueça.

As vezes olho pro céu e me pergunto quando o sinal de que tudo vai dar certo vai chegar? Não sei! Só sei que quando deitar em minha cama, não quero pensar em arrependimentos, em tristezas, não quero ver meus sonhos quebrados pelo chão pois eu sei que só eu vou me machucar ao pisar neles, então vou acreditar! Acreditar que um dia vou chegar la, que um dia vou olhar pra traz e ver que tudo isso foi um aprendizado e que cada acontecimento, seja ele triste ou feliz, me ajudou a ser quem eu sou, me fez levantar e não me importar com o quanto já me fizeram chorar mas sim com a minha vontade de escancarar um sorriso! A final, como diria Caio Fernando Abreu:
E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.

Sem mudanças repentinas de humor, pra variar o de sempre.
Mas diferente. Depois de um tempo tentando entender o que se passava aqui dentro - depois de entrar nessa fase narcisista e egocêntrica até a última gota - depois de ver o quanto se pode mudar, o quanto dá pra ser bom, mesmo quando tá uma droga. Depois de ver que realmente não gosto de ocupar uma posição passivamente submissa a pessoas ou a meus próprios sentimentos - e essa é a parte mais incômoda -, sentir isso, é mais do que saber, aconselhar, e fingir que nada está acontecendo.Nem tudo é tão confuso assim. E o melhor é que é tudo consequência, efeito de escolhas e atitudes, tomadas ou não. E fazer uma mudança nisso tudo, é muito, m-u-i-t-o bom!

Espalhe alegria em seu dia.
Não deixe que nada te faça perder o riso ou ficar de mau-humor, não vale a pena.
Mas você pode colocar esse dia nas mãos do Pai e deixar que Ele tome a direção da sua vida, mas não esqueça de fazer a sua parte, hein? Lembre-se: tudo tem um propósito de Deus.
Nada é por acaso, concentre-se, anime-se, respire fundo e salte para a vida que ela é linda e te espera de braços abertos. Um lindo dia recheado de coisas gostosas e muitas felicidades!

(Werther referindo-se ao mau humor como fardo)
(...) Merece esse nome o comportamento que prejudica a nós mesmos e aos outros. Não basta a impossibilidade de sermos felizes? Precisamos ainda roubar o contentamento que as vezes passeia nos corações alheios? Aponte-me alguém que esteja de mau-humor e apesar disso seja valente o suficiente para ocultá-lo, suportá-lo sozinho, sem destruir a alegria em torno de si. Trata-se muitas vezes de um mau-humor contra nossa própria incapacidade de viver bem, um descontentamento contra nós mesmos, e está sempre ligado à inveja e à vaidade. Não suportamos ver pessoas felizes, sem que tenhamos concorrido para tal.

Johann Goethe
O Sofrimento do Jovem Werther (p. 24)

Meu Doce DeLeite

Uma doce surpresa você...
Com uma calda deliciosa de humor
Uma pitada de sorriso nos lábios saborosos
Que deixa com água na boca os meus
Despertando o meu apetite...
Em minha boca restou
Teu gosto singular
Que tão pouco pude provar...
Vem saciar a minha fome de você
Minha sede de te amar...

Mudamos a cada segundo, somos feitos de versões, versos ou aversões.
Depende do humor do mundo.
Adeus à cansativa mesmice dos mortais. Já sou free, não sofro mais.
Descobri que estou viva e nunca é tarde demais...
Depois de tanto pensar, descobri o que aconteceu.
Dentro de mim, o mundo.
Fora de mim... Eu.