Camila heloíse
Não sou capaz de falar metade das palavras bonitas que guardo para muitas pessoas. Não sei se você me entende, mas dizer palavras bonitas não depende somente de nós. Porque o outro precisa entrar na sintonia, sentir como nós, receber da mesma forma que estamos enviando. Entende isso? As palavras precisam fazer valer, e nem sempre me arrisco a desperdiçá-las.
O problema por completo nunca foram as idas, os abandonos e as despedidas. O problema é me levarem junto. É irem me deixando virar pedaços e nunca mais me devolverem. Sou agora uma espécie de quebra-cabeça que nunca mais se completa, que já não sabe ao certo por onde andam as suas peças. E eu já entendi, moço, que cada adeus corresponde ao som de uma faca me despedaçando, e cada “até logo” vira lenda. Moço, eu já perdi demais, agora eu apenas quero imaginar que um dia posso ganhar pedaços para cuidar também, e deles, farei um enorme coração cheio de proteções. E ninguém irá precisar de despedidas.
Aquelas gotas de chuva que caíam
Simbolizaram o céu do nosso beijo, do nosso amor.
Os anjos, suas trombetas tocaram...
Num ritmo forte, ao mesmo tempo suave,
Unindo num compasso perfeito nossos corpos molhados.
Tudo ficou em câmera lenta...
Eu só via você,
Você, só a mim, via.
Hoje a chuva que cai...
Cai miudinha de saudade daquela tarde rosa, chuvosa...
Que embalou para sempre nossa prosa.
Sou vítima do amor...
Desde que fiquei moça o danado nunca mais largou-me os passos.
Ele sempre está presente, sempre em versos diferentes.
Sentir o amor é coisa boa...
Coração acelera,
Treme-se as pernas,
O riso sai natural.
Olhar para o amor que você sempre quis e sonhou, emociona...
Ao mesmo tempo perturba, causando insônia.
Vai que a vida nos prega uma peça
Levando nosso amor as pressas?
Abandonei alguns planos ao longo dos meses. Foi difícil, caso você queira saber. Mudei trajetórias e me surpreendi, não com os outros - esses são cada vez mais previsíveis -, mas comigo. Claro que não nadei em um mar de flores límpido e cheiroso. Passei por esgotos e esfolei bastante os joelhos. Andei sem mapa, bússola ou conselho que me guiasse. Andei por mim, pelas minhas próprias pernas, e há vezes em que até lamento isso. Uma mão às vezes ajuda. Todavia, o que ocorreu comigo foi isso: mudança de planos, diariamente. Amanhã, com toda a certeza, mudarei mais uma vez. E que você não me entenda, assim como todos eles. Que ninguém me entenda, pois eu não gostaria que me explicassem.
Aqueles olhos castanhos revelam uma alma feliz quando veêm de encontro aos meus verde.Nunca senti um coração pulsar tão forte quanto o nosso... Isso é amor!!
Impetuosa de escancarar
Carinhosa de inspirar, ela vai te deslumbrar
Sangue quente, ela é atraente
Mulher florescente que vive ousadamente
Ela é persistente e não quer parar...
Você é nó que não desata, é pedra no caminho, é comida salgada, é falta de vento em dia quente. Você é quem eu prometo desistir, é quem eu quero abandonar, é o número salvo na agenda como “nunca ligar”. Você é pedaço de gente, é sem rumo, é falta de afeto, é falta de toque, é sem sensibilidade. Você é, além de tudo, o que eu não consigo deixar simplesmente ir, porque você também é o último abraço, é o último beijo, é a última flor do outono. É meu, é de quem te vê passar.
Não deixe uma hora de orgulho fazer você perder uma vida inteira, um dia perdido em pensamentos desejará ter de volta pelo menos um segundo naquela vida e assim fazer tudo diferente.
Quando a nossa parte termina, começa então a do outro. Mais ou menos como espaço, limite ou respeito, relações de amor e ódio perduram mais ou menos assim.
Vontade instantânea de refazer as pontes quebradas ou escalar um abismo, de onde provoquei essa queda abrupta. Voltar pro mundo que tinha antes, mesmo que fantasioso, irreal. Amor e ódio, entre as brigas e as juras eternas. Uma saudade maléfica de tudo isso, e que eu não sei de onde brotou. Da pessoa que menos merecia pensamentos tão singelos e doces.
Ser contra a greve, é o mesmo que aceitar ser educado pelos políticos brasileiros e não pelos verdadeiros bons professores.
Quando começo a me sentir assim, eu bem sei. São os primeiros passos para a estrada que jamais voltarei.
Mas primeiro, o ápice. Depois, queda. Por fim chão, e depois o tempo.
Somente nele que tenho aprendido a confiar...
Vezenquando eu baixo a guarda, fingindo que não queria viver sempre á sua disposição. Mas olha, vezenquando, eu acordo com vontade de ser sincera, outras vezes, acordo com vontade de ser forte. E aí, quando sou forte, não sou sua. Só sua sua nas noites de frio, quando ouço nossa música, quando vejo suas fotos. Nos dias restantes, não penso nem na possibilidade de pensar em você. Por todo o mal que me fez, por todo o mal que me faz, por todo o prejuízo, por cada uma dessas cicatrizes. Eu convivo com a tristeza de saber que embora o mais impossível, o mais improvável o mais sem sentindo amor, foi o maior amor que eu já senti nessa vida. E senti por você, só por você. Irônico, né ? Eu que vivo dando conselhos dizendo que devemos nos valorizar, vivo chorando baixinho, deixando escorregar uma lágrima aqui e outra ali, me olhando no espelho e tentando ver você. Eu fico repetindo até decorar ( como eu fiz com a tabuada ) que eu vezes você é igual á zero. Não tem como. A gente se divide ou se subtrai, a gente se trai em outras bocas, em outros corpos. A gente nunca é ” nós”. A gente é, não somos. Entende ? Eu queria que as coisas fossem diferentes, mas tem coisa que não é pra ser, então não é. Mas é, é uma pena, pena ter que partir, pena te ver indo embora e não poder dizer “até mais”. É adeus, aquele bem frio, aquele bem mal dado, igual bom dia em uma segunda-feira ás seis da manhã. Mas eu vou continuar igual boba escrevendo seu nome na última folha do caderno, com corações, e uma vontade imensa de te mandar todas as cartas que te escrevi. Mas só vou ficar na vontade, porque não pode amar quem não ama a gente, entendeu coração ?
Bem verdade que eu ajo hoje, e me escondo para ler livros de psicologia, ouvir músicas poéticas e ficar sozinha; e amanhã volto com uma super-inovada-nova-solução para o nosso caso de amor dilacerante e pragmático. Talvez por isso, as fugas, e voltas, as idéias mudadas, o sentimento quase o mesmo e os princípios no lugar. E você disse que era inesperado, que tudo ainda estava se arrumando, consertando, e do nada cortei o fio que nos ligava, cordão umbilical desse relacionamento.
Foi só o pacto de fidelidade que tenho comigo mesma, desde me conheço por gente. De me entregar aos impulsos, deixar consumir essas vontades, arriscar. Sabendo ser o melhor para mim, na sua insistência em contato e proximidade, agi. Meio cega, um pouco maluca, mas uma pena que as explicações não tenham chegado à tempo.