Boas Vindas na Escola
...
Lembrei do verão
E floresci, primavera
Muitas folhas ao chão
Fechei minha janela
Descortinei,singelo
Forma de expressão
Extraí o mais belo
Pus em uma oração
E de três em três meses
Minha constatação
Eu, plebeus e burgueses
Somos todos pagãos
Outono se afasta, propício
O frio se instala, indício
Inverno de julho, início
O sol se afasta, solstício
...
Minhas ideologias não são esquizofrênicas, apenas muito discrepantes das que me rodeiam com certa teimosia. Chego a confundir a teima com carma, mas logo dissipo a energia que me leva a apontar o indicador para supostos deslizes regressos.
Tudo que transpiro é legítimo e intenso, e legitimidade com intensidade não abre precedentes para gotas de equívoco. Amor e amizade não são sentimentos banalizáveis, algo descartável ou utilizável apenas para satisfazer o bel prazer de um dos lados da história. Ratifico tal percepção ao acessar minhas gavetas repletas de consciência, subconsciência – e porque não – inconsciência coletiva.
Há quase cinco décadas venho me intoxicando com barbitúricos intangíveis e abstratos, que também extirpam a plenitude dos seus destinatários - dia após dia. É como se eu vivesse em uma quimio recorrente, algo plantado para aniquilar toda minha alegria - homeopaticamente.
Com a idade me dei conta deste calvário tóxico e comecei a revirar tais gavetas sem aquela impulsividade adolescente e, por esta única razão, encontrei o cerne que afoga meu âmago com bolhas de angústia – vários frascos do veneno que sequestra minha essência e apaga a estrela que deveria irradiar luz.
Segurei os frascos com meus pensamentos mais lúcidos, abri minha mente com certo receio, e percebi o rótulo que estampa o casulo deste aprisionamento triste e escuro. Um princípio ativo que joga para o ostracismo todo o brilho de uma alma que nasceu para brilhar: “frustração”, dor causada pela ausência de reciprocidade.
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Hoje, quando meus olhos choveram, deixei o sol brilhar dentro de mim. Olhei ao redor e as lágrimas secaram no meu sorriso.
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Os melhores bombons estão em caixas novas e velhas. Espero ter o privilégio de contemplar o mundo com as bengalas da prudência, pois criança saboreei o doce da vida.
Nos últimos vinte anos percebi que precisava armazenar suavidade para resplandecer altivez quanto meu rosto já mostrasse sinais de cansaço, e ao desembarcar na terra de Fernando Pessoa, me tornei vizinho da afabilidade, da brandura e da galanteria.
Sentimentos armazenados por aproximadamente oitenta anos, cultivados em barris de carvalho, fragrância exalada e inalada por quem tem a sensibilidade de perceber o quão mágico pode ser o odor da gratidão. De quem respira, pela chance de aprender. De quem expele, pela humildade de continuar aprendendo.
Ahhh, como é lindo contemplar a dissipação da amargura oitentista com a naturalidade de quem tem o dom de jovializar sua própria alma. Seres que souberam acumular sabedoria para hoje usufruir da sapiência ao impactar meros mortais, ainda sentados na antessala da sabedoria.
Ao passo que me tornei velho para jovens que me rodeiam, me vi criança ao ser observado pela amizade repleta de marcas de expressão e cabelos brancos. Ancoro meus princípios e valores em uma travessa sem saída, e vivo defronte à dignidade de uma velhice confessada, muito mais bela que outras disfarçadas e esticadas.
Obrigado Rio Douro, das suas margens, do Porto à Baião, tive a honraria de frutificar meu coração e fortificar minha alma ao experimentar a condescendência porta com porta e a benevolência larga e verdadeira.
Hoje penhoro toda e qualquer arrogância de dever cumprido, e me abro para um universo de possibilidades. Anos vindouros, onde também poderei historiar e dividir com mancebos de trinta, quarenta a cinquenta, a honraria que tive ao conhecer a afabilidade chamada de Terezinha, a brandura chamada de Cinda e a galanteria chamada de Lino.
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Coração na boca
Peito apertado
Alma barroca
Tremor nas mãos
Brilho nos olhos
Eixo recíproco
Me despi, escrevi
Discorri anseios
Me despojei, atrevi
Socorri receios
Soletrei verdade
Dissertei fadigas
Em cada frase
Cicatrizei feridas
Fiz paródia
Refiz meu verso
E na discórdia
Incontroverso
Se sou eu, baluarte
Se aqui és minha arte
Clamo com todo respeito
Se gostas do rarefeito
Esqueças o “à la carte”
...
Nas asas do tempo
a tristeza voa.
No rabo do vento
meu disfarce ressoa.
Um discernimento,
meu grito ecoa.
Um ressentimento,
esperança destoa.
E minha felicidade,
aragem escoa.
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Durante o seu reinado, Laio, marido de Jocasta, recebeu uma mensagem perturbadora do Oráculo de Delfos: o casal deveria evitar um herdeiro, uma vez que ele estaria destinado a assassinar o próprio pai. O tempo passou e Jocasta acabou engravidando. Laio, mesmo angustiado pela alegria da esposa ao saber que teria um filho, prosseguiu com o conselho dado pelo Oráculo. Édipo sobreviveu e seguiu sua peregrinação em busca de respostas. Apesar de não saber o nome dos seus progenitores, acabou descobrindo que o seu destino era matar seu pai e envolver-se com sua mãe. Uma morte sem ele saber que a vítima era o próprio pai, um envolvimento sem ele saber que a paixão era a própria mãe, e uma Cidade repleta de pragas - castigada por Deus.
Em tempos bem mais recentes, Sigmund Freud, o “Pai da Psicanálise”, trouxe à tona questões como o posicionamento do inconsciente e da consciência, a sexualidade e as relações parentais. Deste estudo aprofundado nasceu o termo “Complexo de Édipo”.
Quando Freud desenvolveu sua teoria, ele explicou Édipo em três tempos. O primeiro diz respeito ao momento inicial, em que a criança está muito ligada à mãe, enxergando-a como uma extensão do próprio corpo. No segundo, explica que o pai se torna presente como uma figura proibidora do cotidiano infantil. Já no terceiro e último, o pai aparece como uma ser repleto de identificação.
A ideia de voltar e recorrer à mitologia foi para mostrar que, em parte, concordo com o psicanalista, pois enxergava minha mãe como uma extensão de mim e percebia o ciúme do meu pai diante da novidade. Bem mais tarde, entendi que o processo é bem mais comum do que parece. Voltamos a venerar nossos pais depois que nos tornamos pais, e isto acontece pelo paralelo que traçamos com o nosso subconsciente.
Tudo que envolve amor precisa ser relevado, assim como o livre arbítrio e o consequente elo firmado entre mim e a mulher mais importante da minha vida. Agradeço a Deus o privilégio - que recebeu do próprio – a alcunha de “minha mãe”. E assim enalteço o privilégio ao me assumir privilegiado.
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O Fascismo feroz
zanzou loucamente pela Esplanada
A Liberdade sem voz
foi abortada pela Mãe Gentil
E a Democracia do “Nós”
foi perseguida por uma matilha
e suas cadelas no cio
O ex-presidente algoz
excomungou a paz e fugiu da justiça
O articulador atroz
insuflou a desgraça do Boca Raton
E a polícia de Oz
estava em Nonéstica
e se eximiu do epílogo Dantesco
O pré, durante e após
do Capitólio Tupiniquim
da intolerância enrolada na bandeira
e da opressão carregando uma cruz
deixa-nos uma grande lição
o ventre que abortou a igualdade
continua mais fértil que nunca
Regresso
...
O Brasil está entorpecido
do antagonismo burro
da oposição ignorante
de contradições levianas
da altercação deliberada
da desinteligência vil
da incongruência malévola
da discórdia mentirosa
de sequelas fascistas
de regimes despóticos
de sementes tiranas
de símbolos nacionalistas
de preconceitos cabais
e precisamos curar a ressaca
bolsonarismo nunca mais
...
Depois que confiei
Nunca mais temi
Depois que alcei
Nunca mais caí
Depois que iluminei
Nunca mais anoiteci
...
Hoje estamos bem distantes do local que plantamos nossa primeira semente, mas quem disse que a colheita é realizada no mesmo solo que plantamos?
Levamos nossas raízes nas asas. Um pouco de você, um pouco de mim e muito de nós.
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Sentei à margem do rio
Do cais espreitei o cais
Da nascente para Foz
Corrente inquieta
Barcos inertes
Observei minha tela
Emoção fluiu na inquietude
Razão ancorou na estaticidade
Distanciei os pólos do vislumbre
Legitimei a inconstância
Autentiquei a impermanência
Fechei as janelas da alma
Clamei por equilíbrio
E meu córtex reverenciou o rio
Chorei, lembrei de você
Olhei para o horizonte
E minha razão já estava longe
...
É difícil aplaudir, reconhecer, elogiar, concordar, torcer de coração e desejar um parabéns com sinceridade. É difícil interagir com a inteligência, quando a genialidade é proferida por outras mentes. É quase impossível vibrar com a vitória alheia. A egolatria não permite, e a inveja existe por mais que seja negada a todo momento.
Por outro lado, é fácil entender que o progresso de alguém só pode incomodar o acomodado. É fácil perceber que a felicidade ao redor só vai fazer mal, se você estiver de braços dados com a infelicidade. É totalmente possível alterar o mindset egocêntrico por aquele sentimento legítimo de admiração. A egomania pode ser rechaçada, e a avidez vai inexistir se for negada a todo momento.
Vá ser feliz e vibre quando perceber a felicidade estampada no rosto de alguém. Sorrisos precisam percorrer o mundo sob a forma de contágio.
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Fulgurei no picadeiro ao transformar dor em metáfora. Maquiei a minha retórica e retoquei a sua anáfora.
Recitei tais repetições ao esgotar minhas alegorias. Evitei as contradições e mergulhei na poesia.
Cunhei minha resiliência ao acordar da letargia. Carreguei as raízes nas asas e abdiquei da nostalgia.
Amputei um passado longínquo ao bancar tal decisão. Alinhei o que era oblíquo e persisti na fulguração.
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A rotina encaixa, percebemos alguns passos fora do compasso e nos apoiamos nas referências para seguir em frente - mesmo que o mundo esteja diferente.
Nossa mente se adapta, sonhamos acordados e nos distraímos com coisas completamente desconexas - algumas pessoas estão reticentes.
Estamos longe do que era normal e mais perto de tudo que achamos certo. Ao passo que nossa mente se distancia do coletivo, nos aproximamos individualmente daquele que nos criou - algumas pessoas estão descrentes.
A lucidez e a realidade ao nosso redor cobram respostas intuitivas. O instinto vital nos impulsiona para o nosso propósito, o ontem desmorona e o hoje exige criatividade - algumas pessoas estão carentes.
Embora a diferença, a reticência, a descrença e a carência nos tornem desiguais, precisamos emoldurar o nosso amanhã - mesmo que o mundo esteja doente.
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A bossa virou funk
Rock, sertanejo
O idiotismo está punk
Rima pobre com cortejo
Tiririca no plenário
Milton sem bandeira
Kevinho visionário
Raul na geladeira
Cultura genocida
O Brasil da fanfarrice
Da milícia latrocida
Que saudade da Clarice
A burrice embriaga
Chico entorpecido
A asneira arrebata
Caetano absorvido
O reggae sem skunk
Inteligência sem ensejo
Cretinice, cyberpunk
Insipiência sem despejo
Presidente que conspira
Pátria amada que repele
Aliciamento que inspira
Um descaso, Mariele
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Forjei a coragem do meu semblante com a tristeza da minha alma e quebrei a promessa de nunca mais anoitecer. Um borrão cinza no gigantesco azul.
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Há dezesseis anos eu me descobri pai de menino. Sempre tive muita intuição, principalmente durante minhas horas de quietude. Portanto, não só intuí o gênero como também já sabia que ele seria enviado e curado por Deus. Assim como da primeira vez, também foi algo muito natural, orgânico e incondicional. Minha disponibilidade para amar meu filho e o seu universo foi e sempre será infinita, e nossa história já começou prematuramente. Foram apenas sete meses de gestação e quase um mês na UTI Neonatal para ganho de peso.
Quase que por um lapso, abandonei as trevas do egoísmo e caminhei na direção da luz do altruísmo. Me despedi dos meus recifes egocêntricos novamente, e saí gritando para o mundo que Deus agora tinha confiado um de seus anjinhos aos meus ensinamentos. Já era mais maduro na ocasião, mesmo assim evitei lançar os dados e deixei Ele me mostrar o caminho, assim como fiz no nascimento da minha primogênita.
Quando algo mágico acontece pela segunda vez e alguém – também mais importante que você próprio - cai nos seus braços, você se reinventa de novo, se recomeça mais uma vez. Foi aí que me vi com a responsabilidade dobrada – e mais calejado – me preparei para o que estava por vir.
Depois de algum tempo você entende a diferença entre andar de mãos dadas e andar de mãos algemadas. Entende que amar não significa cobrar, prender ou até mesmo se apoiar em um estereótipo falido. Entende que presença nem sempre significa liberdade. E entende também que amor não é algo angariado contratualmente. Ninguém é livre parcialmente. A parcialidade aqui pode colocar o “ter” na frente do “ser”, e assim como anseio para sua irmã (e já escrevi isto para ela), desejo profundamente que o meu menino seja tudo que ele sempre sonhou. Pois é, resolvi colocar a liberdade na frente do amor, e por mais que este espaço me consuma, meu consolo é muito maior ao ver o quanto você está crescendo lindo, inteligente e responsável.
Hoje no dia do seu aniversário, afirmo que minha saudade virou orgulho e que meu coração (assim como a porta da minha casa), também estão escancarados para a essência e o amor do meu eterno Raphael.
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