Bernado Guimaraes Poemas sobre Amor
Notas Sobre o Que Permanece
por Neno Marques
Há escritores que não precisam de grandes artifícios para mostrar a que vieram. Basta observar o modo como organizam uma ideia, como escolhem um termo em vez de outro, como evitam o excesso para chegar ao essencial. Esse tipo de escrita não exige decorações; exige atenção.
O que me interessa, nesses casos, não é o tema em si, mas a postura de quem escreve. Há autores que tratam a palavra como instrumento de trabalho, não como ornamento. Preferem a clareza ao espetáculo. Trabalham com precisão, mesmo quando o assunto é difícil ou desconfortável.
Também noto que alguns textos ganham força não pelo que afirmam, mas pelo que recusam. Recusar fórmulas prontas, recusar expectativas externas, recusar aquilo que transformaria a obra em produto fácil. Essa recusa, quando coerente, se torna parte da identidade do autor.
Outro ponto importante é o compromisso com a própria voz. Não me refiro a originalidade forçada, mas a algo simples: escrever sem pedir permissão. Quem mantém esse compromisso costuma produzir obras mais consistentes, mesmo que passem despercebidas num primeiro momento.
Por fim, acredito que a relevância de um texto não depende de alcance, e sim de honestidade. Quando o autor sabe o que está fazendo — e por que está fazendo — o leitor percebe. Não precisa concordar, mas reconhece que ali há uma intenção sólida, não um improviso disfarçado.
É isso que, para mim, permanece.
Vejo o vazio das pessoas vazias
Conversam sobre outras pessoas, nunca sobre elas mesmas
São conversas rasas, recheadas de esquecimento
Esquecidos de quem são
Vivem sobrevivendo
Sem olhar para dentro
A inveja é minha vizinha
Ela olha e pensa:
“Eu queria ser você, mas eu não sou”.
Mal sabe as dores que carrego e já suportei
Porém, a paz que habita em mim transcende o ego da matéria
O brilho incomoda quem está no escuro
Quem está no escuro, mal se enxerga
Vê a beleza do outro com aspecto negativo
Esquece-se de lapidar a si mesmo.
Com um bom raciocínio martelar o pensamento dando pernas a uma frase... colocando sobre ela delícias da linguagem e, reunindo em torno dela leitores famintos, pregada com esmero assim ela conforta a imaginação dos convidados a baterem pernas, nas delícias da linguagem, puxar conversa e sentar-se à mesa — o papo rolando
e o raciocínio toc! toc!ler é abrir a mente... como pregos na mão de carpinteiro pensamentos sustentam poemas e na alegria dessas palavras
em torno dessa mesa, mesa cara de imagens (de madeira) das terras das letras...
Leonardo Mesquita
Talvez seja o sentimento de culpa o que mais pese sobre os ombros de todos aqueles que não conseguem se ver com olhos de amor.
Não que você tenha culpa. Não que eu tenha culpa.
É que as pessoas vão dizendo que a gente errou, errou, errou, e nem sempre foi assim.
O primeiro amor que você deve ter é o amor por você mesmo.
Se você mudar o olhar, se sair de dentro e olhar para si de longe, vai se apaixonar, com certeza, pelo ser humano que você é.
Se, por acaso, você não se apaixonar, se sentir vergonha daquilo que está sendo no mundo, está na hora de repensar.
E, quem sabe, ainda dê tempo de ser melhor.
Nildinha Freitas.
Havia uma mulher que vivia sobre um palco. Ela não caminhava pelas ruas da alma alheia como quem busca encontros, mas como quem encena. Seus gestos não eram diálogos, eram ensaios.
Suas palavras vinham com pausas medidas, silêncios calculados e olhares coreografados. Vivia para ser vista, não para ver. Queria aplauso, não presença.
Precisava de plateia, não de vínculo.
Digitais deixadas em palavras abrem investigação, poética, sobre se há pensamento perfeito
Leonardo Mesquita
“Tudo e Nada”
Ao mesmo tempo em que achamos ter domínio — sobre bens, pessoas ou até sobre nós mesmos — a vida sopra o contrário.
Se é seu, cuide.
Se pode, faça.
Se domina, não se preocupe.
Mas lembre-se: existem muitos tipos de força e poder, e o verdadeiro desafio é saber onde e quando usá-los.
Acreditar que temos poder absoluto sobre tudo é perda de tempo.
Quando pensamos saber demais, é aí que ainda não aprendemos nada.
O tudo e o nada caminham juntos nas escolhas que fazemos.
Você pode imaginar que tem total controle sobre si,
mas o que realmente possui são responsabilidades.
Com o tempo, isso fica claro.
A sabedoria vem quando entendemos que o maior tesouro é a felicidade —
a única que tem valor real e dá sentido à vida.
E você saberá que a encontrou
quando perceber que aquele vazio antigo já não existe mais.
Vivemos confusões, dores e quedas…
mas tudo passa.
E aqui está você: de pé, diferente, mais consciente.
Não crie expectativas sobre pessoas, coisas ou situações.
Apenas viva o que precisa ser vivido,
faça o que precisa ser feito — hoje, sempre.
Não subestime ninguém,
mas também não supervalorize.
Dê a cada pessoa o valor que suas atitudes mostram.
E não seja bajulador: isso não leva a lugar algum.
Seja prudente, mesmo quando a dúvida tentar assombrar a alma.
A vida é boa e maravilhosa quando entendemos sua importância.
Alegria, felicidade e amor são parte da existência —
e isso sim pode ser seu, meu, de qualquer pessoa que compreenda essa verdade.
Porque vem da alma, do espírito, do coração.
“O brilho do sol sobre meus ombros,
em meus olhos, traz um sentimento de vida e felicidade.
Na água, ele parece tão adorável,
e sempre me faz tão bem.
Se eu tivesse um dia que pudesse dar a você,
eu te daria um dia como hoje.
Se eu tivesse uma canção para cantar a você,
eu cantaria para que se sentisse assim.
Se eu tivesse uma história para te contar,
contaria uma história que te fizesse sorrir
e te trouxesse uma doce sensação de felicidade.
Se eu tivesse um desejo para te conceder,
eu desejaria que o sol brilhasse o tempo inteiro,
irradiando em você alegria e vida.
Ah, se eu pudesse…
se eu pudesse.”
Adoção!
Muitos trazem nos pensamentos enganos sobre a adoção,
Nem imagina em verdade, como que funciona então,
Quando o coração avisa, que por ai vem irmão!
Já estavas preparado, destes não escapas não...
Recebes ai no teu meio, achando ser devoção,
Pensas que faz caridades, mas cuidado meu irmão!
Aquele que hoje te chega, vindo por outras mãos,
Na realidade é seu. Pode ter isto, como boa razão...
Estavas bem registrado, em tempos que longe vão,
Escolhas que escolhestes nestas formas de irmãos,
Que entraram em suas vidas de outros vindos então!
Colocando em seu caminho! Pagando os atrasados, que devias meu irmão...
Quero que tenhas na mente e também no coração,
Por não ter gerado, este que trazes hoje nas mãos,
Escolhestes em outros tempos terminar esta missão,
Que no hoje abraçastes, carregando ao coração...
Dar guarida e ensinamentos! E alimentando, também.
Provar que estava certo á aquele que te confiou o bem,
Não falharás nesta vida! E ainda dizendo amém,
Agradecendo o Cristo, pagando os seus vinténs...
Que ficaram em algumas dividas, que às vezes, tu nem lembras não!
Mas por bondade divina teve outra ocasião,
De resgatar seu passado, como forma de benção,
Abraçando estas crianças, e dando lhes educação...
Peço a você meu amigo que estejas em situação!
Cuidar bem destes pequenos com amor e devoção,
Nunca deixar de ensinar que Jesus é a solução,
Que os caminhos pra esta vida seguem junto com o perdão...
Independentemente da cor, do sangue, dos corações!
Todos somos mesmo irmãos, queira sim ou queiras não,
Do teu ventre ou de outro, o que mandas é a educação,
Esparramando o amor, seus filhos serão então...
(Zildo de Oliveira Barros.30/12/11)
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMPO – A trilogia do Viver
O inesperado pode roubar-nos o presente; as mudanças, desviar-nos completamente do futuro; mas o PASSADO jamais nos é tirado, por onde quer que sigamos e até o último momento.
A relevância do FUTURO não consiste em vê-lo concretizado ou não, mas em emprestar sabor ao presente e converter-nos em molas propulsoras para buscá-lo neste exato e mais recente amanhecer.
O PRESENTE só faz sentido como resultado direto de toda uma história que construímos para chegar até ele, e atinge seu ponto máximo quando cada partícula do agora chega plena de prazer no exato momento entre o último que se foi e o primeiro que o seguirá.
Diálogo Visionário sobre o Calor Em clareira etérea.
Goya, Hades e Mansa Musa debatem o aquecimento global como profetas adiantados.
Goya: O ar ferve! Geleiras derretem, florestas viram cinzas – monstros do vapor devoram tudo. Como deter?
Hades: Minhas forjas rugem! Petróleo liberta fúrias térmicas, oceanos sobem, terra racha. Freiem o dragão fóssil!
Mansa Musa: Desertos devoram o verde, monções falham. Plantem árvores, usem sol e vento, ou o calor nos iguala no pó.
Unidos gritamos: despertai, ou o mundo se consome!
O choro vem silenciosamente como a água de um pequeno riacho caminha sobre as pedras, o peso de cada gota é o peso de cada lembrança, momentos bons e felizes que não voltam mais.
O preço da culpa e o peso de se entregar tanto.
A saudade que bate é como uma marreta, que faz o coração entrar em uma tempestade imparável, aquele fio se cortando e ver tudo aquilo e não poder fazer nada, é oque faz pensar que não tem mais volta.
Tantas faces deixadas sobre a mesa,
flechas cravadas no corpo do guerreiro.
Caminhos que não conduzem a lugar nenhum,
vidas esquecidas que ninguém a tem.
Escrevi uma carta ao tempo sobre você.
Espero a resposta sentado na calçada,
perguntando onde está você.
Que o tempo não demore muito,
pois te amo e sou apaixonado por ti,
mesmo sem ainda te conhecer.
Tempo, tempo, tempo…
não te atrases,
traz para mim aquela mulher
que tanto espero.
Outro dia, enquanto meditava sobre os acontecimentos da vida, compreendi que tudo o que se planta é o que, inevitavelmente, se colhe.
Se alguém semeou ódio, rancor, inveja, ignorância ou blasfêmia; se humilhou, enganou, tirou vantagem ou zombou do próximo — pode ter certeza: a colheita virá.
E quando ela chegar, não reclame dos frutos, pois serão exatamente iguais às sementes que você plantou.
A vida é justa — cada gesto retorna no tempo certo, como resposta do universo àquilo que um dia oferecemos.
Jamais desejaria que você enfrentasse a escolha que um dia recaiu sobre mim.
Não espero que compreenda os caminhos tortuosos que me levaram até ela, nem carrego a pretensão de pedir seu perdão.
Algumas decisões, por mais inevitáveis que pareçam, têm o poder de despedaçar o que antes era belo — como um quadro rasgado por dentro, deixando apenas o silêncio como testemunha e cicatrizes como lembrança.
E mesmo que o tempo tente costurar os retalhos, há marcas que permanecem, não por rancor, mas por memória.
Você insiste em me agradar,
dizendo sobre mim coisas tão bonitas,
como se eu fosse algum farol perfeito
iluminando todos os teus dias.
Mas não sou tudo de bom que você fala —
sou feito de falhas, de medos, de cicatrizes
que o tempo não apagou.
Ainda assim, quando você me olha,
parece enxergar além do que eu sou,
como se visse em mim um alguém
que eu mesmo não encontro.
E é nesse teu jeito de me ver
que descubro o amor:
não por me tornar perfeito,
mas por ser aceito exatamente assim,
imperfeito e teu...
Ser o que não se é
é caminhar sobre espelhos partidos,
onde cada fragmento distorce o ego
e afasta o passo da própria essência.
A vida não adianta nem atrasa
quando se veste de ilusões:
apenas pesa —
vira um fardo de dias nublados,
um silêncio que rói devagar
por dentro da alma.
O espírito desconhece duplicidades;
não carrega duas faces
nem divide seus destinos.
Ele é inteiro, indivisível,
feito de uma única verdade,
e só floresce quando abandona a mentira.
Viver é despir-se das máscaras,
permitir que a luz da autenticidade
rompa as sombras que nos cercam.
Porque somente na verdade
a alma repousa em paz,
e o coração finalmente respira.
O acaso
Caneta, papel, café e uma vela acesa sobre a mesa,
depois da explosão sobraram alguns estilhaços, pedaços de você estão espalhados entre as linhas,
a uma voz que já não ouso ouvir, não por medo mas por saber os efeitos colaterais da colisão causada,
os desejos não podem sufocar as esperanças, não podem ser mais fortes do que a sabedoria encontrada no silêncio,
atravessar um iceberg com a tocha acesa não foi um feito, foi uma versão do meu futuro encarando a realidade sem desistir,
e caso aconteça o acaso de eu encontrar um novo amor por um acaso, estarei vibrante na mesma órbita de enfrentamento dos olhares e sentimentos.
