Aviao sem Asa Fogueira sem Brasa sou eu assim sem
E hoje
Sou o medo
Os desafios não me deixaram mais forte, as lutas me enfraqueceram
Lembro de um dia não ter medo de nada
E hoje tenho medo de tudo
De hoje do amanhã e do futuro
As incertezas são um tormento diário.
Sou feliz!
Grite bem alto — para o mundo ouvir — e, principalmente, para aqueles que tentaram arrancar de você a pureza da alma, mascarando-se com uma fantasia de benevolência e bondade.
Sorria… porque as máscaras sempre caem. E a bondade fingida, essa bondade bandida, se revela como o sol nascente: lenta, mas inevitável.
Então, sem medo e sem reservas, diga novamente: Sou feliz!
SOU FRUTO QUE ANCESTRALIDADE ALIMENTOU!
Bebo na fonte dos que vieram antes.
E cada gole é história, é sangue, é luta.
Luiz Alberto, voz que atravessou paredes e leis, plantando sementes no chão do parlamento.
Luiza Bairros, que caminhou sobre pedras e flores, deixando pontes para quem viesse depois.
Makota Valdina, guardiã do sagrado, que ensinou que rezar também é resistir.
Lélia Gonzalez, afiada como lâmina, que cortou o silêncio imposto à nossa existência.
Abdias Nascimento, que fez da arte um quilombo e da palavra, um grito que não se cala.
Beatriz Nascimento, que nos mostrou que quilombo é mais que terra — é corpo, é memória que se move.
Jaime Sodré, que guardou saberes como quem protege um tesouro.
Rufino, que mantém aceso o canto dos que vieram de longe e nunca deixaram de chegar.
Eles e tantos outros são como raízes que rasgam a terra para encontrar água.
São como árvores que mesmo sob tempestade não se curvam.
Eu bebo desse legado.
E, ao beber, me fortaleço.
Ao beber, lembro:
resistir não é escolha, é necessidade.
A Justiça Racial não é um sonho que se guarda na gaveta.
É direito. É urgência. É agora.
É ferida aberta que precisa de cura,
mas também é cicatriz que nos lembra da nossa força.
Eu não me rendo.
Eu não me calo.
Eu não me dobro.
Enquanto houver tambor,
enquanto houver corpo negro em movimento,
enquanto houver criança negra que ousa sonhar,
enquanto houver mãe negra que ergue preces ao amanhecer,
enquanto houver quilombo que respira,
eu estarei aqui.
Com a cabeça erguida.
Com os pés fincados no chão.
Com a coragem herdada dos meus ancestrais.
Porque eu sou continuidade.
Sou memória que anda.
Sou chama que não se apaga.
E a resistência…
é a minha forma mais bonita de amar.
Se sou capaz de sonhar,
devo ter coragem de
enfrentar os pesadelos que, indubitavelmente farão parte deste processo.
Cada ferida que carrego é prova de que não fui derrotado. Pelo amor de Cristo, sou mais que vencedor, e nada pode mudar isso.
Não há glória em mim, mas no Senhor,
não há triunfo fora da Sua vontade.
Tudo o que sou é dádiva de Deus,
tudo o que faço é para a Sua honra.
Meu caminho é luz, meu destino é vitória,
porque Ele é fiel e nunca me abandona.
Sempre que alguém me causa tristeza ou decepção, sou imediatamente levado a um passado que não gostaria de reviver.
A resistência vive✊🏾
Igual Maria Doze Homens, sou destemida, não temida
Não sou capoeirista, mas me esquivo dos golpes da vida
Enfrento Doze problemas, mas também resolvo os Doze
Minha força é um golpe de martelo
Segurando uma foice
Desde quinze, dezesseis, dezessete, dezoito
Abolição de dezenove, e o reflexo no vinte
A dor da minha ancestralidade, nunca foi sequer pintada
Só mostram o sangue azul nas pinturas de Da Vinci
De séculos em séculos minha resistência vive
Meus ancestrais resistiram na luta do século XV
Quem lutou no XVI, também lutou no XVII
Continuou no XIX, pra alcançar o século XX
Desde quinze, dezesseis, dezessete, dezoito
Abolição de dezenove, e o reflexo no vinte
A dor da minha ancestralidade, nunca foi sequer pintada
Só mostram o sangue azul nas pinturas de Da Vinci
... Abolição no Dezenove
... E o reflexo no vinte...
... Mesmo sem as mãos de Da Vinci...
... A resistência vive...
Sou um pássaro trancafiado desde o nascimento; e vinte anos após, libertaram-me por cuidado de outrem. Eis que pergunto, com desespero e fervor: como pode um pássaro que só conheceu uma realidade, onde suas asas foram inutilizadas, voar para o além — sem ou com direção —, e sentir a serenidade do pôr do sol no sublime horizonte infinito?
Como poderia atravessar o mar, se nunca lhe deram a resistência necessária para deixar o chão?
Poema da Tarde
Sou pertinaz em falar das tardes.
Ora, o que há de mais ocioso? A noite?
Pobre noite... dama
que corre de mão em mão.
O efervescer ardente é denso
aos meus olhos molhados de suor.
E a tarde vai... voa como
meus funestos versos fracos.
Tarde! Pra quê serve a tarde?
Extenso descanso dos glutãos,
carrasca dos sertões...
Dona insana do meu labor.
🥰 Não sou um poeta, mas já quero escrever um livro na tua boca.
Não sou um artista, mas já quero fazer uma obra de arte no teu corpo 🥰
Vulcão da Alma
Sou o fogo que arde sem se ver,
A entrega que não conhece hesitar.
No meu peito, um vulcão a renascer,
Um amor que é mistério e me faz sonhar.
Sou a flor que desabrocha ao sol,
A pele que sente o vento passar.
Intensidade em cada olhar,
Um sonho que não para de voar.
No limite, onde tudo se revela,
Meu coração pulsa em compasso sem fim.
Paz que acalma, paixão que incendeia,
Um universo inteiro dentro de mim.
Romântica, inconsequente, a sonhar
A imaginação me leva além.
Se é extremo, é lá que vou amar
Pois, ao seu lado, sempre vou estar.
