Aviao sem Asa Fogueira sem Brasa sou eu assim sem
[...] É para mim justo,
por sua morte não farei luto.
Eu a odiava, era recíproco.
Fez mal aos meus irmãos
mas passou como vulto,
não vou cantar canção,
Não lhe prestarei culto.
O cafetão que a usou,
cruel ladrão, astuto.
Feriu, engravidou[...]
Matou, tudo oculto.
Seja por ele, ou por ela,
não falarei, não farei tumulto.
Não terá traço em minha conduta
Ainda que veja em alguns, a sombra
Seu olhar não me assusta
Sua voz não me assombra.
Em mim, habita o perdão
É o núcleo da minha religião
O sonho agora tem direção,
Preto, índio ou branco, é tudo meu irmão.
É Agenor, eu posso imaginar
a bola na garganta a entalar
E a impotência para desatar esse nó
Que agora, fizeram viver a filó, linda, só.
É que quando falta poesia,
a humanidade se esvazia,
a conexão distancia e
a alma é fria.
Senso solidário ou
amor a natureza,
Coparticipação ou sociedade
são uma meras expressões, falta grandeza.
Sem norte, sem mapa, sem nada
sem saber para onde o rio corre.
O humano cria seu próprio oceano
e nada, e nada, e como nada é nada.
Nada, nada, e morre...
Sérgio Júnior
Se há algo que eu já consegui entender, embora ainda não totalmente, é que o amor não tem nenhuma expectativa de colheita. Ou seja, não sabe fazer negócio. Na verdade, não gosta.
Por ser grande, coisa que eu estou bem longe de ser, ele semeia sorrindo, enquanto eu vejo sofrimento e dor.
A colheita para ele, já está na oportunidade de plantar. E o mais curioso, quanto mais o terreno parece infértil, mais sementes ele lança. E do seu perfume, ninguém pode escapar...
Eu estava seguro e maduro.
Havia acabado de construir o meu muro.
Me escondi, na sombra, no escuro.
Pois dá muito trabalho limpar o entulho.
Aí você apareceu assim, tão de repente.
E eu, que fazia um esforço para não ver gente.
Fui puxado para fora e fiquei contigo frente a frente.
Senti o teu calor, teu ânimo, sua alegria.
Deu vontade de correr, como de hábito eu fazia.
E você, sem fazer nada, fez eu querer sua companhia.
Eu estou surpreso e não sei o que fazer, pensar ou dizer.
Esse mundo onde as palavras faltam e o fôlego tremula.
É medicação para a alma, que nunca tomei nem li a bula.
E o pior é que eu, antes tão comunicativo, fico tímido quando você aparece.
A expectativa de encontrar amanhã, a cada noite cresce.
Meus lábios querem os seus e a sua alma já te contou.
Nessa linguagem silenciosa que o amor é doutor.
Esse seu silêncio que parece que não quer ou que não me entendeu.
Me deixa apreensivo e lembrando das vezes, que o meu coração já doeu.
O que eu faço agora, me diga como você entrou?
Pois esse coração que antes era valente, flechado por você se acovardou...
A GENTE NO DIVÃ - PRIMEIRA CONSULTA.
Eu já vou começar te dizendo que, por acreditar em uma mentira, você também mente. Nós reproduzimos o que escutamos e acreditamos durante a nossa vida, sobretudo na infância e juventude. É isso que formou a pessoa adulta que você é, a forma que você acredita nas coisas, como você interpreta uma frase ou uma palavra, como você enxerga as pessoas, mas sobretudo, como você enxerga a si mesmo.
Você, na verdade, é o resultado do que te fizeram acreditar. Assim, você pode ser, tanto uma pessoa positiva, cheia de boas ideias e energia contagiante, como também pode ser uma pessoa negativa, deprimente, temperamental e com a ideia de vítima.
Ás vezes, o problema não existe, é tudo uma mentira. Porém, você se sente confortável com essa mentira, porque foi o que te ensinaram. Te disseram tantas vezes que você não é forte, que você não é inteligente, que a sua voz é horrível, que seus dentes precisam de aparelho.
Falaram que o seu bairro é ruim, que seus vizinhos são fofoqueiros, que seu pai é um crápula, a sua mãe desequilibrada e que a escola que você estudou é ruim.
Parece ser uma coisa simples, mas não é.
Quando alguém diz que você é feia, que você está gorda, que você é fraco etc.
Essa pessoa está construindo uma crença limitadora no seu inconsciente.
A partir desse discurso, logo você já acredita que é uma pessoa feia, por consequência, você só enxerga beleza nas outras pessoas. Você não se acha inteligente, pois alguém que te conhece muito (geralmente mãe, pai, avós, amigos), te disse que você é estúpida. O que gerou uma insegurança, oriunda do seu inconsciente, que não te permite fazer afirmação positiva ao seu respeito.
E o pior de tudo, você foi ensinado a chamar isso de humildade.
Ou seja, só enxergar coisas negativas em você, segundo um idiota que eu não faço nenhuma questão de conhecer, é humilde. NÃO! Isso é AUTOSABOTAGEM.
Isso é construção de autoestima de escravos.
Era assim que os feitores faziam para manter os escravos subalternos a eles. Destruíam a autoestima deles, tiravam o acesso aos elogios e lhes davam açoites verbais e físicos.
Eles tiravam o acesso à leitura, aliás, se você chegou até aqui no texto, meus parabéns. Porque quem tem autoestima de escravo, não gosta de ler, pois acredita que não vai entender nada e que o texto é muito grande para a compreensão.
Eu teria muita coisa para te dizer hoje, mas como é a nossa primeira consulta, vou te deixar mastigando uma frase de Carl Gustave Jung, "Até você se tornar CONSCIENTE, o seu INCONSCIENTE vai dominar a sua vida inteira, e você ainda vai chamar isso de"DESTINO".
Bom, eu, Sergio Junior, quero te dizer que, independente do que você ouviu de negativo sobre você ou sobre suas origens, há sempre uma porta de esperança na fé em Deus.
É nisso que eu acredito.
Por isso, você é capaz, você pode, você é belo, você é inteligente e sua história é de um vencedor, não de um fracassado.
Você não é uma vítima, você é um sobrevivente, valente e lutador.
Vai dar tudo certo. Sua vida é muito importante.
E tem muita gente que te ama, sim, pare de acreditar que todos querem o seu mal, isto é uma mentira.
Desprograme esse seu cérebro sabotador agora, para de chorar, levanta essa cabeça, vamos!
Na próxima consulta, ponha a sua melhor roupa, use o seu melhor perfume e se prepare para uma conversa muito longa.
Ah, traga um dinheiro para pagar o meu almoço.
Beijos, vai com Deus.
Sergio Junior
Eu nunca aceitarei viver numa sociedade que usa fatos de injustiça e discriminação do passado para me fazer viver segregado hoje, mendigando aceitação social e um espaço de fala na sociedade, simplesmente por causa do meu tom de pele.
Eu não estou vivendo lá atrás, estou vivendo agora.
E a história do hoje, quem faz sou eu.
Não preciso de nenhuma ação reparadora.
Eu sou livre, independente e suficientemente competente para conquistar o que eu quero sem precisar de favor de ninguém. Nenhuma algema ideológica me aprisiona, eu sou livre.
Eu não sou vítima, nunca serei.
...Curiosamente, todos os passos bem sucedidos que dei nunca foram com o intuito de vencer, eu estava apenas fugindo da dor.
PLASMA
Quando eu era criança, um homem fracassado possuía um sentimento de decadência, de tédio, de desilusão e melancolia. Por isso enxergava uma inutilidade e uma futilidade na sua existência, então se resignava em casa, se deprimia numa batalha interna entre a resiliência e a desistência ou adotava um comportamento boêmio no estilo "mal do século" de Chateaubriand, até encontrar a fé em Deus e se erguer. Infelizmente, muitos se suicidavam e não tinham o divino despertar.
Hoje, o homem frágil e sem êxito na sua vida pessoal, não tem humildade de aceitar a sua decadência, rejeita as soluções espirituais e se diz vítima de erros biológicos e cromossomicos.
Então se acha no direito de invadir uma das searas mais sagradas, admiradas e profícuas da vida humana, a área da mulher, a obra mais venerada, perfeita e exitosa da criação.
Emulando grosseiramente, o jeito, a voz, o andar, as vestes e a penetração social feminina, o antigo fracassado, se crer um vencedor. E celebra publicamente a suposta vitória como se fosse objeto de realidade inquestionável.
Contudo, além da consciência gritando por dentro: "É MENTIRA"!, o angustiado também enxerga nos olhares e faces da plateia censurada que o aplaude, movimentos involuntários da maioria, que refletem a confirmação de que sua verdade foi estupdamente adulterada. E embora finja não perceber o desconforto alheio e reafirmar pertencer ao "novo mundo", no intimo, sabe que será sempre, apenas um plasma. Ninguém consegue matar um Y só pela força do pensamento ou do sentimento.
Quando eu te falo das coisas boas sobre você ou te faço sorrir bastante, não é porque eu desejo esconder a minha tristeza ou dor; pelo contrário, é justamente porque sou fruto delas que reconheci ambas em você. E eu, de um modo ou de outro, decidi te ajudar a não ceder ao pessimismo oriundo dessas sensações. E o método terapêutico mais eficiente que encontrei foi de dar o primeiro passo, o primeiro sorriso, de ser gentil. Eis aí a explicação para essa tão gostosa sensação nossa de conexão.
DOMINADO
Era disso que eu tinha medo.
Era sobre essa sensação de insegurança e de estar na mão de outra pessoa.
Era sobre ser independente emocionalmente e de me blindar de uma eventual frustração.
Ai você apareceu de repente, com esses seus olhos castanhos, esses cabelos pretos e essa sua voz com esse doce timbre da paz.
Toda minha inteligência de nada me serviu.
Eu, inexperiente nessa disciplina, fui golpeado de surpresa, e me encontro agora ansioso, dominado, louco, inquieto, apaixonado e anelando por te rever o mais rápido possível.
O meu coração sangra e me encontro desolado.
E curiosamente, não me arrependo de nada.
Será isso amor?
Eu vinha, pé ante pé, em busca da pequena porta
que dava acesso aos mistérios da noite,
daquela noite em particular, por ser a mais terna
de todas as noites que a minha memória
era capaz de guardar, com letras e sons,
no seu bojo de coisas imateriais e imperecíveis.
Tinha comigo os cães e os retratos dos mortos,
a lembrança de outras noites e de outros dias,
os brinquedos cansados da solidão dos quartos,
os cadernos invadidos pêlos saberes inúteis.
E todos me diziam que era ainda muito cedo,
porque a meia-noite morava já dentro do sono,
no território dos anjos e dos outros seres alados,
hora inatingível a clamar pela nossa paciência,
meninos hirtos de olhos fixos na claridade
enganadora de uma árvore sem nome.
Depois, o meu pai morreu e as minhas ilusões também.
Tudo se tornou gélido, esquivo e distante
como a tristeza de um fantasma confrontado
com a beleza da vida para sempre perdida.
Deixaram de me dar presentes e de dizer
que era o Menino Jesus que os trazia
para premiar a minha grandeza de alma,
o meu desejo de ser bom para os outros.
Passei a escrever sobre tudo isso, sofregamente,
só para não ter de escrever sobre a saudade
que esse tempo fugidio deixou em mim.
A árvore mirrou de frio num canto da sala,
os presentes apodreceram no sótão da casa,
juntamente com os doces da Consoada
que ninguém teve vontade de comer,
nem mesmo os mais gulosos como eu.
Um homem de muita idade bateu-me à porta
e depositou-me nas mãos um pequeno embrulho:
«Eis o teu presente de Natal» — disse-me.
Abri-o e vi um livro onde se contava
toda a minha vida desde o primeiro Natal
de que conseguia lembrar-me, tudo o mais esquecendo.
Ali estava eu de pé, muito quieto, junto da árvore,
à espera que alguém me viesse dizer
que o céu era pródigo em revelações e dádivas.
Era para lá que eu sonhava ir quando morresse.
Quando Dezembro se aproximar do fim,
lançarei pétalas ao vento como se tentasse
semear o perfume do que fui enquanto acreditei.
Talvez o homem volte com outro embrulho secreto,
só para me dizer que esse é o livro que ainda me falta escrever.
Então, juntarei os amigos, os filhos e os netos
numa roda de luz à minha volta e direi do Natal
o que os antigos diziam dos heróis e dos deuses:
foi à sombra deles que nos fizemos homens.
Quando eu partir de vez, lembrem ao menos
a ternura do meu sorriso de menino
quando a meia-noite soava no relógio da sala
e eu acreditava ainda que a felicidade era possível.
em tão poucos dias me apaixonei por vc, ao passa do tempo eu fui me apaixonando mas ainda por vc, e no final eu me apaixonei pela sua alma.
Eu acredito muito nestas frases: "nada como um dia atrás do outro", "tem gente que quer ver o começo e não o fim", "você colhe o que planta".
Eu consegui armazenar o sol no coração para os dias cinzentos e guardar a mais bela lua para uma noite sem estrelas. A vida é bela!
Às vezes, eu ganho dinheiro. Não porque presto serviços a alguém. Mas porque há pessoas que são fãs das minhas ideias. Acreditam. E sou recompensado por isso.
Eu já a encontrei, porém a deixei ir. O que nem chegou a ser foi tão verdadeiro quanto o amor de Cristo por mim. Hoje em vão sigo a buscar, em outrem, aquelas características que Salomão descrevera.
É impossível não ser clichê ao dizer, que a primeira vez que eu te vi, fiquei perdidamente apaixonado por você.
É como se em seu olhar eu pudesse viajar, entre galáxias e por entre mundos eu pudesse saltar;
Minha alma junto a sua a dançar, e a cada passo um mundo chamamos de lar;
Anseio pelo dia em que aqui, nossos universos hão de se encontrar.
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