Verônica H.

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Eu imagino diálogos antes de consumá-los e não sei lidar com suas lacunas ocasionais. Às vezes penso tanto antes de falar, que nada falo. E vivo para me arrepender do que não aconteceu.

Chega de ilusão por carinho. Se depois não for nada disso, que pés vão me segurar na queda?

Ela não sabe se ama demais ou se odeia demais. Só sabe que é demais, e faz disso todo o seu mundo.

Dormir não é suficiente. Eu não estou cansada de ver. Estou cansada de enxergar.

É pelo medo de cair de novo que meus joelhos tremem. É pelo medo de me entregar que meus olhos fogem.

Falta alguma coisa além da música alta que agora preenche minha mente pelos fones de ouvido. Falta segurança. Falta amor preenchendo o que a música é incapaz de enganar.

Eu odeio as ciências exatas por me tornarem mais humana.

O problema é ficar completamente no escuro. Você ficou incomunicável e esqueceu de deixar um manual de instruções sobre como viver sozinha depois de te conhecer.

Eu não quero viver como se sobrevivesse a cada dia que passo sozinha. Não quero andar como se procurasse meu complemento em cada olhar vago. Eu acho que mereço mais por tudo o que eu posso fazer por alguém.

Eu sinto você voltando a cada recaída. É como se bastasse me ver livre de um problema pra encontrar um novo você.

Eu queria que você soubesse tudo sobre meu signo e sobre me fazer feliz.

O tempo desce correndo as escadas e eu ainda subo tentando quebrar a correnteza.

Sabe, eu brigo com o espelho toda manhã. Eu mal consigo formular palavras a desconhecidos. Eu nem mesmo acredito na minha capacidade de marcar a vida de quem eu conheço. Meu complexo de inferioridade já me fez perder noites e noites de sono à procura de respostas para medos ridículos, muitas vezes inexistentes.

À Solidão.
Eu já escrevi por obrigação, por instinto, por vontades sem explicação, por necessidade, por curiosidade, por simplesmente não ter o que fazer. Hoje eu escrevo para contar o tamanho do estrago que você fez na minha vida.
Tudo estava consideravelmente bem. Apesar de ser imcompleta em todos os sentidos, eu sabia lidar com isso. Então você apareceu, mostrou seu egoísmo, expos suas armas num arsenal infindável de maldades e, por fim, me deixou só. Não me deixou nenhum ombro amigo pra chorar mágoas passageiras ou tristezas eternas.

Hoje eu adoro falar. E falo demais, sobre todos os assuntos. Principalmente quando não devo, quando não querem. Só depois eu vou lembrar que devo ter falado besteira. Mas não ligo, não. Falo mesmo, me contradigo.
Amanhã... Amanhã sou tímida demais pra falar qualquer coisa. Não tenho assunto, sabe como é. Prefiro ficar quieta. Faz bem perceber que minha opinião não teria encaixado bem no momento. É, melhor ficar no meu canto.
Eu, diferente? Loucura da sua cabeça. Eu tô igualzinha, querido, só não tô a fim de falar.

esses quilometros que dividem suas mãos das minhas nunca estiveram tão evidentes. Mas hoje eu percebo a incoerência que sua proximidade me traria. Eu me sentiria segura e confortável, sem certeza de saber lidar com isso.

Não é preciso me iludir pra eu ser iludida. Eu sei criar labirintos sozinha e ainda me perco com dignidade.

Thais tem 5 letras e 5 sonhos guardados na gaveta, como quem está só esperando virar o mundo pra virar o jogo.

Esse vai parecer um texto bobo. Porque na verdade ele é. Tô escrevendo pra agradecer, sabe? Porque fazia tempo que tudo que eu escrevia era meia dúzia de frases sem graça, incapazes de expressar o que eu sentia de verdade. Daí você chegou, deu uma bagunçada na minha vida e deixou tudo clichê de novo, cheio de inspiração pra textos bobos.

O tempo é contado em dias, meses, anos. A vida é contada em dores, flores, amores.
Se você decide parar de contar para ter uma preocupação a menos, alguém vem e conta por você. E te conta o quanto você vive, te cobrando viver mais. Então você vive mais e paga por isso. Paga pra comer, respirar, morrer e mal vê a vida passar.

Eu escrevo para mudar o conceito de escrita. Eu escrevo pela falta de conceitos.
Eu não quero escrever por me sentir pequena demais, não tenho razões. Tenho impulsos que me levam a gastar canetas no lugar de lágrimas e papel ao invés de sofrimento.
Eu gosto da magia de descrever o que os olhos fogem da obrigação de dizer.
Escrever aproxima do céu.

Ei, você tá vendo aquela garota ali - meio baixa, meio quieta, meio esquecida? Ela é toda de meios. Ela é incompleta e não tem meios de se sentir bem com isso.

Você sabia melhor que eu do que eu precisava. Eu não sabia que você fazia meu tipo. Antes de você, eu nem sabia que eu tinha um tipo. Eu não sabia que eu gostava de beijo longo e proteção. Não sabia sorrir tímida sem me sentir pequena demais, estranha demais.

Eu não posso organizar pensamentos, mas posso escrevê-los, desconexos, em folhas de papel.
Eu posso traduzi-los em palavras e tornar mais humana minha eterna dúvida, escrever um texto que alcance a dor alheia.

Não precisa se preocupar. É dentro de mim. É o modo que eu aprendi a lidar com a confusão que é a minha cabeça. Meu cérebro funciona mais evidente que meu coração. Eu racionalizo tudo. A razão me mata, mas me persegue. E eu não incomodo ninguém sendo assim. Eu simplesmente me resolvo e dou o resultado. Você nunca vai precisar ficar sabendo de todo o trabalho que eu tive pra chegar nesse resultado.