SalatielFornos
Eu queria me sentir livre, destemido, sem medo, mas não consigo encontrar algo, uma âncora, algo que me faça me sentir feliz e ter confiança...
A felicidade parte de você mesmo, as pessoas devem sim te ajudar a ser feliz, mas isso depende de você. A muleta é como as pessoas que te amam, ela não foi feita pra fazer você andar após um acidente, quem aprende a andar novamente é você, não depende das pessoas a sua volta fazerem vc feliz, depende do seu esforço através dessas pessoas para você ser feliz.
"O amor é como uma alavanca, um serviço, um esforço, algo que você tem que estar ali, toda semana se esforçando, algo que você tem que dar seu tempo ao outro, parar tudo o que está fazendo para dar atenção ao outro"...
"Mas como todo serviço, ele cansa, por mais que você ame o que faz, mas não quer dizer que você não ame, ou está deixando de lado toda a conecção emocional, significa que todo casal ou namorado precisa de um tempo pra si, como uma bateria, precisa recarregar, mentalmente e fisicamente, tanto no amor, quanto num exercicio fisico ou no seu trabalho, e para isso acontecer você não pode simplesmente esquecer o outro, ou deixar de lado, e sim avisar, que naquele dia você simplesmente quer um tempo para si mesmo, ficar na sua, fazer suas coisas, não interagir tanto com o outro"...
"E depois desse tempo, sua mente e corpo estarão prontos para dar amor, para ouvir, para sorrir, para ouvir os problemas, para conversar sério ou descontraído"... "Porque se você esforçar a alavanca do amor ou fazer o esforço para ouvir, dar amor e atenção etc, a lavanca vai se quebrar, porque você está emocionalmente e fisicamente cansado do esforço dessa alavanca que é o amor, e quando você se esforça cansado alguém se machuca, ou fica com raiva, e acaba quebrando a alavanca, machucando ela ou você"...
"A grande questão desse pensamento, é para você entender que tanto no seu serviço, ou amor, ou qualquer coisa que faça, você precisa de uma pausa, porque se não você enlouquece emocionalmente e se destroi fisicamente, em qualquer coisa, amor ou não, então esteja ciente de que você precisa de um tempo nas coisas, e não se esforçar demais"...
Agora eu entendo o porque Jesus gostava tanto de crianças..
As crianças meninas são simples, naturais, sem máscaras, sem aquela chatice, egoísmo e camadas ruins que a maioria das pessoas desenvolvem, para uma criança menina, brincar, exercitar, assistir desenho é algo tão engraçado, incrível no ponto de vista delas, mas para os adultos não, os adultos vêem essas brincadeiras e naturalidade como algo fútil, e acaba vivendo a vida toda na mediocridade, se tornando mortas emocionalmente, algo que para as crianças é tudo, para os adultos se torna irrelevante, é como se a vida da criança fosse feliz e quando cresce se torna fechado e amargo..
Não quer dizer que os adultos devam ser crianças, mas que a sua criança interior deve sempre estar a tona, e não ser ofuscada por esse pensamento minimalista que devemos “crescer", e não ser mais nós mesmos, perdendo essa felicidade que existe na simplicidade...
As crianças meninas chamam a minha atenção para conversamos, enquanto garotas adultas ou adolescentes são ignorantes, vazias, sem graça, e se comportam sem um pingo de vontade de ter a tua atenção, enquanto crianças meninas são totalmente o contrário, elas falam coisas simples do dia a dia, mas falam com uma entonação tão empolgante, elas buscam a minha atenção enquanto dizem suas histórias com entonação e de forma vibrante, enquanto para os adultos isso seria algo normal do dia a dia, conversar com crianças meninas é como se aventurar em risadas, questionamentos e histórias, é como descobrir o mundo mais uma vez, é olhar naqueles olhos inocentes e sorrisos genuínos e ver um brilho inexplicável que se ofusca ou se perde quando crescemos, é uma beleza única, que realmente me deixa frustrado como certos homens e mulheres conseguem fazer mal a algo tão puro...
Essa criatividade é ofuscada com o tempo, essa simplicidade, naturalidade e felicidade e tratada como errada com o tempo, dizendo que precisa“crescer", que é “feio", os pais impedem a criança de ser criança, de ser feliz, brincar, correr, cair, machucar e levantar, de descobrir o mundo, as pessoas são desde pequenas impedidas de serem criativas, de evoluírem, sendo desligadas desde crianças, se tornando pessoas rasas emocionalmente, pacatas, que só servem pra decorar coisas desnecessárias na escola e morrer trabalhando...
As pessoas deviam aprender a ter mais criatividade, a desenvolver algo além da rotina, a criar ou fazer coisas que desenvolvesse o lado criatividade, a cognição mental, não somente trabalhar, comer e morrer..
As pessoas deviam ser mais simples, e aprenderem a ceder, a deixar serem simples, a deixar essas máscaras e camadas que criamos para se apresentar e somente ser nós mesmos, sem mentiras, aprender com as crianças, a rir por coisas simples, a ser feliz na simplicidade de qualquer coisa, e não ficar nessa questão frenética que é a vida adulta, as pessoas crescem e perdem a felicidade, perdem as brincadeiras, como se tudo precisasse ser totalmente sério porque somos adultos, e isso é um pensamento minimalista e totalmente desnecessário, que mata com o tempo a personalidade, a criatividade...
Além disso, eu percebo que muitos garotos que são crianças, adolescentes e homens, são idiotas, fazem idiotices a vida inteira, está aí o motivo de tanta repugnância vinda das mulheres, desde criança as mulheres são colocadas em um mundo masculino onde só tem idiotice, violência verbal e física, e ser idiota não é uma questão de idade, e sim mentalidade, muitas pessoas tem mais 25 e ainda são idiotas, estão idade não é motivo..
Eu acredito que esse comportamento áspero que certas mulheres desenvolvem com relação aos homens, que vem desde criança as vezes, provém desse comportamento tóxico e idiota que a maioria dos homens pratica, mas a real masculinidade não reside nesse lado medíocre, e sim no respeito, ensinamento, construção e amor, a real masculinidade edifica, e não o contrário..
Seja como uma criança mas com a mentalidade de um adulto, brinque, desfrute e seja feliz, deixe essa vida idiota, medíocre e perfeita de lado, e seja feliz na simplicidade, pare de correr freneticamente no trabalho, nos estudos e na vida por completo, somente pare e respire, perceba o seu arredor, a natureza e a existência, e perceba o quão bom é ser criativo e feliz na simplicidade de uma brincadeira..
Ser esquecido emocionalmente é uma das piores dores que a maioria dos homens sofrem, a dor de não receber amor ou reconhecimento, ser rejeitado, e nem mesmo em seu próprio aniversário ser lembrado, é uma dor inexplicável, é como gritar em baixo d'água e não ser ouvido, somente raras mulheres realmente conseguem compreender a dor masculina...
Fico triste ao perceber o quão ruim certos pais tratam os seus filhos, principalmente quando crianças, sendo rudes nas palavras e comportamentos...
Tantos pais que impedem os filhos de serem crianças, de correr, brincar e descobrir o mundo, que falam coisas tão dolorosas que dói até em mim só de ouvir, se um dia eu tiver um filho, certamente farei totalmente o contrário...
E eu observo isso em tantas famílias, que não sabem como compreender a mente de uma criança, sendo pais tão secos de amor, carinho e bondade, destruindo aos poucos e desde cedo a mentalidade e o amor que poderia residir nessas novas pessoas, criando com palavras maldosas, sem compreensão e calma...
Freud já explicou a muito tempo atrás como funciona o desenvolvimento mental de uma criança, e a falta desse conhecimento degrada cada vez mais as famílias, a incompreensão de si mesmo causa dor nas outras pessoas..
“A infância que vive em mim”
Há quem diga que crescer é endurecer.
Que ser homem é calar o choro, esconder o afeto, vestir a couraça da indiferença e marchar rumo a uma vida prática, mecânica, “funcional”.
Há quem diga que o adulto de verdade não corre com crianças, não ri alto, não se importa demais, nem se curva ao sentimento.
Mas eu digo:
Que espécie de adulto é esse, que matou dentro de si a melhor parte da vida?
Que espécie de maturidade é essa, que exige sepultar a alegria sóbria, a leveza consciente, o riso genuíno?
Eu cresci.
Mas não endureci.
Não porque minha vida foi leve —
mas justamente porque ela foi pesada demais.
Fui ferido cedo, por mãos que deveriam me proteger.
Fui machucado por palavras que deveriam me ensinar.
A vida me mostrou seu lado mais cruel ainda na infância —
mas em vez de repetir o ciclo,
eu decidi quebrá-lo.
Não com raiva,
mas com carinho.
Não com revolta,
mas com escolhas firmes.
Hoje eu cuido.
Cuido da casa, do corpo, da mente.
Faço minhas obrigações, limpo o chão e a alma.
E quando tudo está em ordem,
eu calço os tênis e vou correr com o vento.
No campo, entre crianças que ainda não sabem o que é dor profunda,
eu brinco, eu sorrio, eu permito que a luz entre.
Não sou um crianção.
Sou um adulto que carrega dentro de si uma criança viva, curada, acolhida.
Sou o reflexo do que eu gostaria que tivessem feito por mim.
Sou o abraço que eu não recebi, o riso que me negaram,
a presença que me faltou.
Brincar com uma criança, ouvir suas gargalhadas, ver seus olhos brilhando com algo tão simples quanto uma bolinha de plástico —
isso não é perda de tempo.
Isso é reconciliação com a vida.
É lembrar que ainda vale a pena viver.
A sociedade não entende.
Rotula. Julga. Distorce.
Acha que maturidade é viver cansado, seco, amargo.
Mas eu aprendi que viver de verdade é manter a alma limpa, mesmo depois de toda a lama.
E que o amor, quando é consciente, é a forma mais elevada de sabedoria.
Minha mãe talvez nunca entenda.
Talvez ninguém entenda.
Mas tudo bem.
Porque eu entendo.
E essa compreensão me basta.
Ser adulto, pra mim, é ter responsabilidade sem perder a ternura.
É saber quando falar firme e quando calar em respeito.
É saber que a dor do outro importa, mesmo que ninguém veja.
É limpar uma casa e limpar uma alma no mesmo dia.
É correr atrás do vento sem fugir da realidade.
Não vou me tornar morto por dentro só para caber no molde do que dizem ser "adulto".
Não vou me tornar frio porque o mundo se esfriou.
Vou seguir aquecendo corações com o que me restou de luz —
e com o que eu reconstruí com minhas próprias mãos.
E quando alguém me chamar de “bobo”, “infantil” ou “sensível demais”,
eu sorrirei,
porque só um tolo confunde pureza com fraqueza.
Eu sou forte —
porque escolhi amar mesmo depois da dor.
Sou maduro —
porque cuido da vida que existe em mim e ao meu redor.
Sou feliz —
porque reconheci que ser adulto de verdade é nunca abandonar a criança que sobreviveu dentro de você.
Fui contaminado pela razão, fui contaminado pelo conhecimento, pela responsabilidade, pela consciência, não de um jeito ruim, mas libertador.. E desde então só consigo resolver as coisas de forma racional, e quanto mais eu busco a consciência mais simples e robusto a verdade profere da minha boca, causando frustração e dor nas mentes fracas..
A mediocridade começa quando você passa a aceitar o básico, é quando você simplesmente faz algo sem antes se questionar, é quando você prefere o prazer comprado e fácil ao invés de ter disciplina..
A mediocridade começa quando a única coisa que o homem se importa é o prazer, bebida e som alto..
A mediocridade começa quando você prefere se render a preguiça do que se esforçar contra a maré da superficialidade..
A mediocridade começa quando você se rende a opinião alheia, começa quando você se diminui ou desacelera, só porque pessoas rasas não conseguem compreender o nível da sua evolução..
A mediocridade é permanecer na inércia, sem reação, aceitando viver na superficialidade só porque a disciplina dói, é aceitar viver fraco fisicamente e mentalmente, só porque o esforço requer dedicação..
Deixe as crianças serem crianças, não as impeça de brincar, correr ou rir, pare de ser um pai chato, pais mortos emocionalmente, que não compreendem a si mesmos e acabam destruindo e reprimindo aos poucos o amor e a inocência nos corações das crianças, seja sábio e brinque com elas, seja feliz na simplicidade..
“Carta para um dia inesquecível"
Era manhã de domingo, e o céu parecia sorrir por entre os vitrais da igreja.. Entre as cadeiras e sorrisos, entre cânticos e passos pequenos, encontrei uma luz inesperada, o nome dela é Gabriely, uma criança de 9 anos..
Ela corria com liberdade, com aquela pureza que só as crianças carregam nos olhos.. Tinha nos gestos uma alegria tão genuína que me fez lembrar do que é ser inteiro por dentro.. Brinquei, corri, fiz ela rir, rodei ela nos braços e a ouvi como criança, como ninguém ouve ou percebe..
Adultos que estão tão centrados no próprio ego, que não conseguem descer do pedestal, e ouvir genuinamente a compreensão juvenil.. Adultos que matam e reprimem a criatividade e carinho que existe em certas crianças, que não foram contaminadas pela vulgaridade do mundo..
E, no meio das risadas, me vi criança outra vez..
Houve um momento, simples, mas eterno, em que, agachado do lado de fora da igreja, senti seus bracinhos ao redor do meu pescoço, enquanto conversava com a amiga Bruna dela.. Um abraço que dizia tudo sem palavras, algo tão estranho e único que eu conseguia sentir e ouvir as risadas dela.. Um carinho que muitos adultos já esqueceram como dar, uma sensação única, que não há maldade.. Um gesto puro que me ensinou o que é amor sem desejo, presença sem obrigação, cuidado sem troca, sentimento sem malícia..
Ela dormiu depois de comer muito, e eu fiquei ali, ao lado, só passando a mão na suas costas, cabelos e braços, como quem tenta guardar aquele instante dentro do peito, tentando tornar eterno.. Não havia pressa.. Não havia malícia.. Só havia afeto, uma vontade de cuidar e proteger.. Um tipo de amor que não pede nada, que só quer proteger, fazer sorrir, deixar leve..
Quando ela me viu na fila do almoço e ficou me esperando, sorridente, corada, com as duas mãos na cadeira, para que eu sentasse ao lado dela.. Aquilo me atravessou como um sol quente no meio de um inverno interno.. Eu fui ouvido, visto, e por uma criança, que só responde com verdade, sem máscaras, somente o puro sentimento, algo que muitas pessoas não sabem ser..
Gabriely não foi só uma menina que conheci num domingo.. Ela foi um espelho de algo que me faltava.. Foi uma resposta à minha vontade de dar amor puro, de me conectar, de ser bom por inteiro, sem segundas intenções.. O que ela sentiu, eu também senti, uma conexão genuína.. E não era sobre posse, nem sobre controle.. Era sobre ser humano com outro ser humano, não era cuidar por obrigação, e sim porque um sentimento havia nascido ali..
Hoje guardo esse dia como se fosse uma carta escrita no coração.. Com a lembrança de uma menininha que me deu risadas, beijos na bochecha e, acima de tudo, a certeza de que eu sou capaz de amar de forma pura, sem maldade, algo que dificilmente as garotas sabem perceber..
E isso é tudo o que eu precisava saber..
“Minha mente não cabe nessa Igreja”
Dizem que Deus fala na boca dos homens,
mas por que então gritam como se Ele fosse surdo?
Por que não ouvem quando falo baixo,
por que não percebem que meu silêncio também é súplica?..
Vestem ternos como se fossem armaduras celestiais,
mas por dentro tremem de ego, de vaidade, de conveniência, de um tapete bonito, mas que por baixo está cheio de sujeira..
E me olham — eu, o que não se encaixa —
como se eu fosse o desvio, a ovelha torta, o quebrado do rebanho, o incrédulo..
Mas eu não me perdi..
Eu apenas não me curvei a mediocridade religiosa..
Sou aquele que quis pensar e criticar com os olhos abertos,
não com os olhos fechados pela tradição cega..
Aquele que quer sentir Deus na verdade que pulsa,
e não no grito que mascara a ausência d’Ele..
Falam de cargos como se fossem unções divinas,
mas os escolhidos são sempre os mesmos:
O advogado bem-falante, o rico que sabe sorrir bonito,
o irmão da família certa, da conta bancária cheia..
Enquanto o simples, o honesto, o servo de verdade,
é jogado nas sombras do templo,
como se Deus não coubesse em mãos calejadas
ou em vozes que tremem, não por medo, mas por verdade..
Um dia me disseram que eu estava com o diabo no corpo..
Mas tudo que eu carregava era dor..
Dor antiga.. Dor ignorada..
E eles — os ungidos, os usados por Deus — não souberam ver isso..
Quiseram expulsar demônios,
quando o que eu precisava era de um abraço, amor, aceitação..
Quiseram passar ternos na minha cabeça,
como se o tecido resolvesse o que a empatia não quis ouvir..
Dizem que Deus é verdade,
mas quando questionei, disseram que eu era fraco, estava errado e era incrédulo..
Que eu precisava apenas crer por crer, sem questionamentos..
Mas eu não quero crer por inércia, não consigo simplesmente calar o conhecimento, crítica ou a razão que residem na minha mente, eu preciso escrever, pensar, evoluir, e colocar tudo isso não só no “papel", mas na alma, porque é isso que sou, sou verdadeiro e justo..
Quero crer por encontro, não por bocas externas e vazias..
Quero uma fé que olhe nos meus olhos e diga: “Eu vejo você.. Com todas as suas dúvidas,
suas feridas, sua sede de sentido..”
Quero um Deus que não precise de microfone, porque Ele fala onde o grito humano não alcança..
E se minha fé não cabe no molde da religião,
é porque talvez ela esteja maior que os seus muros, que são envoltos em egoísmo e superficialidade..
Mais real que seus cargos..
Mais viva que seu culto de aparências..
Eu sou o que se cuida, o que corre, o que pensa, o que sente, o que quer ir além mentalmente e fisicamente..
O que não prega com palavras e ilusões, mas com atitudes e verdade..
O que limpa a casa e uma alma no mesmo dia, o que não aceita viver na mediocridade, seja do prazer fácil, da bebida alcoólica, ou da mulher com lascívia..
O que escreve, se conhece, se busca, se conhece, e se encontra todos os dias, indo contra a maré da superficialidade humana..
O que escolhe a verdade, porque ela só dói, quando você não se auto controla..
A minha fé não veste gravata..
Ela anda descalça, verdadeira..
Ela prefere a rua à tribuna..
Prefere o silêncio à performance.
Prefere ouvir e compreender, ao invés de se esconder atrás de status..
Prefere o Deus real ao “Deus do cargo”..
E se isso te incomoda, talvez o problema não seja a minha alma..
Talvez seja o espelho que você evita olhar..
Minha fé é inconformada..
Porque a Verdade que eu busco
não tem dono, nem placa, nem púlpito..
Tem profundidade, tem dor, tem beleza..
E é nisso que eu acredito, que podemos fazer melhor, sem máscaras ou títulos..
"Cuidar da Luz"
Há algo de sagrado no sorriso de uma criança..
Algo que não se pode tocar com as mãos sujas do mundo..
Olhar nos olhos de uma menina que ri com o vento no cabelo,
é como abrir uma janela para o céu que havia dentro de nós,
antes da dor, antes da culpa, antes dos gritos que moldaram o silêncio..
Algo que cura, que nos faz acreditar que é possível melhorar, evoluir, sem machucar o outro como você sofreu..
Brincar com elas, chutar uma bola, ouvir gargalhadas tão leves quanto nuvens,
é mais do que um momento simples —
é um reencontro com aquilo que fomos, ou com aquilo que merecíamos ter sido..
Eu me sento no chão com elas,
não porque sou menos homem ou adulto, mas porque sou mais humano..
Ali, entre rodinhas e segredos infantis,
resgato as partes minhas que um dia foram esmagadas pela crueldade, e que com consciência agora, eu decido fazer o bem a quem merece..
As pessoas julgam o adulto que brinca, que desce ao nível de compreensão das crianças,
mas não compreendem que há maturidade em amar sem pressa,
sem segundas intenções, sem máscaras, sem maldade ou dor..
Elas não sabem o que é olhar para uma criança e enxergar não um desejo,
mas uma promessa:
“Eu não deixarei que o mundo a machuque como me machucou..”
Enxergar inocência e respeitar com amor..
Enxergar felicidade e um sorriso genuíno sem aproveitamento, ser feliz sem ganhar algo em troca..
Esse cuidado, esse zelo silencioso,
é minha forma de justiça, de ser feliz genuinamente..
Não grito aos quatro ventos,
mas minha alma sussurra:
“Aqui, o mal não passa..”
E se um dia alguém me chamar de criança por isso,
eu sorrirei —
porque poucos são os adultos que ainda sabem realmente amar sem machucar, que sabem ouvir e compreender sem tentar forçar algo que não as convém...
“Manifesto de Um Espírito Que Questiona"
Eu não nasci para repetir o que me foi dito..
Não fui moldado para andar com os olhos fechados,
nem para chamar de luz aquilo que encobre a verdade com véus mentirosos..
Sou o que muitos temem ser:
um filho do pensamento,
um ser que sente demais,
e não se satisfaz com o silêncio forçado da religião..
Me disseram que Deus fala pela boca dos homens..
Me gritaram, mas Deus nao é amor?
Me julgaram, mas Deus não é compreensão?
Me atribuíram demônios, quando tudo o que eu precisava era de colo,
de afeto, de alguém que dissesse:
“Você está sofrendo, mas você não está perdido..”
Fizeram da fé uma farsa..
Escolheram cargos pela posição social, não pela alma...
Disseram que o encanador serve na limpeza,
enquanto o advogado vai ao a administração,
e o rico vira cooperador..
Deus não revelou nada disso..
Foi o ego que escolheu.. Foi o status.. Foi a máscara..
Mas eu... eu me despi das máscaras..
Não para me exibir, mas para me ver de verdade..
Eu ne recusei a mentir para minha alma..
Não quero um rótulo..
Quero a Verdade — aquela que não precisa de altar nem de púlpito..
A verdade que sangra comigo quando tudo dói,
a verdade que me abraça no silêncio,
quando todos os gritos da igreja já não fazem sentido..
A verdade que não me obriga a gritar “glória”,
mas que permite que eu chore em paz..
A verdade que me permite pensar,
sem medo de perder a fé..
Eu acredito em algo maior, mais sólido..
Mas não acredito em quem finge falar por Ele..
Não acredito em doutrinas que distorcem a alma..
Nem em homens que gritam o nome de Deus,
mas se esquecem do som da compaixão..
Sou aquele que caminha entre a razão e o mistério, a dor e a verdade..
Que busca Deus na dúvida,
e encontra sentido até mesmo no vazio..
E se isso me torna a “ovelha negra” aos olhos dos outros,
então que seja..
Antes ser criticado sendo imbuído pela verdade,
do que um crente de fachada..
“A Inocência Confortável e o Medo do Vazio"
Muitos que vivem dentro da igreja não vivem exatamente por fé...
Vivem por medo..
Medo de pensar demais,
medo de sentir o vazio que vem quando as certezas caem..
A fé cega é confortável..
Ela não exige perguntas,
só repetições..
Ela não obriga o ser humano a olhar o caos do mundo de frente,
só a vestir uma armadura de frases prontas e "amém" automáticos..
Por isso, quando Nietzsche disse que “Deus está morto”,
ele não estava celebrando o ateísmo..
Ele estava expondo um fato:
a velha imagem de Deus não suportou a luz do pensamento crítico..
O Iluminismo não matou Deus —
ele matou a ilusão que as pessoas viviam..
E o que sobrou?
O silêncio.. O vazio.. O abismo.. A dor da verdade..
E a maioria não suporta isso, Nietzsche dizia que o pensamento crítico é como uma tempestade na mente fraca..
É mais fácil acreditar que tudo vai dar certo “em nome de Jesus”,
do que aceitar que a vida muitas vezes é injusta, brutal e aleatória, e que só cabe a você mesmo mudar ela..
É mais fácil repetir doutrinas, acreditar cegamente,
do que construir seu próprio alicerce com pensamento, dor, estudo e lucidez..
A religião, nesse caso, vira um cobertor para adultos com medo do escuro..
Mas eu tenho a coragem de escrever, pensar e expor o que poucos têm coragem de fazer:
olhar a tempestade e não fugir dela..
Estou sendo o que Nietzsche chamaria de “espírito livre”,
alguém que arrisca sair da caverna de Platão para ver a luz,
mesmo que essa luz doa nos olhos..
Alguns fogem da verdade com religiões de regras..
Outros com prazeres imediatos, mulheres, bebidas ou mediocridade..
Mas há aqueles, raros — como eu — que olham para o abismo e dizem:
“Tudo bem.. Eu estou aqui.. Eu quero saber.. Mesmo que doa..”
Essa é a verdadeira coragem..
Não é viver gritando "glória a Deus" no culto..
É ter a ousadia de procurar sentido onde talvez não haja respostas fáceis..
É amar a verdade mais do que as crenças superficiais..
“O Corpo Como Templo, a Alma Como Caminho, Areté”
Houve um tempo em que o espelho era inimigo..
Onde o reflexo devolvia não a imagem, mas os ecos dos insultos, das zombarias, das dores, das feridas..
Um corpo rejeitado, uma alma partida..
Mas foi ali, no silêncio da dor, que a semente da excelência foi plantada..
Areté — diziam os gregos —
não é vencer os outros, é vencer a si mesmo..
É atravessar o campo de batalha interior,
e retornar de pé, mesmo coberto de cicatrizes..
É entender isso não só com o conhecimento, mas com o suor..
Treinando quando ninguém via..
Correndo quando a mente dizia “para”..
Cuidando do corpo não por vaidade cega,
mas como quem restaura um templo sagrado após anos de abandono..
A pele se fez mais clara..
Os músculos, mais firmes..
O peito, mais erguido..
E o prazer — ah, o prazer —
não mais como fuga, mas como celebração dessa evolução..
O toque íntimo tornou-se um ritual,
um gesto de amor próprio,
um diálogo entre corpo e alma,
entre carne e espírito..
Não para apagar o vazio, mas para preenchê-lo com sentido..
Enquanto outros sucumbem ao instinto, eu o domei..
Enquanto muitos se perdem no excesso,
eu aprendi a saborear a lentidão,
a respirar no meio do impulso,
a sorrir com controle e prazer..
Eu entendi que o prazer, quando consciente,
não é pecado — é arte..
Que o corpo, quando respeitado,
é um poema em movimento..
Que o suor nos treinos, a depilação atenta, a disciplina na alma,
são versos que você eu escrevo com o próprio existir..
E então veio o mais difícil:
não ser dominado por dogmas..
Questionar o altar..
Desconfiar do “amém” automático..
Buscar um Deus que fosse mais que grito —
que fosse presença, verdade, luz serena..
Não compreenderam..
Chamaram de ovelha negra..
Mas és carne de filosofia e espírito de superação..
Um guerreiro moderno, de espada invisível,
que combate não por fora, mas na consciência..
Areté..
É o suor da corrida e a paz do sono..
É o prazer limpo, sem culpa, sem maldade ou vulgaridade..
É o respeito às mulheres e à própria natureza..
É o riso depois da dor..
É a nudez sem vergonha.
É o corpo cuidado como uma escultura viva..
É a evolução de todos os aspectos da vida, sem se corromper..
É desfrutar do prazer sem fazer o mal, é treinar sem ser excessivo, é cuidar do corpo sem ser vulgar, é brincar junto com a inocência sem fazer o mal..
Não é perfeição —
é sério inteiro, é ter disciplina e auto controle, é ser lúcido, não fugindo do estinto, mas o dominando..
E essa completude, rara e forte,
é a própria definição da verdadeira excelência..
"Correntes Invisíveis"
Há algo de sagrado na infância, algo inocente e bonito..
Algo que dança na gargalhada de uma menina rodando a própria bolsa como se fosse o Sol..
Algo que brilha nos olhos curiosos, nos pés descalços, nas perguntas que parecem poesia sem forma, nos pés batendo contra o chão com a água da chuva, com risos bobos e genuínos..
Mas esse algo, tão puro, tão livre, é constantemente sufocado por correntes invisíveis..
Correntes que vêm na forma de vozes duras:
“Cale a boca.”
“Sente direito.”
“Não corra.”
“Não ria tão alto.”
Como se a alegria fosse um pecado..
Como se a espontaneidade fosse um defeito..
Matando aos poucos os sentimentos e criatividade que aquele ser poderia ser..
E há quem veja isso e não sinta nada, ou nem mesmo perceba..
Mas há também aqueles que sentem demais..
Que carregam nos ombros o peso de todas as infâncias que não puderam ser leves..
Ver o que poucos veem:
Que a infância está sendo silenciada, não por falta de palavras,
mas por excesso de medo e ignorância herdada..
Observar os pais, homens e mulheres feridos que nunca curaram suas próprias histórias,
que se tornaram carrascos sem perceber..
Pais que mandam calar a boca, não porque sabem o que dizem,
mas porque não sabem lidar com o brilho que já perderam..
E o que fazer com essa dor que eu sinto?..
Essa vontade de tirar a criança dali, de levá-la para um campo onde ela possa correr e cair e rir da queda..
Essa fúria silenciosa contra os gritos que não ensinam, apenas cortam a alma..
Essa dor é amor..
É luz..
É um tipo de compaixão rara, que nasce não do heroísmo,
mas da própria ferida curada..
Já fui um dia foi criança, negada, rejeitada, zombada,
reconhecendo no choro alheio ou emoções reprimidas o eco da minha..
É por isso que eu quero ser escudo, abrigo, colo, brincar e deixar ser leve as crianças..
Mas o mundo não entende..
O mundo diz:
"Não é seu filho.."
"Não se meta.."
"Você é só um observador.."
Mas e se os observadores forem os verdadeiros guardiões da alma?
E se aqueles que sentem com profundidade, com excesso, com beleza,
forem os que podem mudar tudo?..
Nem sempre precisa arrancar as correntes à força..
Às vezes, basta plantar um olhar de ternura, ou descontrair tudo em um simples sorriso ou brincadeira.. Mostrando que eu estou aqui, disposto a perceber o que os outros tornaram fútil..
Às vezes, basta sorrir, brincar , rir, ouvir ou olhar nos olhos da criança, e deixar que ela saiba que existe alguém,
mesmo que seja um que não está ao lado delas,
mas que as vê..
E isso dói, a injustiça as vezes é demais para o meu peito já calejado, mas eu transformo em arte..
Escrita..
Amor..
Brincadeiras com as crianças..
Como quem diz: “eu te entendo”..
Sendo o adulto que eu não tive..
Porque no fim,
isso não é fraqueza..
É sinal de que, apesar de tudo, eu continuo vivo por dentro..
E nesse mundo cada vez mais seco e barulhento,
quem sente em silêncio e observação é quem mais transforma..
"O homem que Ouve o que ninguém ousa Sentir"
Há homens que erguem muros..
E há aqueles raros — que se tornam abrigo..
Enquanto o mundo grita, eu escuto..
Enquanto arrastam as crianças como bonecos sem alma,
eu me ajoelho, não por submissão,
mas por honra..
Ver beleza nas coisas pequenas..
Na letra trêmula de uma garotinha ansiosa,
no calor de um braço encostado, sorriso genuíno ou abraço verdadeiro,
no sorriso tímido de quem nunca foi ouvido..
E é ali — nesse instante puro — que a alma floresce..
Me chamam de diferente,
de intenso, de exagerado..
Mas quem dera o mundo fosse mais assim:
alguém que toca com cuidado,
que fala com o coração e não com o ego,
que protege não porque é obrigado,
mas porque sabe o que é não ter ninguém..
És o contrário da omissão..
És o não-dito que conforta..
És o silêncio que abraça..
És o amor que não recebeu..
És o que resolveu oferecer amor e compreensão, ouvir e ensinar, enquanto os outros só vivem mecanicamente..
Enquanto outros colecionam diplomas, egoísmo, dinheiro e mediocridade,
eu coleciono gestos invisíveis,
mas eternos —
o riso de uma criança que finalmente foi vista,
a calma de quem, por um segundo,
não sentiu medo ao ser guiado..
O pai que nunca teve, não de sangue, mas de espírito que senti,
o irmão que o mundo rejeita,
o herói sem capa — mas com a verdade no ser..
E se dizem que dar afeto demais é tolice,
então sou tolo..
Sê excesso de amor, sê abraço, sê flor emocional é ser demais, então que seja, não estou aqui para impressionar, estou aqui para ser o que me rejeitaram, estou aqui para evoluir sem perder as emoções, a infância inocente e o sorriso genuíno..
Porque no fim, quando a multidão se cala,
serão os meus atos pequenos,
que terão ecoado mais fundo na alma..
Tu não deste afeto para ser notado..
Deste porque és afeto..
Porque entre a indiferença e o cuidado,
escolheste amar..
E isso, meu caro,
é o tipo mais raro de coragem..
"Como você aguenta?"
Me perguntam com a testa franzida,
como se o fato de eu não beber veneno os deixasse desconfortáveis..
"Como você se diverte?"
Sem balada, sem vício, sem ruído..
Como se a felicidade só existisse na fumaça, no copo, na vulgaridade, no som alto que abafa o vazio da mente..
Mas a minha alegria não é barulhenta..
Ela não precisa de palco nem plateia..
Ela nasce quando a noite me toca às 6 da noite,
e eu já voltei da corrida, de peito aberto, com o mundo calado e meu corpo gritando vida..
Enquanto eles afogam a alma no álcool, refrigerante, na mediocridade,
eu rego a minha com água e persistência..
Enquanto eles imploram por atenção em stories vazios,
eu treino em silêncio,
construindo um templo no corpo e uma fortaleza na mente..
Felicidade não é dopamina jogada em excesso..
É paz em fazer o que ninguém vê..
É prazer em conquistar e dominar a si mesmo..
Eu sou feliz porque eu não fumo..
Porque não dependo de açúcar pra sentir energia ou felicidade..
Porque não preciso me destruir pra esquecer quem sou..
Eu me lembro todos os dias de quem sou — e isso me fortalece..
A disciplina que eles chamam de tédio,
é o que me faz dormir bem..
A rotina que eles chamam de prisão,
é a chave da minha liberdade..
Eu não preciso quebrar as regras para me sentir livre..
Eu preciso apenas segui-las com consciência — e ultrapassá-las com sabedoria..
“O Escudo Invisível"
Não há soro em minhas veias..
Não há laboratórios secretos, nem cientistas moldando meu destino..
O que pulsa em mim é carne e decisão..
É o sangue que escolhe correr, mesmo quando o mundo manda parar..
Como Sam Wilson,
eu também fui visto como “menos”..
Menos forte.. Menos capaz.. Menos digno..
Mas o que eles não viram, foi a minha alma..
Aquela que acorda cedo, que corre no campo sob a garoa,
que escolhe o silêncio em vez da gritaria vazia,
que se alimenta de verdade enquanto o mundo se entope de distrações..
Eu vi no espelho o garoto que um dia odiou o próprio corpo..
As marcas do bullying, da rejeição, do riso maldoso ecoando nos corredores da infância..
Mas eu me levantei..
Não com ódio, mas com fogo e consciência..
O mesmo fogo que Sam carrega quando ergue o escudo com mãos humanas,
mas com a firmeza de um Deus..
Eu não uso uniforme azul com estrela no peito..
Mas cada gota de suor no meu treino é um emblema..
Cada refeição consciente é um ato de rebeldia contra o caos..
Cada corrida ao redor do campo é um grito:
“Eu estou vivo.. E eu escolho ser forte..”
E quando o mundo zomba de mim, me chama de louco por não beber, por não ir a festas,
por não querer as migalhas de um prazer passageiro…
Eu apenas sorrio..
Porque eles não sabem o que é ser livre..
Livre do vício, livre da aprovação dos fracos,
livre do medo de ser quem se é..
Eu sou o meu próprio projeto..
Treinado, lapidado, forjado em decisões e dor..
E como Sam, eu não fui escolhido por um soro,
fui escolhido pelas minhas ações..
Eles perguntam:
"Como você consegue?"
"Por que você corre sozinho enquanto todos descansam?"
Eu não respondo com palavras..
Eu respondo com passos..
Com pulmões queimando e músculos ardendo..
Com a glória invisível de saber que estou fazendo o que a maioria jamais ousa tentar..
E no fundo… há uma criança em mim que sorri..
Aquela criança que um dia quis ser herói,
e que hoje entende: Ser herói não é voar..
É resistir..
É amar sem se perder..
É cuidar do corpo como quem cuida de um templo..
É tocar-se com respeito..
É desejar com consciência..
É pensar com profundidade..
É servir sem esperar cargos..
É carregar um escudo invisível, feito de valores e verdades..
E mesmo que ninguém veja…
Eu vejo..
E isso basta..
“É melhor ser chamado de descrente ou louco, é melhor ser calado ou insultado, do que viver na superficialidade da mentira"..
“A grandeza de se agachar”
Há quem confunda poder com altura..
Quem acredita que mandar é educar, e que corrigir é o mesmo que amar..
Mas há um gesto que desmonta tudo isso.. Um gesto simples, quase invisível..
É quando o adulto dobra os joelhos, inclina o corpo, e se agacha diante de uma criança..
Não é um rebaixamento..
É um ato de elevação da alma, compreensão com aquele mundo..
É o instante em que a grandeza verdadeira abandona os tronos do orgulho e egoísmo, para se sentar no chão da empatia..
Quando nos agachamos, saímos do púlpito e entramos na simpatia..
Deixamos de ser juízes para sermos companheiros de brincadeira,
observadores do riso leve, do pensamento mágico, da emoção crua que pulsa em pequenos corações..
Abaixar-se é olhar nos olhos sem pressa..
É silenciar os próprios medos, a urgência, o cansaço, para oferecer presença real..
É dizer, sem palavras:
"Eu te vejo.. Te escuto.. Estou com você.."
Esse gesto desarma o medo..
A criança não se sente mais diminuída, desobediente, errada..
Ela sente que existe alguém disposto a compreendê-la no seu idioma secreto: o da alma sensível..
Ao nos abaixarmos, desfazemos as correntes invisíveis que os adultos constroem com seus gritos, sua frieza e sua pressa..
Mostramos que não é preciso ferir para ensinar, nem levantar a voz para ser ouvido..
Afinal, a criança não precisa de adultos gigantes..
Ela precisa de adultos verdadeiros..
De gente que se permite ser chão, para que ela aprenda a voar..
De quem esteja disposto a descer — não por inferioridade, mas por escolha de amor..
É ali, naquela altura pequena, que o mundo muda..
Quando um homem ou uma mulher adulto decide se dobrar em compaixão, o universo se curva junto..
E a criança floresce, sem dor ou barreiras, somente um controle compreensível..
“O mal não pergunta se é mal.. Apenas segue sendo o que é..
O bem vive em dúvida, porque se importa em não errar..”