renunes

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Delícia é o gosto inconfundível do teu ser
Delícia são os dias e noites de braços dados sob a lua ou chuva
Delícia é ouvir tua risada silenciosa
Delícia é sentir tua boca quente
Delícia é ver teus olhos me devorar
Delícia é te ter nas minhas mãos no nosso jeito

Entre as divagações bestiais do cotidiano, cá estou, na sacada, de visão absurdamente citadina, a contemplar o barulho da máquina de lavar roupas, imaginando ser ela de escrever.
Em minha frente os saltos altos demais e o batuque deles, me lembro da escola de samba. É carnaval.
E me vem a mente, presente em minha frente, sobre a mesa, a figura do anjo branco e rosa. Que balançava suas ancas, num vai e vem calmo e doce. Com olhos fundos e tristes ela me acompanha.
Agora, a máquina enche de água novamente, me fazendo imaginar a cachoeira.
Ela lava a sujeira fétida das roupas e o que não presta vai pelos canos.
Assim funciono. Todos os dias um recomeço, como meu nome diz!

Inserida por renunes

o que não é pra mim não será pra você...

você tem a liberdade em meus braços...
me sinto presa em tua anca...
você pode falar o que bem entender...
estou muda...
você é...
eu até posso ser...
e se quiser somente!

Inserida por renunes

Queria te dizer que sinto muito pelo jeito como sou as vezes....
Me domar é um tanto difícil...
Eu tento...
É... Tenho vontade de me domar....
Mas é complicado....
E eu vou indo....
Em direção ao nada e ao tudo...

Queria te dizer que sinto muito....
Pelas vezes que sou ausente....
Mas minha ausência é necessária pra alimentar meu ser....
Sinto pelas vezes que ironizo uma emoção....
Um sentimento....
Mas é uma forma de me defender de mim mesma....

Queria te dizer que te venero...
Venero pela forma que és....
E pela forma que me faz....

Queria te dizer te amo....
Amo como a mim....
Como a vida...

Queria te dizer que pra sempre....

Inserida por renunes

Nós - pobres bichos indefesos

Era uma linda noite chuvosa
Outono...
Iniciou mais um ciclo
Noite de raios e trovões
Em meio ao mato
No campo
Sentados em redor da mesa...
Do centro
Estão dois grandes amigos
Os maiores vamos assim dizer
Tamanha é a compreensão
Tamanho é o conhecimento
Tamanha consideração
Entre um gole e outro
Uma tragada e outra
Olhares confundidos
Pensamentos desviados
Batalham por uma conclusão
Mas a vida não terá nunca uma conclusão
Será sempre um ciclo
Nasce, cresce, reproduz e morre
E morre tudo
E esse é o sentido de tudo também
Aí, param a pensar e pensar
Descobrem a chave de tantos mistérios
Tantos questionamentos
Meu santo bendito Jesus deus, deuses (seria bem mais interessante)
Seja lá qual for a crença
Quanto tempo falta para a unificação?
O centro de tudo mesmo
Acreditam profundamente
É o momento da união total
Homem, animal, crença, etnia
A união é igualdade
É amar independente do todo ou do resto
É trocar
É romper as barreiras
É pensar que os católicos querem a salvação
Nada que os ateus também não queiram
Salvação no sentido da libertação
Então não venham com o discurso da maçã que fulano comeu
O ser humano sempre se deturpou
E também sempre culpou um alguém
Com o fulano foi a serpente, a Eva... ??????
E com a gente é a sociedade, o governo, os políticos, o vizinho, o amigo, a família
E nós?
Pobres bichos indefesos e sempre iludidos inocentes!

Particularmente fiquei admirada quando escrevi Jesus com letra minúscula no Word e ele grifou... senhor(ele não grifou)... rsrsrsrsrs
Renata - 28/3/2007

Inserida por renunes

chega de tentar me esconder
achar desculpas para as minhas falhas
quero calçar minhas sandálias e sair por aí
contando os passos lentamente
quero somente meu ombro, prum choro quem sabe
quero meus braços, pra um abraço bem apertado
não quero mais projetar e desejar coisas que não vou fazer
quero vestir meus vestidos de malha e ir além do viver!

Liberdade
livre como um pássaro
dentro da gaiola
livre como os peixes
em redes
livre como os animais
em jaulas
andar tranquilo pela calçada
mas desviar quando alguém feio, sujo, roto, atro atravessar teu caminho
livre a perambular pelo mato
e com medo de alguém que possa te fazer mal
livre como jesus
estraçalhado na cruz
sair sem hora,a toa, na boa
e controlar as horas pra não se chegar atrasado a qualquer lugar...
e até em lugar nenhum
dar uma volta de carro
enfurecer numa fila...
fechar as janelas e nem curtir a paisagem
andar pelas ruas do teu bairro e achar que o mundo é isso aí
um bando de pessoas trancafiadas com medo da sombra
não conseguir ir além da tua esquina
porque do lado de lá alguém pode te ferir
e te ferirá
e te desrespeitará
e te invadirá
se tu faz
porque não ele?

Renata Nunes
05 de outubro de 2007

Inserida por renunes

Sabe o gelo
derrete
derretimento de coração
gelo coração
gélido pensamento
medo
medo de terminar isso
de gelar
congelar
terminar de inceberg no pólo norte ao lado do papai noel............................


Renata Nunes
02 de outubro 2007

Inserida por renunes

Era uma vez
uma vez de noite estrelada
o amor pulsava a alma
o amor que propaga
era uma vez
uma vez onde se sentia na carne
onde tremia os nervos
uma vez que se era o ser encantado
seu desejo era uma ordem
seu desejo sempre é uma ordem
encantamento de ordem
encantamento do ser
encantamento de encantado
encantado admirador

Renata Nunes
02 de outubro de 2007

Inserida por renunes

Normalidade da vida da gente
faz da gente prisioneiro do cotidiano
e do cotidiano se faz tédio
o tédio que estraga a vontade
encerra os olhos
cala a língua
Normalidade que afeta o paladar
inodora o cheiro.... emudece palavras
Normalidade que sofre
quer se rasgar as roupas
desnudar pensamentos
e inibi-se a alma
fecha-se janelas
e do outro lado continua-se andando
continua-se falando
erra-se no seguinte da vontade
a ação encerra
fecha as portas da normalidade
onde sente-se só
desamparo em meio as vírgulas
em meio aos pontos finais
a ação é o próprio desfecho
nos pontos finais do dia a dia


Renata Nunes
02 de outubro de 2007

Inserida por renunes

Pensei em te buscar nas linhas das escritas minhas na minha mente...
Te encontrei na linha de trem, no amém da manhã de domingo...
No vai e vem das ancas alheias...
Na perversão do mundo, perverso refém!

Inserida por renunes