Paulo Henrique Batista

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⁠Passarinhei todos os meus versos
Assoviei meu amor a ti
Voei e pousei no teu abraço.

⁠Quão sinuoso é teu sorriso, de lábios molhados, arranca-me um pedaço com a tua boca
E quando de modo voraz me ataca, balbucia perto do ouvido, te amo incessantemente...

⁠CASA

Preciso retornar, aonde um dia encontrei intimidade comigo. Preciso da semente, do lavrador e da terra que se fazia só minha. Do sofá e da brisa do vento que corria a abrir janelas. Preciso de mim, do cheiro da roupa limpa, da alma, da alma leve. Preciso sucinto, do beijo doce a tocar meu rosto, do toque amanteigado a escorrer pelos meus cabelos. Necessito da casa, dos móveis, das risadas e dos sons, sons inesquecíveis, sons de nós, sussurros da gente. Abraços, afagos sem tempo, sem horas contadas, somente minutos marcados. Marcados na pele, marcando dentre a pele, no vício da carne, na doçura do amor e no Infindável espaço da mente, a minha casa.

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(In)possibilidades

⁠Se quero o impossível? Talvez
Mas anseio por aquilo que não tem forma
Forte, que não seja possível imaginar
E se um dia for possível falar sobre
Por favor, eu quero mais
Façamos incontáveis vezes, até que fique, totalmente indescritível...

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⁠Viver carece de calma, necessita degustar todos os tênues segundos da vida
O que urge é o nosso amor, ele desespera até o mais tranquilo, sintoniza até o mais atônito e faz dançar até o mais descompassado
Nesse contraste temporal, urgente é o nosso momento e se não fosse urgente, não seria a gente.

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⁠Afundar e emergir de você, sucessivas vezes, até que devagarinho, num suspiro intenso, transborde em nós, todas as tuas intimidades.

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⁠Escutava, bem antes de terem me dados os ouvidos
As carícias, sentia bem antes de terem me dado a pele
E o olhar tímido que precede o desejo, me deu bem antes de teres me dado você
A nossa mania gostosa de beijar primeiro com a alma, fez da nossa terrível espera, um sopro antes do vento sereno da primavera.

⁠Contando os acertos, enumerando os erros... Hoje, acabei por precificar meu coração, sem submeter a inflação, lastimável nota encontrei, dó.

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⁠Do amor que sinto, anseio pela aproximação
Da razão que tenho, caminho até aportar em ti, e espero seguro, que o nosso carinho nos preencha
Da lascívia que me toma, espero que depois do carinho aproximado, eu te preencha por inteiro, até que me corrompa de desejo, nos muitos detalhes do seu beijo.

Companhia

⁠De escritas arrumadas, em arranjos adornados, escrevi de mim o sentimento, que transborda ao seu lado

Com vícios repetidos, o anseio ultrapassado, não conseguiu ver em mim contentamento, pois não tinha me tinha do seu lado

Do seu lado, me conflito, tendo a andar desajeitado, vejo no olhar, o tom risonho, de quem sabe lá no fundo, que o seu lugar é ao meu lado.

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⁠Gostaria de lhe escrever, mas conhecendo-ti, gostaria de lhe devorar.
Você adoraria me ver falar, mas conhecendo a mim, adoraria me atacar.
Nos conhecendo, de fato, não temos mais nada a falar, a fazer, há.

⁠Se por amante, entenda que é o errado, amante serei eu, e talvez algumas horas serei amado
O toque perfeito se refaz no espaço, ao passo de quem outrora sedimentou descalço, o pungir do novo coração arrebatado
Caminhamos desacalentados e na altivez de quem me dera ser tocado, abruptamente serrilhou de beijos em beijos, o momento inexato do pecado
Se amado eu for, e pela amante for tocado, entendo eu que essas horas, se confude o certo com o errado, e mesmo que em nota da emoção, nosso amor será lembrado.

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Reencontro.

⁠Ver-te de novo, em outro singular momento, beijando o doce do instante
Aprazível segundo, onde o olhar (re) encontra a felicidade e nossa boca se perde em desejo.

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⁠Sereno amor

Sofro do mal que me tens, que me enlaça, que penso em nos enlaçar...
De desejo sofri ontem, amor hoje, amanhã não sei o que vai passar...
Mas auscuto os batimentos do meu peito e aparecem fortes sentimentos, a me agoniar...
Saudade não para, você me fala, "que mal tem em nos afastar?"
Mas falo baixinho, preciso de ti sozinho, a dois, em ninho, para nos tocar...
Me beijes amor, calminho, o tempo não para, para nos olhar....

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Saudade

⁠Saudade de quando podia falar que era saudade, hoje só digo que não estou bem
Saudade de mim no seu leito, dormindo em teu peito, e hoje em dia, saudade também
De saudade, o poema é feito, e sabe, sinto saudade das palavras também
Não direi mais saudade, mas segredarei que que é anseio, vontade, eu sei
Desculpa, repetirei a palavra, que me invade, me toma, não sei
Vivo por ti, durante a fala, eu disse, morro também
Na verdade faço tudo que não falo, e as que falo, também o farei
Meu amor, saudade, eu sei, você sabe, nós sabemos, também.

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⁠Orla, areia, mar, o que me lembra ela, talvez me lembre que eu nunca mais volte a navegar
Pequena sereia, não quero que ela vá, só por um instante, me ataque como mar revolto, a nos inundar
Nela, quero me afogar e quem sabe morrer, morrer de amar...

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⁠De ouvir a voz dela, entorpeci de ternura
De sentir o toque, envaideci de amor
As marcas no rosto, confesso me marcar
Sem driblar o sorriso, sorri também com o teu sorriso.

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⁠Chuva, aquela que cai lá fora, transborda nas folhas, alagam as caules
Ela também cai aqui dentro, goteja no rosto, inundam as vestes, retratam as marcas
O volume não dita a beleza, a tragédia, o que mostra é a gente, e dentro da gente, o sol não se põe, só chove, só molha, aqui chove, enchente.

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⁠Ela escrevia as vezes, mas me pedia com carinho, que escrevesse pra ela
Eu atendia, e lhe descrevia, ao mesmo modo que as minhas mãos mapeavam ela
Contudo atento era, até aos poucos defeitos dela, defeitos não, quem dera
Cicatrizes do que um dia fora, percalços marcados nela
E um dia fui também, um ponto fora das curvas do corpo dela
Porém ela sorria e dizia, que meus erros infantes gravados nela, tinham sabor de vinho, e vinho... Esse era a causa de todos os delírios dela.

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Poetismo

Fria, cálida, soturna e pálida, letras que destravam, palavras que afagam. A poesia fere, sara, mata e outrora, clara.
As cousas muito mais que vivas, ainda se descrevem, no entardecer da fala. Doce, surrado, elas vem como beijos, e neles se desfazem.
Na poesia, não necessita o verbo, o gesto, nada, só nos resta a poesia que reside em nós, e da gente, o poeta fala, esbraveja, cala, mas nunca, nunca se acaba.

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Amor completo

Sou a água que te rega, o sol que te amanhece, o fogo que insistindo em ser soco, te aquece.
Sou a estrela que aparece, o favo de mel que te derrete, e o doce, o doce na boca que o seu delírio apetece.
No final da tarde sou sopro, vento que acalenta, abraço que estremece.
No fim do dia, sou negrume, o mais belo dos perfumes, seu desejo reconhece.
Que seja tudo para ti, o que teu corpo implora e pede, seja fogo e também água, que enternece e te deságua, na mais bela namorada.

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⁠Ando como o compasso, marcando, dando traço, um passo de cada vez, e outro depois, faço.
As vezes me refaço, outras vezes só sigo, retilíneo, morro, tardo e nasço.
Quieto, borbulhando, por dentro, é o meu marca-passo, te mastigo com os olhos, teu corpo, laço.
Me acho em afluência, outrora em silêncio, soledade, e vivo na tenra procura de encontrar causo e de projetar vida.
Bonito é continuar, respirar em frente ao novo dia, e vivê-lo cada qual com a sua maneira, harmonia, sorrir o teu riso e chorar de alegria.

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⁠Quando o corpo energiza, a mente voa, seu sopro, brisa. Corpo sua, também meu, e o coração avisa, não é coincidência, é sina.
Prefiro o amor desavisado, aquele sem nada, que de toque em toque, desnudado. Amar, só se for de beijo em lábio, e depois do amor, retornamos a cama, como a cura do cansaço.
Escrever, prefiro os romances e os amores bem molhados, que me permita congelar, pegar fogo e te queimar, numa fogueira de pecado...

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⁠Escrever sobre quem se ama, talvez seja uma das maiores provas de amor. A pena insiste em tecer e o coração é feito de tinta, de plano para o amor.
Ontem, tentei, esquadrinhei cá dentro, para arrancar algo teu, não consegui.
Quando o sentimento está se esvaindo, se vai o pincel, a tinta, e o mel. O doce, vira amargo, o dissabor que vira parte do retrato.
Nossa pena não escreve, o poema não descreve, o amor verbal, agora ecoa em sílabas, pergunto ao coração se realmente temos que ir, ele responde, desculpa, é hora de se despedir.

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⁠Que sejam estás, e não as outras, as coisas inimagináveis que amamos
Que sejam essas e não aquelas, as pessoas incríveis que nos relacionamos
Que seja nesse momento, e não em outro, que o carinho seja leve, não se acabe e nem se inveje
Até que o passeio do vento me carregue, pra perto do meu amor e do toque infindo da sua pele.

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