Kléber Novartes
A tristeza, as dúvidas, medos, são uma porcentagem da vida. Não concentre todos os seus esforços nisso.
Se for para eu viver os próximos anos – como os pares da minha geração – indiferente. Mesmo tendo tanto amor pela vida, ficaria feliz se pudesse partir agora.
Perdeu-se o monopólio sobre as mentes. Agora todos os esforços, estão concentrados em descobrir como recuperá-lo.
Nunca se aprende nada com o erro dos outros. Aí está uma das vantagens de querer tudo personalizado.
“Nada do que eu diga é novo.
Mas algumas coisas, de tempos em tempos, precisam ser relembradas.”
Hoje, estive com meu pai. E foi assim que iniciamos uma daquelas raras conversas de horas a fio. Cada palavra parece mesmo, estar salpicada de experiência, ternura e sabedoria.
Ele não me disse coisas desconhecidas, não explanou futurismos, nem tão pouco foi eloquente. Deu-me exemplos simples, tão simples que quase chegaram a ser, sem graça.
Demonstrou através da história, exemplos de homens de sucesso. Não esse sucesso falido que é comercializado hoje em dia. Falou sobre os sonhos, mas enfatizou a luta diária. Ele sempre foi a minha referência, de como sonhar de pés no chão. “Nada de conquistas fácies, nada de bobo da corte a rei, da noite para o dia”, ele sempre diz.
Com um abraço e lágrimas nos olhos, me falou do amor de Cristo. Em sabedoria, disse que a mão trabalhará em vão, sem a benção do Senhor. Remexeu em promessas “antigas”, tornando-as novas outra vez.
Falou sobre caráter e personalidade.
Fez breves comentários sobre relacionamentos.
Tornou a derramar algumas lágrimas, não estava mais só.
Por fim, ele orou.
Enquanto orava, vi um homem sem grandes conquistas materiais, mas que aos 53 anos está completando a faculdade. Vi um senhor negro, com alguns fios de cabelo já grisalhos, que ainda se levanta enquanto o sol dorme. Vi sua história simples e ao mesmo tempo gloriosa.
Vi meu pai,
vi meu amigo.
Agora choro só, mas já não sou mais o mesmo.
Verão de 2010
Martin Luther King foi assassinado pelo extremo preconceito do século passado. Mas neste século, ele cometeria suicídio diante de tanto egoísmo.
Estamos levando na ponta da língua a frase de Clarice Lispector – “Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito”
Ser um bom crítico, consiste primeiramente, em olhar para você mesmo e depois não ter medo de publicar a verdade que viu.
Não existe relacionamento sem expectativas.
Mas, há de ter um jeito, de se ter expectativas sem transformá-las num inferno.
Ando com o meu balde e a minha corda. O que não me impede e não me envergonha de, às vezes, pedir um copo d’água.
Se eu quiser viver até os 80, o que não pretendo, teria que encomendar um coração a cada duas décadas.
Vamos desmascarar esse monte de frases e canções,
já que estamos todos precisando da mesma coisa.
Uma atenção especial - verdadeira.