Biografia de Bernardo Guimarães

Bernardo Guimarães

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu em Ouro Preto, em Minas Gerais, no dia 15 de agosto de 1825. Cursou Direito em São Paulo, onde foi colega de Álvares de Azevedo. Na época de estudante publicou seu primeiro livros, “Cantos da Solidão”, uma obra poética.

Depois de formado exerceu a função de juiz municipal em Catalão em Goiás. Além de participar da vida política, foi também professor secundário em Queluz, Minas Gerais. Dedicou grande parte de seu tempo à literatura. Apesar de ter estreado como poeta, é como romancista que seu nome se destaca na literatura brasileira.

Dentro do romantismo, no Brasil, é caracterizado pelo seu aspecto regionalista. Seus romances, na maioria, têm como cenário os estados de Minas Gerais e Goiás. Definido como um “contador de causos”, sua narrativa flui simples e pitoresca. Sendo um escritor romântico, valorizou o sentimento, a paixão.

Em 1872, publicou o romance “O Seminarista”, considerada sua melhor obra, onde aborda a questão do celibato clerical. Faz um típico romance de tese, querendo provar o equívoco do celibato religioso, que deforma o homem, e o autoritarismo familiar, que não permite a jovem escolher seu próprio caminho na vida.

O mais popular de seus romances é “A Escrava Isaura” (1875), sua obra-prima, que reflete a problemática abolicionista, que fez muito sucesso junto ao público e a crítica. Bernardo Guimarães faleceu em Ouro Preto, Minas Gerais, no dia 10 de março de 1884.

Acervo: 16 frases e pensamentos de Bernardo Guimarães.

Frases e Pensamentos de Bernardo Guimarães

Se eu de ti me esquecer

Se eu de ti me esquecer, nem mais um riso
Possam meus tristes lábios desprender;
Para sempre abandone-me a esperança,
Se eu de ti me esquecer.

Neguem-me auras o ar, neguem-me os bosques
Sombra amiga, em que possa adormecer,
Não tenham para mim murmúrio as águas,
Se eu de ti me esquecer.

Em minhas mãos em áspide se mude
No mesmo instante a flor, que eu for colher;
Em fel a fonte, a que chegar meus lábios,
Se eu de ti me esquecer.

Em meu peregrinar jamais encontre
Pobre albergue, onde possa me acolher;
De plaga em plaga, foragido vague,
Se eu de ti me esquecer.

Qual sombra de precito entre os viventes
Passe os míseros dias a gemer,
E em meus martírios me escarneça o mundo,
Se eu de ti me esquecer.

Se eu de ti me esquecer, nem uma lágrima
Caia sobre o sepulcro, em que eu jazer;
Por todos esquecido viva e morra,
Se eu de ti me esquecer.

Bernardo Guimarães
GUIMARÃES, B., Cantos da solidão, Tip. Americana de José Soares de Pinho, 1858, RJ

O meu coração há muito já lhe
pertence, sinto que meu destino
de hoje em diante depende so de você,
você será sempre a minha estrela
nos caminhos da vida.
Creio que me conhece o bastante para
acreditar na sinceridade de minhas palavras.

Meu destino é de tal ordem, meu amigo, que a minha sogra tem o nome de Felicidade”. -

Ferida pelo infortúnio, a alma bem formada não blasfema contra Deus, nem se revolta contra os homens. -

Os grandes tesouros nunca aparecem a quem os procura e mostram-se por um feliz acaso a quem com eles nem sonhava”.