Antonio Ramos da Silva

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Sem ti o horizonte é o abstrato traço de uma arte vazia.

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Ocupa-me

Abre-me a porta de ti. Preciso de espaço.

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Foste tu sim

Foste tu! Frescor.
Aclarastes as folhas secas de outros amores
amontoados na vastidão de um corpo exausto.
Varreram-se os dias negros,
degraus de tantas incertezas,
deserto paupérrimo de cactos espinhentos
guardando a mínima água para sobreviver.
Mudaste tudo, até a cor do meu céu.
A alma descalça caminha aberta de coração
e deságua no meu mar a poesia que és tu.

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Cristalino

Olhe nos meus olhos e escute todo esse silêncio que ecoa em minha retina; imagens de palavras não ditas que me lês.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Eclipse

A alma grita aos ventos, o que o tempo rasurou num lamento; para ti sou lua vazia em obscura melancolia.

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Gota

Ao ver-te
converto
em arte
a lágrima
que verte.

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Película

Quando te olho, confesso o meu amor sem palavras.

Não sou

Escrevo meu coração e arquivo em linhas minha alma.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Metafísico

Voarei com os paraquedas da minha ilusão até te encontrar.

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Sobejo

Ausente, toca-me a distância com suaves palavras que guardarei no silenciar do meu grito teus sons como se tua mão me acariciasse.

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Cálice

Silêncios são palavras aprisionadas; de tanto ouvi-las aquietamo-nos para poder depurá-las.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Doce ilusão

Arranquei folhas do meu coração para enxugar teu pranto. Adormeceste páginas. Ao amanhecer marca d’água escrita na pele de um romance e tu foste à capa e o conteúdo do livro que não li.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Bela lua

A lua surgiu de manso e em soluço entrou pela janela;
abriu a fechadura da alma. Ao relento adormeceu.
Soterrou a desesperança quando o meu sol pousou em ti.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Achar-se

Quando me fujo busco refúgio no silêncio e me resgato.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Calar-se

Ausentei-me por estar em lua de mel com o silêncio.

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Frágil momento

Em momentos meus tão imprecisos; ame-me mais, pois é quando de ti eu mais preciso.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Quando

Quando eu me desfizer
nestas letras virtuais
encoberta de névoa e pó
nada restará!

Faça-me um favor...

Diga ao mundo
que cada silaba escrita,
emana grito moribundo,
traz consigo sentença expressa
(absolvição e condenação).

Cada palavra descrita...
É proscrita.
É maldita.
Se não versa
fica aflita.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Eclipse

Abriram-se as portas da noite;
alisei teus segredos aos ventos.
No varal pendurei as horas,
o amor se fez ao relento.

Num fio do cabelo
a lua pousou
debruçando-se na janela.

Eu te pertenci
em meus sonhos
a luz da vela.

Ventos adversos
sopram agora acordados;
redemoinhos de um sentir
sem saber para onde ir.

A lua deita-se...
num corpo acuado.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Meia-luz

Quando me deito em ti.
Olho-me nas letras,
atiço as palavras,
leio-a página a página
esculpida com as ferramentas
que traduzem o que é o amor.
A saudade que existe
escuta o bater do coração,
esfoliando em sons,
fazendo voar
até aos mais altos
dos meus sentires.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Simplicidade

Mensurar tua beleza?!
Ah! Meu amor.
Tu tens formas delicadas,
curvas desenfreadas,
um ímã de pura sedução.
Mas o que difere
além da tua inteligência
não são as belas formas
e sim o conjunto que modelas
e conduzes os teus encantos.

Plena

Sinto tuas mãos.
Teu aroma. Teu beijo.
Teu corpo todo. Cada detalhe.

Entalhe de uma obra esculpida.
Vem minha querida!
Reviva, acrescenta. Há vida.
Beba doses havidas
misturada com paixão...

Bem sabes que passa.
A paixão passa.
O fogo consome.
Consome-me. Consumo.
Com sumo farto de suor.
Ame-me. Inunde-me. Afunde-me.

Precioso presente.
Dê de presente, presente,
semente do amor.
Em ti presente. Em mim ausente.
Sabes agora quando sorrir
e quando ficar caliente.

Sabes a importância de segurar as mãos.
Sabes o que e quando falar.
Sabes o que eu sinto.

Quando olho nos olhos,
nos teus, me molho.
O lábio sorvido umedece.
O amor em momento algum se ilude.
Preenche-me. Enobrece. Fiz tudo que pude.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Beija-flor

Só queria de ti um beijo,
para saciar um desejo.
Aquecer minha alma
e te fazer sorrir.

Alma que não beija
não senti cheiro.
É vida que não flameja,
sem luz no candeeiro.

Beija-flor beija essa flor,
em troca dê-lhe calor.

Flor que beija
a alma graceja.

Reproduz vida no canteiro.
Polemiza e voa faceira
levando no bico doce sabor.
Beijo a flor onde ela for!

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Pensares

Cerram-se os olhos.
As pálpebras lacram-se.
Amor tecendo...

Em penumbra.
Em clausura.
Em pensares.

Sonoridade da voz
que ouves...

Balança as cordas da alma.
Dança em liberta aragem
nos braços da liberdade.

Revire-me em páginas silenciosas
(devaneio dos dedos teus)
(tez dos segredos meus).
O quão há no canto.
Há saudade.

Diz-me então?
Ouça! Não lamentos
meus pensamentos!

Quando deitas naquela cela
não há lamúria nem sofrimento.

Sós dois corpos em aquarela
pintando amor a luz da vela.
Vejo-te e deixo-te bela.
Na janela suave imagem
fluindo em sentinela.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

OLHOS DOS MEUS OLHOS

Meu cárcere?
Eu faço!
Em momentos fortuitos.
Mais uma vez me desgraço
olhar aqueles olhos tão bonitos.

Olhos esmeralda, nos olhos dela.
Luz que jamais tinha visto tanta,
nos olhos dela, dos olhos dela,
o Infinito estrelar se agiganta.

Sei que não posso tê-la muito.
O universo que pertenço
não é o mais puro e nobre.
Reflete no espelho opaco
retrato farrapo,
um ser tão pobre.

Diante de seu mundo tão denso.
aninhar-se no mesmo buraco
não é isso que estou propenso.

Ela é bela em tudo!
Reluzentes olhos, estes provocantes;
que de outros, os seus me deixou mudo,
daquele instante em diante.

Inserida por AntonioRamosdaSilva

Dois corações

A cada passo que ela dá
transbordam versos.
Por onde ela passa,
poesia a lhe seguir.
Tudo silencia e escurece,
deixando-nos a sós...
diante de nós adormece.

Mulher de beleza completa,
na certa se acha em defeito.
Só desfruto-a sob efeito;
sempre em sinal de alerta.

Tropeço nas letras
inspirando-me tanto,
ao ponto do punho a disparar,
brancas folhas dançar
desenhando todo encanto.

O que a ela tem de sobra,
que me encantou de começo...
a luz, isso nela transborda,
a luz dela é tanta, não meço.
Que se for de seu desejo,
planto dois corações no peito.

Inserida por AntonioRamosdaSilva