Aline Bei

Encontrados 17 pensamentos de Aline Bei

Meu pescoço quando ama fica muito comprido, a pele
vira cobra, gira 300
e 60 graus por amor.
Meu pescoço não tem boca, a sua língua
é referência de boca pra ele.

Inserida por pensador

O atraso

chutei as pedrinhas da estrada quando senti que você não vinha
Mais.
Tirei elas do meu caminho, deixei só
a Terra,
que sempre levantava com o vento, nascido das rodas rápidas que passavam por ali e
não paravam.
Estava tudo certo para termos a melhor semana das nossas vidas, pelo menos eu.
De noite conversamos por telefone, você disse
das malas prontas, mas hoje
desviou o caminho,
preferiu pegar a estrada sem mim e eu aqui, na rodoviária feito
Besta, num choro engasgado de
peito, uma
ânsia.
Pensei que podia ir atrás de você até a sua cidade, mas que ridículo isso seria.
Porque um dia
Morro
e não sei
Quando, desperdiçar o tempo é criminoso por ser jeito de matar, também.
Olhei minha mala em estado de
Espera, era
triste. Eu de calça jeans, batom e bota te esperando era
ainda mais Triste, o amor
é história pra boi
Dormir. O que existe
é a sede,
amor é feito de 2 ou mais pessoas e 2 ou mais pessoas
Raramente concordam em qualquer coisa, por isso viram pó e
desilusão.

Inserida por pensador

O céu guarda a parte viva da pessoa, aquela coisa que não morre nunca, não a saudade, a saudade é amor e é dos vivos, estou falando da coisa viva que fica nos mortos.

Aline Bei
O peso do pássaro morto. São Paulo: Editora Nós, 2017.

Porque curar alguem é deixar o mundo feliz inteirinho e o mundo inteirinho é triste, triste.

Aline Bei
O peso do pássaro morto. São Paulo: Editora Nós, 2017.

O sol nascendo é um espetáculo minúsculo de tempo, de beleza, um mar que logo vira aquele céu de sempre.

Aline Bei
O peso do pássaro morto. São Paulo: Editora Nós, 2017.
Inserida por pensador

É uma pena que a maioria das nossas avós vão embora antes de virarmos pessoas que sabem aproveitar uma conversa.

Aline Bei
Pequena coreografia do adeus. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
Inserida por pensador

Desde quando sabemos de todas as coisas que acontecem no mundo se mal sabemos o que se passa no fundo do nosso coração?

Aline Bei
Pequena coreografia do adeus. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

Nas repetições é que se instalam os afetos cotidianos.

Aline Bei
Pequena coreografia do adeus. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

minha mãe era uma flor
que sangrou por ser idealista
por isso se fechou
em aço

Aline Bei
Pequena coreografia do adeus. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
Inserida por pensador

Sangrou, como sangram todas as perdas.

Aline Bei
Pequena coreografia do adeus. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

E se não existir momento perfeito?, mais por culpa do perfeito que do momento.

Aline Bei
O peso do pássaro morto. São Paulo: Editora Nós, 2017.

Vou conversar com seu pai pra gente casar. Eu não tenho dinheiro como ele gostaria mas tenho um peito que dentro só cabe teu nome e medo nenhum quando penso em você. Se tudo der errado te proponho uma fuga e muito amor pro resto da vida.

Aline Bei
O peso do pássaro morto. São Paulo: Editora Nós, 2017.
Inserida por pensador

Você devia ter me avisado. Sumir pra nuvem assim foi como brincar de esconde-esconde pra sempre, fez nascer um buraco em mim, lembra do vulcão na aula de geografia? Então, é assim que eu me sinto mas sem o fogo que não é quente ficar sem você, algo em mim congelou.

Aline Bei
O peso do pássaro morto. São Paulo: Editora Nós, 2017.
Inserida por pensador

O amor era um vento, logo passa e começa outro com tanta naturalidade que você nem percebe.

Aline Bei
O peso do pássaro morto. São Paulo: Editora Nós, 2017.

quando um bebê nasce
uma Flor brota
no peito e sai
pelo leite da mãe.
é assim
que os bebês crescem
se alimentando dessa
flor invisível
algumas pessoas
chamam ela de
amor.

Aline Bei
O peso do pássaro morto. São Paulo: Editora Nós, 2017.

⁠se não souber viver, se não souber que a vida não é coisa muito grande para ninguém, tudo lhe parecerá pouco, e quando estiver diante de algo verdadeiro estará cego demais para notar.

Aline Bei
Uma delicada coleção de ausências. São Paulo: Companhia das Letras, 2025.

⁠por que será que dizer um adeus nunca ensina a dizer o próximo? é horrível ver alguém diminuir e aumentar de tamanho dentro de você. além do mais, quando uma pessoa se afasta ela parece se tornar mais verdadeira no momento exato em que parte. e você nunca terá aquela pessoa que mora na pessoa que você costuma ter.

Aline Bei
Uma delicada coleção de ausências. São Paulo: Companhia das Letras, 2025.