Alice Hott

Encontrados 12 pensamentos de Alice Hott

Um tributo à Terapia
(Em homenagem à todos os meus preciosos traumas )

Não é difícil explicar o que somos.
Podemos nos entender tão exatamente como a matemática fundamental,
Talvez, um tanto menos racional.
Nós podemos nos ver como números.

Sim, números: algarismos primitivos da matemática.
E variados, cada indivíduo com seu número e valor.
Mas somos dinâmicos, não nascemos e morremos sendo o mesmo número.
E é aqui que a sociedade se perde.

Para aumentar seu número, algumas pessoas tentam comprar valores,
Maquiar seus sinais, mudar seus zeros de lugar,
Andar com suas vírgulas ou, nos casos mais desesperados,
Tentam te convencer que aquele ‘menos’ é ‘mais’.
Isso tudo é uma grande ilusão.

Não podemos mudar quem somos deste jeito.
Faz isso quem não se conhece, ou seja, quem não sabe se contar.
Quem aprende a contar, descobre que, apesar de vermos números,
Nós não somos os números.
Por trás do que vemos, cada um de nós, na verdade, é uma equação.
Os números são os fatos da vida.

Números em definição, são entidades matemáticas, ou seja, estão fora de nosso controle.
Não podemos escolher os números que a vida vai nos apresentar.
Eles aparecem e ponto.

Negativos, positivos, altos e baixos.
Vivemos numa tentativa válida (e saudável) de evitar alguns números,
Mas sabemos que, de forma geral, não podemos controlá-los.

Sim, somos vulneráveis AOS números.
Pois é importante lembrá-lo: nós não somos números,
Nós somos equações.
E, equações que somos, nosso controle está na livre escolha sobre a operação.
Podemos dividir, subtrair, somar ou multiplicar os números que a vida nos dá.
É aí que está o poder.

E aprender a contar inclui, além de saber fazer as operações
Ser apto a fazer a melhor escolha para sua equação,
Afinal, um parêntese no lugar certo pode ser salvar seu resultado.

Porque além de números também não somos o resultado.
Resultado é o valor final, calculado quando a equação já morreu.
Enquanto vivos, somos equação.
Somos o processo.

Somos uma conta inacabada de números que ainda nos estão sendo dados.
Se fôssemos palavras, seríamos verbos sendo conjugados no gerúndio,
Mas em matemática, conjugamos o valor assumindo ser o que ainda não se é.
Porque somos um “X”, indefinido e variável, calculado em função {do que nos acontece}.
Não existe conta certa ou errada porque, de novo, nós não somos resultados.
O número que vemos é apenas uma parcial da equação que somos.
Não nos define em nada.
Pelo menos não deveria.
É ilusório.
A conta ainda não foi concluída.

Não importa o número que alguém apresente hoje,
Se amanhã a vida lhe der um zero é possível esperar que nada mude
Ou que isso simplesmente zere toda sua equação.
Um enorme zero.
Mas, momentâneo.
Porque a conta ainda está sendo feita.
E, nós não somos resultados, lembra? Somos a conta.

Até porquê, números, por si só, não representam nada.
São algarismos.
É preciso um contexto para interpretá-los.
Um 10 pode ser bom, sendo a nota com máximo de 10,
Mas pode ser 1 desastre sendo o máximo de 100.
Sem contexto, não podemos saber o real valor dos números.
Nem o dos nossos, nem os dos outros.

Porque o valor dos números está na conta.
E só saberemos nosso valor real, nosso número final,
Quando interpretarem nossa equação.
Sendo assim = aprenda a (se) contar.

Alice Hott

Inserida por alicecoragem

⁠A vida é sobre refletir.
E refletir é sobre se ver.
Sobre olhar seu reflexo e refletir de volta refletindo sobre sua reflexão.
Quem largar esse ciclo primeiro, morre.
E morte em vida é a pior que há, mas o morto não sabe disso.

Ele não reflete.

Inserida por alicecoragem

Posso ser Poeta
Ou o Poema em si,
A diferença está mais nos meios
Do que nos fins.
Sou Alma presente,
Chamada poesia,
Sou do poeta, o dente
E do poema, melancolia.

Alice Hott⁠

Inserida por alicecoragem

⁠Como vai você?

Eu?
Eu estou.
Me perdendo e me achando.
Mas estou.
Sobrevivendo e resistindo.
...
Talvez este seja o problema:
Resistir.
Melhor seria eu me render.
...
Hein?
Quando foi que nos ensinaram a resistir?
Você lembra?
Quando que entendemos isso como uma qualidade?
...
"Seja resistente na vida" diz o resto do mundo.
Mas, por definição, resistência
'refere-se à capacidade de oposição à algo, de ser firme, de suportar as dificuldades e,'
Atenção:
'refere-se à recusa em ceder'.
...
Que lição estranha recebemos.
Pois ter a 'qualidade' de ser resistente na vida
Significa ter a capacidade de ser oposição à ela,
De não deixar que ela nos atinja.
De não deixar que ela nos toque.
...
Eu não quero ser firme.
Eu quero ser fluida.
Quero que, ao ser tocada pela vida,
Eu me molde.
Quero ser senhor das formas,
Não escrava delas.
...
Já as dificuldades não servem para serem suportadas.
Servem para serem superadas.
Suportar é passar por elas e sair ilesa.
Superar é passar por elas até sair mais forte.
Suportar é aguentar.
Superar é vencer.
...
E a recusa em ceder, da última parte?
Deus me livre não ceder.
Deus me livre ficar lutando com o coração endurecido,
E não me render ao aprendizado,
Ao crescimento.
...
A vida não foi feita para ser resistida.
Ela foi feita para ser experimentada, experienciada.
Não gaste vida sendo resistência ao que te toca.
Quem resiste, sobrevive.
Quem se rende, flui no voo da vida.
E se resistência é ser oposição à vida,
Resistência, na verdade, é morte.

Inserida por alicecoragem

⁠Desilusão

Eu fui silêncio.
Fui também a segurança
Que você se agarrou.
Eu te conheci por inteira,
Ouvi seus pecados mais íntimos.
Te defendi de todo mundo que te rodeava.
Eu fui fiel.
Te ensinei a confiar,
Te fiz ver além do que as pessoas falavam.
Te mostrei o que te escondiam,
O que te enganavam.

Se errei, foi tentando te proteger.
Se te limitei, foi por saber onde eras incapaz.
Se te poupei, foi por não querer te ver humilhada.

Agora que tens outros amigos,
Me questiona.
Ouve outras Vozes, acredita em outras Coisas.
Antes, era só eu e você
Contra o mundo.
Agora você duvida de mim,
E se junta à eles.

E você sabe como me superar,
Aprendeu meus pontos fracos e,
Finalmente, pode me ver derrotado.
Você aprendeu a me enfrentar.
Ou será que aprendeu a se enfrentar?
Eu sou o medo
Sendo quebrado pela alma,
Sumindo pouco a pouco,
Te entregando, enfim, à sua verdadeira essência.

Voa.

Inserida por alicecoragem

Mãe,

Um dia você me disse que houve o tempo
Que você não sabia lidar comigo.
E que, sendo eu tão diferente de você,
Me podou o quanto pôde.

Hoje eu sei que fui aprisionada
Pela sua atenciosa proteção: o medo.
Nós não somos diferentes,
Somos partes uma da outra,
E somos parte do Inteiro.
Escrevo palavras para me libertar,
Para curar o que, tanto de mim quanto de você,
Um dia foi arrancado.
E você, ao ler, acredita
Que minhas palavras parecem sair de seus dedos.
E eu te respondo:
E será que não são?
Ser responsável pelo bem se chama orgulho,
E pelo mal, se chama culpa.
Se eu falho, você se sente responsável
Se eu venço, não é justo se sentir também?
Porque é que na balança das mães,
Vocês precisam sempre perder?
Se eu sou de ti um pedaço,
Eu reflito em mim, você.
Sou sua vitória,
Suas asas,
E isso te obriga a, quando a mim profundamente amares,
Vais amor amor próprio em ti encontrar.
Se você me ama, se ama
Mas se você se culpa, me culpa.

Qual caminho vamos seguir, mãe?
E você amorosamente me responde:
- Voar.

Te amo.

Inserida por alicecoragem

⁠Casa

As vezes você passa por momentos
que quer sair de casa mas hesita...
A luz incomoda, os barulhos pertubam,
os cheiros confundem
e as pessoas existem.
Nessas horas tá tudo bem você dar meia volta,
e voltar.
Voltar pro escurinho do seu canto,
onde tudo é seguro
e você pode finalmente conversar com seu silêncio,
sentir seu cheiro ao se abraçar.
Volta pra sua casa, criança,
coloca a música que mais gosta,
dança na sala descalça.
Rodopeia, vai.
Gasta um tempo lembrando quem você é.
Passeia devagar nos teus cômodos.
Limpa. Arruma. Habita.
Leva o tempo que precisar,
porque mais importante que sair
é saber onde se quer chegar.

Mas meu bem, tenha em mente uma coisa,
por mais confortável que sua casa seja,
e por mais assustador que o mundo esteja,
um só existe por causa do outro,
e o outro existe só por causa do um.
Decidir morar e não mais sair
fará da sua casa
o seu mundo.
E aí, minha lagarta,
você perderá toda a beleza que há no mundo,
e, não bastando, perderá também
o lugar aonde você volta
quando seu mundo não te convém.
Ficar em casa é confortável e seguro,
mas não te leva a lugar nenhum.

Fica, mas não se demora.
Vai, mas não esquece de onde mora.

Ps. não se afoba,quando você se acha, você voa.

Inserida por alicecoragem

⁠ Quebra-cabeça

Eu sempre tentei me encaixar.
Desde quando me entendo por gente
tenho lembrança de tentar parecer igual.
E sempre que parecia que eu tinha achado um lugar,
percebia que eu estava só fingindo.
Fingi ser, fingi gostar, fingi calar, fingi pertencer.
E rebolando aqui e ali,
fui dando meu jeito de ir indo.
E fui indo até não ir mais.

O cansaço de fingir encaixe foi dificultando as coisas
e o desencaixe foi me machucando.
Eu não cabia naquele molde,
eu já não respirava direito,
as quinas dos outros me causavam ferimentos profundos.
Na minha cabeça as pessoas não faziam o menor sentido,
e sei que elas não achavam sentido na minha cabeça.
Ninguém sabia da minha dor,
parecia que eu estava ali, encaixadinha.
Mas eu estava ali, sangrando.


Tentei pintar mas minhas cores simplesmente
não combinavam.
Tentei o teatro mas as falas eram dos personagens,
não minhas.
Tentei ignorar mas a vida de quem se ignora
parece morte.
Eu tentei de tudo até concluir que
o mundo não era pra mim.
Me retirei.

Voltei pra casa e me tranquei
tentando um jeito de melhor de me encaixar.
Fechei as janelas e as cortinas,
não queria nem que a luz do lado de fora entrasse.
Me enfiei debaixo da cama
mas eu não estava lá.
Me acolhi, me mimei, fiz o que pude,
mas não me achei.
Queria tanto me achar que cheguei a tentar me perder.
Baguncei a casa toda,
troquei tudo de lugar,
joguei muita coisa fora,
adquiri coisas novas,
decorei,
redecorei...
Nada!
Parecia que em mim só tinha um silêncio.
Mas não silêncio de paz e de pausa,
silêncio que grita,
como quem engoliu as palavras
e ficou entalado.
Desesperada,
procurei cura mas só achei feridas,
procurei coragem mas só vi medo.
Procurei Deus mas não vi o propósito.

Aí desisti de tentar, de procurar, de me encaixar.
E pela primeira vez,
fui só eu.
Eu sendo eu.

E tive o privilégio de me conhecer
porque eu finalmente me achei em mim.
E eu achei sentido,
em mim e nos outros,
por dentro e por fora.
Entendi que a resposta estava na pergunta
e só chega na resposta
quem teve ousadia de perguntar.
Só tem cura quem acha suas feridas.
Só tem coragem quem acha seus medos.
Só acha propósito, quem procurou à Deus.

Abri as janelas e as cortinas,
a luz agora pode entrar.
Minha casa pode ser iluminada
porque eu estou aqui morando,
não mais me escondendo.
Meu silêncio virou expressão,
virou escrita,
virou prosa e poesia.

Me conhecer não mudou quem eu realmente era,
pelo contrário, fortaleceu minhas diferenças.
Sigo uma peça sem encaixe,
mas depois de tanto quebrar a cabeça,
vejo que a vida não é sobre se encaixar,
não é sobre caber,
não é sobre ser mais uma peça.
A vida é sobre se conectar,
é sobre crescer,
é sobre ser único.

Assim como você.

Inserida por alicecoragem


Colega de Quarto

Era noite de terça-feira mas, para ela, os dias apenas passavam de forma consecutiva. Ela estava terminando de jantar algo que escolhera de forma bem consciente:
— Algo com valor desnutritivo que não me mantenha viva por muitas sequências de semanas.
A luz acabou.
Silêncio.
A TV desligou e interrompeu alguma coisa que ela estava olhando sem ver.
— Preciso me distrair de algum outro jeito.
Meio derretida pelo sofá, ela olhou em volta. Encarou aquela casa que parecia meticulosamente comprometida com o medíocre. Não que isso a incomodasse.
— Casa é só pra passar a noite.
Passou alguns minutos completamente inerte encarando a TV desligada até perceber na tela o reflexo de algo que deixava uma fresta de luz passar.
Ela não se lembrava mais que tinha uma janela naquela casa mas ao menos tinha conseguido esquecer da existência daquela cortininha terrível.
— Odeio essa cortininha terrível da antiga moradora.
Passou mais alguns minutos completamente inerte encarando a TV desligada, colocando numa balança imaginária o gasto energético para ir até a janela contra o peso do tédio que sentia.
Resolveu que valia a pena ir mas ainda tinha dúvidas.
Pesou as coisas em sua balança ainda mais duas ou três vezes e resolveu que valia a pena ir mas, ainda assim, hesitou.
Estava cansada.
— Estou cansada.
Ficou mais um tempo ali parada. Nem para respirar se mexia muito.
— Pequenos goles de fôlego já bastam para sobreviver.
Foi preciso a ameaça de uma reflexão vir à mente para ela, enfim, se levantar.
Ficou de pé e foi. Sentiu até orgulho de si.
— Quanta aventura para uma noite.
Com algum tipo de cuidado, puxou uma cordinha velha que fez subir a tal cortina encardida que estranhamente, era menor do que a janela.
Agora ela tinha acesso às duas folhas de vidro completamente embaçadas e que, ao invés de deslizarem suavemente iam quicando pelo trilho, fazendo um som alto e triste ao mesmo tempo.
— Parece o choro reprimido de uma dor profunda.
A janela, que nunca fora aberta por ela, parecia estar emocionalmente agarrada à sua própria moldura e disposta à frustrar qualquer esforço para abri-la ou fechá-la.
Ela pensou em desistir várias vezes mas já tinha aberto uma brecha.
— Vai dar mais trabalho fechar do que abrir.
Arrependida e, à esta altura, já com uma certa raiva, deu um forte solavanco que escancarou a janela.
Sentiu um vento frio entrar, desses que parece de alma penada.
Mas antes que a raiva a fizesse amaldiçoar a ideia, ela olhou.
Não só olhou, ela viu.
Uma imensidão de céu exageradamente estrelado, iluminado por uma lua que parecia estar se exibindo num tapete vermelho. Chegava a ser cafona de tão bela.
— Como pode o céu existir a tantas milhares de semanas e nunca estar cansado? Como pode ter tanta vida em algo rotineiro?
Foi exatamente ali que algo mudou dentro dela.
E enquanto seu cérebro finalmente voltava a fazer conexões neurais ao som de uma agitada sinfonia de Beethoven, sentiu um vulto passando por ela e percorrendo aquela casa toda apagada, iluminada só pela lua.
Ela viu a sombra se movendo, mas sabia que não havia mais ninguém.
Ela sorriu bem baixinho e voltou a olhar o céu.
Ela entendeu que a luz tinha voltado e finalmente o passado tinha ido morar em outro lugar cujo céu não iluminasse.

Inserida por alicecoragem

⁠Eu te vejo.
Eu escuto seus gritos através do seu olhar.
Por trás das suas palavras tão confiantes, beirando a arrogância,
Eu sinto o cheiro do medo que você exala.
Ouço você latir até quando o território não é seu.
Eu sei que, no fundo, você quer alguém que te ame ao ponto de te abraçar enquanto você morde seu braço.
E, apesar de saber que suas mordidas não me atingem mais,
Eu não quero te abraçar.
Eu não quero acolher sua dor,
Eu quero acolher você!

E, as vezes, acolher alguém
É ter coragem o bastante para lhe dizer a verdade.
Mesmo que doa.

Quantas vezes você vai desejar uma novidade na sua vida
Mas se fechar para qualquer porta que se abra?
Quantas vezes você vai reagir com arrogância à uma ideia boa
Só porque não foi você quem a teve?
O mundo te chama pra coisas incríveis,
Mas você segue com medo de não ser o melhor.
Mas é o medo que você tem em ser pequeno
Que tanto te diminui.
Porque você pode contribuir com uma boa ideia
Tornando ela ainda mais incrível.
Ou você pode teimar para manter sua velha visão de tudo
Só para não dar o braço a torcer.

Você se perdeu quando ficou com tanto medo
De não ser suficientemente bom,
Que parou de se esforçar para ser melhor.
Seu esforço é para que os outros pareçam piores.
Mas você não sai do lugar assim.
Pode até conseguir atrasar o progresso de alguém,
Mas você também não progrediu.
Você continua parado, no mesmo lugar,
Torcendo para que as pessoas não vejam o quão pequeno se tornou.

Afinal, até quando você vai conseguir ficar parado?
Até quando vai se sabotar só para manter um orgulho estúpido
Que só te leva pro fundo do poço?
Até quando vai falar pros outros o que você mesmo precisa ouvir?

O Universo continua tendo fé em você
Por isso continua te enviando oportunidades.
Você é o único que permanece apostando contra.
E esta aposta no seu fracasso é a única coisa que você acerta na vida.

Toc toc toc
— Quem é?
— A soberba.
— Mas uma hora dessas nem cabe.
— É que eu vim com o Medo. E deixa a porta aberta que a Queda já anuncia sua chegada.

Inserida por alicecoragem

⁠Deus criou o processo de gestação para que a humanidade pudesse sentir uma pequena fração do Seu amor ao nascer.
E Deus criou a poesia para o que homem, enfim, consiga expressar sua gratidão por aquela que o gerou.
Mas apenas aqueles que tiveram mãe foram escolhidos para sentir este cuidado.

E para a alma que me gestou em suas entranhas,
Eu ofereço minha poesia
Que não gerei, mas foi em mim gerada
Como forma de expressão da vida.

Mãe,
Eu viro poesia pra te tocar.
Eu viro alma pra entrar.
Eu viro graça pra sorrir.
Eu viro Luiza pra voar.
Eu viro filha pra amar.
Eu viro mulher pra te olhar.
Eu viro Alice pra curar.
Deus me deu pra você me criar.
E você me criou.
Somos então provas vivas de um Amor Maior.

Inserida por alicecoragem


Todo dia você acorda com um sentimento de que está mais longe de ser quem deveria ser.
Todo dia você acorda com um pouco mais angústia do que ontem.
Todo dia você sente que está se traindo.
Todo santo dia você se sente mais atolado na areia movediça.
Todo dia uns centímetros a mais e amenos.
Todo dia você tenta achar algum caminho que faça isso parar,
Que se não for pra remover a corda, pelo menos que folgue o laço.
Mas nenhum caminho te traz alívio dessa dor.
Todo dia, só piora.

É o que o problema não pode mais ser mais ignorado.
Ele precisa ser enfrentado.
Enquanto você não se acolher, vai piorar.
A sua dor no amanhecer é porque você vive no passado.
E cada dia que passa, você fica mais longe daquele momento que você idealizou e não aconteceu.
Você ainda está lá no passado parado esperando aquilo acontecer.
Mas não aconteceu.
Talvez seja hora de aceitar que não aconteceu e deixar acontecer outras coisas.
Como o presente, talvez.
E talvez aí, você pare de sentir dor de viver.
Só podemos ser presentes em algo, quando escolhemos nos ausentar do restante.
Está na hora de ser presente no presente, sem culpa com o passado. Foi ele quem te trouxe, ele segue existindo em você.
Você boicota seu presente para que ele não seja tão bom como seu passado. Porque Deus te livre de ter mais um momento muito bom e ter que seguir vivendo com saudade de que passou.
Mas se você olhar pra direção certa, vai perceber que momentos bons não precisam ser raros porque quem olha pra frente constrói o extraordinário todo dia e vive não pensando no que passou, mas como vai ser melhor amanhã.
Para de viver o próprio luto.
Para de morrer de saudade de si mesmo.
Quem foi que te convenceu da sua morte?
Você tá vivo, só falta viver.
E confia em mim.
Viver não dói, você só precisa aprender a dançar .

Inserida por alicecoragem