Álex Souza
Preso
É como estou agora
Será que ninguém pode me ouvir?
Mas eu levanto meu rosto
Limpo suor e ferrugem que há nele
Um silêncio e um vazio em mim
Apenas por estar proibido de viver a liberdade
Cercado por animais ferozes sedentos pelo o que não tenho
E ainda assim sou castigado e obrigado a cumprir com aquilo que eles chamam deveres
Mesmo sem poder reivindicar meus direitos
A verdade é que a escravidão ainda existe
Vivemos em meio a isso e você não percebe
Todos os dias quando acordo
Vejo a miséria dos meus irmãos que sofrem como eu
E ainda assim ninguém percebe
Somos tão inocentes
E aqueles que deviam guiar nosso povo
Sempre querem o que não temos ou o que temos de pouco
Assim nos roubam e nos iludem com aquilo que chamam de diversão
E um pouco de comida
Coisa que eles têm de fartura
Vivemos a Escravidão Moderna
Tanto brancos quanto negros
Coma! Beba! Use!
Acham que somos animais
Mandam fazer isso e aquilo
Prometem e nunca fazem
Somos manipulados por eles
Eles nos roubam e levam tudo de nos
E ainda assim não ligamos, não vemos, não fazemos e não acordamos para enxergar a realidade
Fama
A vida é uma dança louca, cheia de passos improvisados. Seu aprendizado, desde a gênese, é desafiador, e seu processo, imprevisível. Há momentos em que cada passo se encaixa perfeitamente e outros em que você se sente um completo desajeitado, sem ritmo para o que é proposto. E então surge a pergunta: qual o propósito?
Uma incógnita, talvez. Mas entre as perguntas, há uma certeza: precisamos buscar algo pelo que viver e seguir em frente, sem permitir que o meio nos influencie a desistir. Afinal, sob qualquer ângulo, em algum momento, seremos indiferentes aos olhos de alguém—mesmo que sejamos excelentes no que fazemos.
Até que, num dia fatídico, você se torna um grande dançarino. Seus movimentos são perfeitos, e isso te leva aos melhores lugares, projetos.E, de repente, aquelas mesmas pessoas que antes olhavam sem interesse agora te notam. Dizem que sempre souberam do seu talento. Chamam seu nome com entusiasmo, como se tivessem estado ao seu lado o tempo todo.
E aí você se pergunta: qual o propósito disso?
O que mudou? Foi você? Ou foi a forma como agora enxergam você?
Talvez, no fim, nunca tenha sido sobre a dança.
Alex souza