Ausencia William Shakespeare Amor
Devaneio
Agora cai a chuva,
E cala a fala,
E me deixa mudo,
E eu já não escuto,
A voz que preciso ouvir.
Agora molha o chão,
E faz um barulho,
E tira o entulho,
Que impede a alegria,
De meu coração.
E agora ouço a música,
Que traz a lembrança,
Do sonho de criança,
De toda esperança,
Que agora não tenho.
E agora um sorriso,
Que é apenas esboço,
Que se faz sussurro,
Que já espera a hora,
De juntar seus cacos,
E seguir seu rumo,
E agora, eu sumo.
Pessoinhas e anjos.
A vida é um caderno em branco,
Sua caneta chama-se atitude ,
Seu esboço mesmo que ainda seja um garrancho,
É o desejo de uma vida na amplitude.
E erros em frases sempre haverão,
E assim como o corretivo apaga esses erros,
A vida prepara pessoas que nos ajudarão,
Que mesmo abaixo de todos,
São as que nos defendem de nossos medos.
Desatentos
Me pergunto o que vale um sorriso,
Um olhar, um gesto,
Se a pessoa única que deveria notar,
Nem se quer tem o trabalho de estar por perto.
Se não liga e nem sequer demonstra interesse,
E quando fala contigo é rápido, é frio,
E te faz pensar que de-repente,
Tudo o que se diz é nada, e tudo se torna vazio.
Mas eu aprendi com o tempo,
Que se não regarmos essa flor chamada vida nada colhemos,
E se cuidarmos com falta de amor,
Em um futuro tão próximo nos arrependemos.
Mas ai já foi.
Gosto de gente que não cede às pressões, que se mantém fiel às suas crenças, e não vive a vida que outros desejam, só porque lhes falta habilidade para amar.
Deixar de fazer algo que se quer muito para não magoar alguém, não é garantia de que não será magoado mais além.
A única promessa que se deve fazer quando se ama alguém, é que jamais deixará de ser verdadeiro consigo mesmo.
O destino é muito mais o que já fomos num passado distante, do que aquilo que somos ou ainda seremos, pois carrega em si o desejo de sentir as emoções das ilusões não vividas.
Eu posso até tentar me enganar beijando outras bocas,ou sentindo prazer com outros corpos. Mas é em você que eu penso toda vez que eu fecho os olhos.
Em cada nota, em cada pausa, você se fez presente. Eu não podia te escutar ou apreciar da forma que deveria, entre tantos bemóis eu fiquei surdo e não pude prestar atenção no que realmente faz a diferença: escutar toda a música acompanhado de você. Hoje, tudo não passa de uma pauta vazia em que colcheias e seminiminas não representam o que um dia teria sido.
