Arrepio
Tão doce toda via é tocar-te, é sentir o frescor e o arrepio de tua pele ao encontro de nossas almas numa entrega sem pudores!
A poesia é um discurso com métrica e quem a escuta é invadido por um arrepio de estupor, uma compaixão que arranca lágrimas, um ardente desejo de dor e pelo efeito das palavras a alma sofre seu próprio sofrimento ao ouvir a sorte ou o azar de fatos e pessoas estranhas.
O amor é como o vento frio, que bate aonde você estiver, e te faz sentir um arrepio na pele redesenhando a alma
Me arrepio só de lembrar como era nós dois, sem espaços, sem desgastes, sem mais ninguém, pensar que eu tinha para quem ligar nas noites de pavor, tinha a quem dizer minhas manias, tinha a quem olhar cada defeito facial sem os perceber, era tanto amor que se resumiu a desprezo mutuo, a desapego do calor, a esquecimento do amor em alta escala, não era pra ser assim, nem dessa maneira, nem nessa intensidade, nos deixamos afetar, talvez pelas pessoas, talvez pela razão, mais foi tudo tão bom, eu ainda quero lembrar, ainda quero sorrir sem dor, sem receio, você me fez tão feliz, é só isso.
Para onde olham os homens que sabem de uma verdade? Onde depositam o arrepio de uma realidade que permanece em segredo?
A mais pequenina dor que diante de nós se produz e diante de nós geme, põe na nossa alma uma comiseração e na nossa carne um arrepio, que lhe não dariam as mais pavorosas catástrofes passadas longe, noutro tempo ou sob outros céus. Um homem caído a um poço na minha rua mais ansiadamente me sobressalta que cem mineiros sepultados numa mina da Sibéria.
Me excito pelo desejo em seu olhar...
Seu toque faz todo meu corpo se arrepiar...
Estou sempre pronta para a ti me entregar...
Afinal, porque resistir se meu prazer está em lhe servir?
Daí você descobre onde tocar, daí vem aquele arrepio e um sorriso bobo, e você se encanta em saber que foi você quem causou isso tudo. - Nem sei mais o que é isso.
LIVRAMENTO (soneto)
Leia-me! O meu verso árido e nefando
Que queima o meu peito, e dá arrepio
De quando teu paleio vem me cevando
Nos embustes sorrateiros, vis e tão frio
Olha-me! Não temas, pois, sou brando
Já não busco o poetar num belo feitio
O meu ser ainda permanece, radiando
Já o senso, é tal qual um céu sombrio
Fala-me! Verdades, não simule pranto
Pois, as flores do cerrado têm candura
As agruras, não vão ser, minhas pupilas
E se escrevo este soneto, enquanto
Escorre nos versos a minha tristura
O meu amor, desobriguei das quizilas...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020, 17’33” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Você já sentiu um arrepio na alma? Uma sensação de brisa leve que ao mesmo tempo que faz arder, faz carinho dentro do peito? Já sentiu como se houvesse um infinito dentro de peito e ele alçasse o voo mais alto que pode em tal receptáculo? Você já sentiu uma dor inexplicável só de pensar em ausências de pessoas extremamente importantes em sua vida? Já sentiu uma satisfação tão grande que faz com que seus olhos brilhem e revelem toda a luz que existe em seu coração? Você já encontrou a imensidão que existe em si mesmo? E os sonhos, já teve a certeza de que eles estão num lugar tão seguro que ninguém poderá roubá-los da sua vista e cuidado? Você realmente já sentiu sua alma e o desdobramento que há na particularidade de simplesmente ser e ter o universo habitando em si? Reconhece o amor divinal em sua vida? A sacralidade que lhe habita?
( Vitor Ávila ) #VitorÁvila
Sinfonia de nós dois...
Quero a surpresa do sussurro
no arrepio que arrebata,
entorna, alastra, derrama...
Quero o êxtase do frêmito
que na pele aflora e vibra,
abala, espalha, esparrama...
Quero a sedução que ecxita,
incendeia, explode e então,
se faz sinfonia de quem ama...
sinfonia de nós,
sinfonia em nós!
(ania)
Céu e mar e alguém para amar, e o arrepio toda vez que a gente se encontrar, e nunca vai passar, mesmo quando o sol chegar.
ELE
O momento em que eu sinto
O arrepio sufocante entrando em meu corpo
A minha mente gira e transborda loucura
Meu olhos exalam fúria, sonho morto
É eu sei, é paranoia
Não, a vida que é uma paranoia
É uma maçã podre, lugar de estórias
Um cristal escuro, um relógio sem ponteiro
Mas a questão do arrepio
Do toque à um canto afinado
Me leva a um questionamento tão vil
Ele aparece em diferentes estágios?
Em segundos ele arranca a pele com um sopro
Da emoção ao pensamento flutuante
Do medo ao frio do inverno
É aí que ele e a morte viram amantes.
Do alto
Palpitações, mãos suadas, um arrepio, olhar desconexo, medo, uma vontade de chorar com um misto sorriso.
- Meu Deus, o que é isto !?
Já não lembrava mais como era olhar pra alguém e ter novamente aquele sentimento de adolescente.
Apertei as mãos ora uma contra outra, ora ambas na cabeça, gestos bestas de fuga emocional, não sou criança, não posso fraquejar afinal.
La do alto avistei, em meio à irmãos, instrumentos, estantes de partituras e cadeiras, a portadora do sorriso que me deixou sem beira.
La do alto ela não tocava, pincelava notas em sonhos.
La do alto ela me consumia, dividia, desviava até mesmo a minha oração, Senhor perdão.
Para o Alto eu pedi,
E La do Alto espero receber,
Não há pressa quando aquela em que os olhos se espelha, poderá ser a visão de uma vida inteira.
"Vejo o arrepio da morte,
à voz da condenação
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados...
liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são"
