Arrancar do meu Peito
O AMOR ENRABICHADO
Como acho enrabichado o meu amor
após tua ternura, afago tão prazeroso
os beijos no meu desejo tão amoroso
com lábios rubro, da paixão tem a cor
A sensação, perfumada, tal suave flor
tem tempero, sabor, tão maravilhoso
n’alma grudado aquele olhar perigoso
de sedução, deixando anseio e tremor
Cativante! Tem tudo e em tudo toca
faz do sentimento solidária emoção
caso, baralhando o sentido. Há troca!
Fantasio cada sussurro que me arrepia
acelera a batida entusiasta do coração
que pulsa em cada veia desta poesia!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 de abril de 2021 – Araguari, MG
MEU PRIMEIRO VERSO
O meu primeiro verso, versado
De uma ilusão nascida, da vida
De um sentimento enamorado
Sentido, tido, vivido e suspirado
De prosa tão simples, escoada
De um acaso puro e encantado
Tecendo uma quimera dourada
E significado ao poeta ofertado
Foi lhano o verso, alvo, inocente
Porém, o agrado simplesmente
Num repente de amor e vontade
E, este primeiro versar, versado
O guardo inesquecido e amado
N’alma, imbuído na eternidade...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 março, 2022, 11’04” – Araguari, MG
SAUDADE AJOELHADA
Cá, sob este chão de superfície rude
de pouca chuva, seco, natal morada
meu eu, jaz pra sempre em plenitude
a causa da minha narrativa poetada
Fora-se-me nostálgico a cada parada
e, vãos, os sonhos da terna juventude
aqui, pelas calçadas, firme e devotada
lembranças, de um tempo de virtude
Repousa, cá, em paz sob este sertão
emoções, as recordações, do genuíno
sentimento... suspirados do coração!
E, cada sensação sentida, sussurrada
da alma, mescla com o dobre do sino
da Matriz, pondo a saudade ajoelhada...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 abril, 2021, 13’58” – Araguari, MG
DEPARO COM O AMOR
O seu amor varou-me a sensação amada
Fundiu-se ao coração, e tão meu sentia
Que não sei se aquela qualquer ousadia
Seria mais apaixonada ou mais alucinada
Chegou o vínculo, n’alma fincou a espada
Sobre o sentido do cuidado que florescia
No agrado, e foi intenso desde aquele dia
Total completude, não carecia mais nada
Julguei que nunca o teria, ledo engano
O amor ao ver outro amor é soberano
Redigindo nas estrelas um firmamento
Vi a emoção na inteireza, com ventura
Tudo tão sereno, amigo, sedução pura
Cá no amor agora é poético sentimento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02, agosto, 2021, 19’11” – Araguari, MG
Vou anotar o número do meu telefone aqui e entregá-lo para você. O que fará com ele, sabe, será decisão sua, mas espero que talvez, só talvez, você me ligue.
Ô, saudade do meu Nordeste! Cuscuzinho com ovo bem quentinho, a manteiga chega derrete. Aqui a gente só come o pão que o diabo amassou. Amassou, cuspiu e jogou no asfalto.
Findei com poesia o meu arrego!
Quantos segredos o teu seio oculta
Com essa perturbação tão ardente
Basta, porém, que o amor te tente
E és como sofrente, na dor resulta
No vazio tua carência dilata e avulta
Foges do manejo e mais aperto sente
E quem te desafeie ou te apoquente
Aquela tristura na tua alma insepulta
Como tu, velho coração, já fui pueril
Rasquei o peito com arrebatamento
Lutei por olhar e por um aconchego
O díspar entre nós é que não fui hostil
O pesar também foi o meu sentimento
E eu, findei com poesia o meu arrego!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/11/2023, 19’49” – Araguari, MG
VÍCIO
Que eu inspire, de repente, à ti uma poesia
Como se fosse o mais íntimo de meu verso
Aquele rimar apaixonado e no amor imerso
Enfim, um gesto, aresto, mas com alquimia
Que eu traga na métrica aquele olhar certo
Olhares de quem tanto seduz, tanto cativa
A pureza que, às vezes, faz a intenção viva
Onde o desejo é aquele de estar bem perto
E, que o poema seja só teu e, eu todo teu
E seja dos ternos versos um agrado meu
Numa cadenciada e enamorada sinfonia
Que tenha a cada sensação um presente
Germinando no cântico, apenas semente
Com aquela poética que o coração vicia.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 dezembro, 2023, 14’42” – Araguari, MG
ALEGÓRICO CERRADO MEU
Alegórico cerrado meu, quão diverso
te cantei e canto, és cântico desigual
místico te vejo a ti, encantado visual
teu chão acre, seco, em te perverso
A ti eleva-te o fascínio, todo o verso
a quem te devotar, num ato visceral
e graça, te trova já, riqueza tropical
no teu controverso e incontroverso
Já que na sedução és-te comparte
seja deleite, ó dissonante quimera
que fôreis em tudo díspar encarte
Mas, de ti, a demudada primavera
rica, e bela, e tu tornarás baluarte
e assim, notar que o vário impera.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
31 julho 2024, 14’15” – Araguari, MG
SONETO AVOCANDO
Na mão da agonia, na dor desdita
Uma saudade, afinal, meu coração
Frustrado, no engano duma ilusão
Senti e amarga na tristura descrita
Como a dó, ferida, que do dano grita
Aumentando ainda mais a vastidão
Do verso sem decisão, sem a paixão
E, o sentimento desbotado e eremita
Como sofrente, em lôbrega jornada
O soneto, em uma poética prostrada
Sussurrando solidão insistentemente
Acossa, estorva, se vê desnorteado
Jorrando cada suspiro encarcerado
Avocando pelo momento pendente.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10 agosto 2024, 07’57” – cerrado goiano
SOBRE A VIDA
Abri o meu sonho ao raiar do alvor
E ideei, veio a sorte, então, segui-a
Na ilusão, maciça de colorido vigor
E tão mais venturosa e, com poesia
Fui criando momentos e alquimia
Aos pés da emoção, no tom maior
Assim, no jogo do fado, robusto ia
No sentimento, caminho, no louvor
A gente é realidade, fantasia: lança
Avança, recua e vai na imensidade
Dentro da incerteza e da confiança
No viver tem uma vasta diversidade
Larga vitalidade, tão cheia de dança
Já o passado, uma estreita saudade...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
01/09/2024, 14’27” – Araguari, MG
SONETEANDO O AMOR
Verso divino do meu sentimento
Sempre surgiu intacto e especial
Que vos visse tornados tão real
De tão preciosa valia e momento
Aqueles olhares soltos ao vento
O vento as sustinha, tão visceral
Do bem que me ficou, sorte total
Tornando o poetizar, feliz intento
Na poética nobre, mostras aparece
Em cada rima um tom encantador
Tão cheio de ritmo em doce prece
Ó inspiração tamanha! Ó hábil ardor
Por ter vivido o que não se esquece
Meu rimar, vive, soneteando o amor.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04/09/2024, 14’36” – Araguari, MG
O DIA DE FEVEREIRO
Então, em fevereiro, “mesversário” meu
Nesta divisão do ano há um singular dia
Claro o dia 27, cheio de exclusiva magia
Entrou em mim, no seu rumo entrou eu
Guia-me, a satisfação, pulsante, apogeu
De minh’alma, cheio de alegria e poesia
Em meu peito, tão festivo, uma nova via
Faz-se comemoração, gratidão... valeu!
Já não é um nenhum sobre um nada
Mas gestos, suspiros, sentidos, flamas
E olhares, horizontes, toques, um hino
É a vida sussurrante, mais apaixonada
Abundante, e válida, que pelas chamas
Do 27 de fevereiro: - assinala o destino!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 fevereiro, 2024, 18’57” – Araguari, MG
Se as meninas do Leblon não olham mais pra mim
(Eu uso óculos!)
E volta e meia eu entro com meu carro pela contramão
(Eu tô sem óculos!)
Se eu tô alegre eu ponho os óculos e vejo tudo bem
Mas se eu tô triste eu tiro os óculos
Eu não vejo ninguém.
SONETO DE LEMBRANÇAS
Poetando depois daquela hora sofrida
meu versar resignado e quase sem dor
recorda a paixão daquele grande amor
aquele, profundo amor da minha vida
Nos versetos, quanta sensação querida
escoam da saudade, agora, sem rancor
se há lágrima perdida, é em tom menor
pois, o furor já sem aquela sanha doída
O sentido, o que resta agora, guardado
na memória, com cheiro e significado
remindo as juras desleais, sem fianças
E, que foi eu, afinal, neste sentimento?
Sei, que fui mais que apenas momento
a suspirar neste soneto de lembranças.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2024, 15’20” – cerrado goiano
O MEU VERSAR SUSSURRA O NOSSO AMOR
Que poéticos versos tão intensamente
onde, em cada linha o fascínio perfeito
por pretensão e afeto, me tem sujeito
ó paixão ardente, se fazendo presente
Há sentimentos que invadem a gente
compraze. Que faz o sentido satisfeito
dando condição, em um estado eleito
sensação, saudade, sedução oferente
Ó emoção que apossa tão ambiciosa
que entrelaça com o abraço, desejos
livres palavras, ensejos, denso furor
E, então, nesta absorvência atenciosa
cheia de encantos, prazer e de beijos
o meu versar sussurra o nosso amor.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 novembro, 2024, 20’09” – Araguari, MG
No começo não me importava muito com o meu vaso, mas quando comecei a analisar o vaso dos outros comecei a desgostar do meu e assim esperava pelo dia que se quebre, porém após certo ponto de leitura aprendi a amar e aperfeiçoar meu vaso agora temendo que quebre antes de terminar o livro. Temo que já esteja rachando, seja por estar cheio demais ou pelo livro.
