Ao longe
Sempre tocam uma canção que mexe com seu coração. Então a saudade vem, te faz lembrar de alguém, de um fato triste, lamentável, quase inaceitável. Mais foi escrito assim, todo começo tem um fim.
Eu sei, que o problema vai ter um fim, sei que não sou merecedora mas me ajude, eu preciso. Por favor meu Rei, estenda sua mão por mim.
De repente, parei e me lembrei dela.
Lembro de quando ela sorria, e o mundo ao redor ria e entrava em uma profunda euforia.
Era difícil não ficar.
Seu olhar contagiava, e sua voz suave
fazia o mundo parar e se acalmar.
Era tão belo o jeito que ela falava,
suas palavras eram pura poesia.
As pessoas mergulhavam nelas e se afogavam.
Eu a admirava tanto que me sentia bem,
fazendo com que esquecesse da impureza do mundo
por causa do homem.
Era tão pura, tão linda...
Ela nem sabia,
mas essa parte dela seria como uma corrida.
Pupilas sempre dilatadas,
sorrindo para quem não valia nada
e sempre sendo uma pessoa amada.
Ela não sabia por que as pessoas implicavam tanto com ela.
Por mais disso, com elas ainda era tão bela.
Para ela, o mundo era colorido e divertido.
Não queria que ninguém tivesse o coração partido
ou se sentisse chateado.
Com sua inocência e felicidade,
as pessoas a tiraram dela.
E, conforme a idade, foi tendo uma profunda infelicidade.
Ela não sorria tão genuinamente como antes,
não via o mundo de tal forma como antes
e já estava cheia de cicatrizes.
Até então, ouvi alguém chamar pelo meu nome.
Parei de olhar pro espelho
e segui o barulho.
Eu era agora alguém que nunca quis ser.
E talvez quisesse parar de crescer,
parar em um lugar, adoecer ou enlouquecer.
Mas sabia que não podia deixar
a pessoa que antes eu era
se chatear.
Por mais que estivesse acabada,
sorri e fiquei com ela em mente.
Segui em frente.
Ela não tinha ido. Estava ainda ao meu lado,
sorrindo o tempo todo. Estava orgulhosa,
como se eu nunca a tivesse decepcionado.
Ela era minha pequena eu.
E, diferente de mim,
nunca se enfureceu ou se perdeu.
Segurei sua mão,
ajeitei a postura
e segui com o seu coração.
Oh, são marcas da vida que causam dor
Todos me olham, ninguém me notou
Eu não ligo que pensam de mim
São apenas cricatrizes
– O estalar dos dedos abriu um buraco na nossa dimensão.
– Tá dizendo que existe um multiverso?
(Diálogo entre Peter Parker e Nick Fury)
Ela sentia como se estivesse sendo engolida pela escuridão. Não importa o quanto tentasse, simplesmente não havia escapatória…
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