Angeli
TESOURO DOS REMÉDIOS DA ALMA
Meu grito é meu escrito.
Triste, solitário, caótico, meio esquisito.
Meu escrito diz respeito a mim.
Lugar de fala, histórias que chegaram ao fim.
Não se recomeça o que acabou.
Apenas se colhe o que plantou.
Cabeça no infinito, pés no chão.
Raiz da árvore, bola de sabão.
A arte é cura, libertação.
Tradução da alma e coração.
Meu tesouro não é matéria.
Não foi conquistado gerando miséria.
VIVO
Cicatrizes, batalhas, histórias contadas.
Poucos triunfos, perdas contabilizadas.
Próximo nível do jogo, não emocionei a razão.
Arritmia, luz, câmera, ação.
A solidão do tamanho do mundo.
Alpinista de um poço bem fundo.
Perdi a guerra, não estou no poder.
Ainda me resta a última bala, é bom você saber.
Minhas impressões digitais estão em tudo que faço.
O sentimento, edificado em cimento e aço.
Trovador solitário, semeador de estrelas.
Esse sou eu, meus ideais, minhas bandeiras.
MONTANHA – RUSSA
Meus vícios, meus lixos, bichos prontos para atacar.
Não por medo ou instinto, prazer em devorar.
Areia movediça, não paro de afundar.
Sujeira debaixo do tapete começa a transbordar.
Tsunami de erros prestes a devastar.
Entre os carros parados na avenida estou a transitar.
Os ponteiros passam e nada de você voltar.
No branco do espelho seus olhos vem me flertar.
Não tenho mais dezoito, não tenho mais um lar.
Se erros precedem o acerto, espero ele chegar.
SOUL
Vou seguir ao teu lado até onde conseguir.
Aproveitar cada segundo e quando possível sorrir.
Já que o tempo é breve, que seja leve.
Tentar manter a calma, conectar-se com a alma.
Só te peço o que você pode dar.
Só te peço que mesmo sendo segundo, seja intenso.
Sua voz é música, seu toque é cura.
Seu olhar é luz, sua companhia é vida.
Marlon estava apaixonado, essa era a verdade. Admitira enfim o sentimento que não fora passageiro, a atração que Dan o causava. Ele estava perdidamente apaixonado pelo colega de confinamento, e por isso o coração batia tão rápido quando estavam junto, e cada pequena ligação nervosa respondia de forma unanime.
Não podia se enganar, Dan não era aquela lagoa tranquila que estava à sua frente, e sim um mar revolto, pronto a passar por cima de quem quer que entrasse em seu caminho.
Os quadros fixos às paredes assemelhavam-se a sentinelas, as estátuas dispostas pelos corredores, semelhantes a vigias. Por várias vezes teve a impressão de vê-las mudarem de posição após sua passagem. Vigiando... Vigiando... Sempre vigiando. [..] Paranoia? Impressão? O monastério dos freis era assim, estava a consumi-lo.
Não estamos no campo das artes decorativas. Nós estamos no campo da comunicação. Nós estamos comunicando e enviando mensagens para um público alvo.
