Amor Impossivel Martha Medeiros

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Quando a estrada fica interrompida... o desvio pode ser interessante.

Use-se

No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.

Se for este o caso, seguem sugestões para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir. Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer.

Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição. Dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde.

Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o. Use sua voz: marque entrevistas. Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurónios: para todo o resto.

E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. Não enviuve de si mesmo, ninguém morreu.

Use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas – a memória e a emoção vêm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser.

Sua boca pra sorrir...
Sua barriga para gerar filhos...
Seus seios para amamentar...
Seus braços para trabalhar... Sua alma para preencher-se...
seu cérebro para não morrer em vida.
Use-se.

Se você não fizer, algum engraçadinho o fará.

Martha Medeiros

Nota: Trechos da crônica "Modo de usar-se" de Martha Medeiros.

O corpo reage ao coração ou reage à mente?
08/05/09

Estou tão cansada. Quase não tenho força. Hoje estou naqueles dias em que dá vontade de dormir e acordar dez anos depois. Você já ouviu falar em sono reparador? Queria dormir e acordar dez anos mais linda e dez anos mais burra.
Interessa a você saber que estou apaixonada?
Impressionante como essa palavra acorda os outros. Eu estou apaixonada, mas não é por uma pessoa. Estou apaixonada pela lembrança de algo leve, solto e rápido, como uma bola de gás que escapa da nossa mão e passa a ficar cada vez menor e mais distante. Estou apaixonada pelo impacto da vida, por um tiro certeiro e bem mirado, pelo arrebatamento provocado pelo descuido das minhas defesas. Quem está no comando dentro de nós? Andei flertando com o perigo e no entanto o perigo estava dentro de mim, dentro desse coração que empacou nos 15 anos, aquela época em que eu era uma velha e acreditava no amor. Toda mulher romântica é uma idosa. Não acredito que eu tenha caído nessa cilada, me apaixonar por uma situação. Por que não estou apaixonada por alguém, estou apaixonada por algo. Algo completamente inatingível. Estou apaixonada por marcar encontros, por receber mensagens safadas, emails, por estacionar olhando pros lados, temendo ser reconhecida. Apaixonada por entrar no apartamento de um estranho, por tirar a roupa, por gozar com um estranho. Apaixonada por aquilo que inspira os filmes B e os romances vendidos em banca. Quem está no comando, me diga? É claro que ele tem rosto, nome e sobrenome. Mas isolado, longe do cenário, ele não me comove. Ele me comove acionando em mim a outra, aquela que só deixo sair da casca de vez em quando. Ele é o xerife que dá liberdade condicional ao meu lado fora-da-lei. Se o xerife desiste da brincadeira, ela precisa voltar pra sua prisão domiciliar. Não me venha falar de outros namorados, não me interessa uma transferência imediata, seria simplista demais. Quero o circo todo a que tenho direito: sedução, fantasia, tempo. Quero um romance longo, quero intimidade. Fazer cena de ciúme, terminar, voltar, amar, brigar de novo, telefonar, pedir desculpas, retornar. Amantes bem comportadas são um tédio. Se eu estivesse no comando, pinçaria do meu caderninho meia dúzia de frases que liquidariam a questão. "Foi bom enquanto durou". "O destino sabe o que faz". "Tudo tem seu preço". "O show deve continuar". Este tipo de clichê. Mas quem está no comando é ela, a que não quer voltar pra cela. Rebelião no presídio feminino: ela fugiu do meu controle. Ela é romântica como uma adolescente. Visceral. Caótica. Ela chora como uma menininha. Cria diálogos tão convincentes durante suas madrugadas insones que chega a acreditar que eles aconteceram. Viajandona. Doce. Áspera. Virginal. Ela me enlouquece. Ela determina a hora de voltar pra casa, e eu aguardo por ela com uma ansiedade quase sexual. Quem está apaixonada? Ela por ele? Eu por ela? Ou tudo não passa de um sentimento solto, sem dono, caçoando de todos nós?

O que me prejudica
é essa mania de dizer a verdade
quando deveria mentir
e fingir que estou à vontade
quando na verdade machuca.

Todos nós amamos, erramos ou julgamos mal...
Todos nós já fizemos uma coisa quando o coração mandava fazer outra...
Então, qual a moral disso tudo?
Nem tudo sai como planejamos portanto, uma coisa é certa...
Não continue pensando em suas fraquezas e erros, faça tudo que puder para ser feliz hoje!
Não deite com mágoas no coração.
Não durma sem ao menos fazer uma pessoa feliz!
E comece com você mesmo!

Meu sumiço é covarde, mas atento; meio fajuto, meio autêntico; sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.

É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente. […] Não conheço strip-tease mais sedutor.

Martha Medeiros

Nota: Trecho de Link

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

Martha Medeiros

Nota: Trecho da crônica "A Alegria na Tristeza" de Martha Medeiros.

A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você, quando você não pretende fazer o mesmo.

Mas é o que devemos continuar fazendo. Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor.

Martha Medeiros

Nota: Trecho de Link

O ocasional e o essencial - Martha Medeiros
Uma das razões que torna o escritor Ian McEwan um dos grandes nomes da literatura contemporânea é que ele escreve tão bem que consegue nos capturar para dentro de seus livros. Você não lê: você vive aquilo que está escrito. No seu mais recente lançamento, Na Praia, os personagens Edward e Florence, recém casados, travam uma conversa que definirá o futuro de cada um. É um diálogo difícil, delicado, forte, emocionante, verdadeiro, triste e nenhum destes adjetivos vêm em nosso socorro para ajudar a compreender a cena, não é preciso: a gente está ali com eles, ouvindo tudo, sofrendo junto. Enquanto eles conversavam, escutei não apenas suas vozes, mas o barulho das ondas, a interferência da brisa e a lenta batida do coração de cada um. Quase paramos todos de respirar - o casal e eu.

A questão dolorosa do livro é uma pergunta para a qual dificilmente encontramos resposta: a pessoa que você amou e perdeu no passado era essencial na sua vida?

Uns tiveram muitos amores entre os 16 e os 80 anos, outros tiveram poucos, mas todos nós possuímos um passado, não há quem tenha vivido com o coração desocupado. Os dias que correm, hoje, indicam que nossa vida amorosa irá se intensificar ainda mais, uma vez que as possibilidades de encontro se multiplicam (a Internet fazendo sua parte), os preconceitos diminuem (aumentando a oferta de "composições") e a necessidade de desejar e ser desejado tem se imposto à necessidade de casar e ter filhos. Na prática, estas mudanças já vêm acontecendo. Há diversas formas de se relacionar, e se o número de adeptos de formas menos tradicionais ainda não é volumoso, o respeito por todas elas está, ao menos, quase sedimentado.

Este entre-e-sai de homens e mulheres na vida uns dos outros dinamiza as relações, incrementa biografias, dá uma sensação de estarmos aproveitando bem o nosso tempo. E o amor não está excluído da festa, pode marcar presença forte em quaisquer dos novos padrões de comportamento. Mas este barulho todo não oculta nosso questionamento mais secreto: haverá alguém que, entre todos os que cruzaram nosso caminho, poderia ter nos transformado, nos acrescido, nos desviado desta eterna experimentação e justificado nossa existência de uma forma mais intensa? Terá esta pessoa cruzado por nós e a perdemos por causa de uma frase mal colocada, por uma palavra dita com agressividade, por uma precipitação, por um medo ou um equívoco?

Não é uma resposta que chegue cedo para todos. Sorte de quem já a tem. Em Na Praia, Ian McEwan não oferece um final infeliz a seus personagens, mas não os priva de uma dúvida comum a todos: que destino teríamos se um amor vivido errado tivesse sido vivido certo. Como assumir este amor sem sofrer as influências da época, da sociedade e da nossa própria imaturidade. Como valorizar o que se tem no momento em que se tem, e não depois. Como livrar-se do fantasma do "se eu tivesse dito, se eu tivesse feito, se eu...".

O maravilhoso mundo das relações amorosas progride, se reinventa, se liberta das convenções, se movimenta para um lado e para o outro, mas seguimos mantendo a íntima esperança de que, entre todos os "muitos" que nos fizeram felizes, possamos reconhecer aquele "um" que calaria todas as nossas perguntas.

Uma Oração para os Vivos - Martha Medeiros

Que honremos o fato de ter nascido, e que saibamos desde cedo que não basta rezar um Pai- Nosso para quitar as falhas que cometemos diariamente. Essa é uma forma preguiçosa de ser bom. O sagrado está na nossa essência, e se manifesta em nossos atos de boa-fé e generosidade, frutos de uma percepção profunda do universo, e não de ocasião. Se não estamos focados no bem, nossa aclamada religiosidade perde o sentido.

Que se perceba que quando estamos dançando, festejando, namorando, brindando, abraçando, sorrindo e fazendo graça, estamos homenageando a vida, e não a maculando. Que sejam muitos esses momentos de comemoração e alegria compartilhados, pois atraem a melhor das energias. Sentir-se alegre não deveria causar desconfiança, o espírito leve só enriquece o ser humano, pois é condição primordial para fazer feliz a quem nos rodeia.

Que estejamos sempre abertos, se não escancaradamente, ao menos de forma a possibilitar uma entrada de luz pelas frestas. Que nunca estejamos lacrados para receber o que a vida traz. Novidade não é sinônimo de invasão, deturpação ou violência. Acreditemos que o novo é elemento de reflexão: merece ser avaliado sem preconceito ou censura prévia.

Que tenhamos com a morte uma relação amistosa, já que ela não é apenas portadora de más notícias. Ela também ensina que não vale a pena se desgastar com pequenas coisas, pois no período de mais alguns anos estaremos todos com o destino sacramentado, invariavelmente. Perder tempo com picuinhas é só isso, perder tempo.

Que valorizemos nossos amigos mais íntimos, as verdadeiras relações pra sempre.

Que sejamos bem-humorados, porque o humor revela consciência da nossa insignificância – os que não sabem brincar se consideram superiores, porém não conquistam o respeito alheio que tanto almejam. Ria e engrandeça-se.

Que o mar esteja sempre azul, que o céu seja farto de estrelas, que o vinho nunca seja proibido, que o amor seja respeitado em todas as suas formas, que nossos sentimentos não sejam em vão, que saibamos apreciar o belo, que percebamos o ridículo das ideias estanques e inflexíveis, que leiamos muitos livros, que escutemos muita música, que amemos de corpo e alma, que sejamos mais práticos do que teóricos, mais fáceis do que difíceis, mais saudáveis do que neurastênicos, e que não tenhamos tanto medo da palavra felicidade, que designa apenas o conforto de estar onde se está, de ser o que se é e de não ter medo, já que o medo infecciona a mente.

Que nosso Deus, seja qual for, não nos condene, não nos exija penitências, seja um amigo para todas as horas, sem subtrair nossa inteligência, prazer e entrega às emoções que nos fazem sentir plenos.

A vida é um presente, e desfrutá-la com leveza, inteligência e tolerância é a melhor forma de agradecer – aliás, a única.

A prisão de cada um


Martha Medeiros


O psiquiatra Paulo Rebelato, em entrevista para a revista gaúcha Red 32, disse que o máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão na qual quer viver.

Pode-se aceitar esta verdade com pessimismo ou otimismo, mas é impossível refutá-la. A liberdade é uma abstração.

Liberdade não é uma calça velha, azul e desbotada, e sim, nudez total, nenhum comportamento para vestir.

No entanto, a sociedade não nos deixa sair à rua sem um crachá de identificação pendurado no pescoço.

Diga-me qual é a sua tribo e eu lhe direi qual é a sua clausura.

São cativeiros bem mais agradáveis do que o Carandiru: podemos pegar sol, ler livros, receber amigos, comer bons pratos, ouvir música, ou seja, uma cadeia à moda Luis Estevão, só que temos que advogar em causa própria e hábeas corpus, nem pensar.

O casamento pode ser uma prisão.

E a maternidade, a pena máxima.

Um emprego que rende um gordo salário trancafia você, o impede de chutar o balde e arriscar novos vôos.

O mesmo se pode dizer de um cargo de chefia.

Tudo que lhe dá segurança ao mesmo tempo lhe escraviza.

Viver sem laços igualmente pode nos reter.

Uma vida mundana, sem dependentes para sustentar, o céu como limite: prisão também.

Você se condena a passar o resto da vida sem experimentar a delícia de uma vida amorosa estável, o conforto de um endereço certo e a imortalidade alcançada através de um filho.

Se nem a estabilidade e a instabilidade nos tornam livres, aceitemos que poder escolher a própria prisão já é, em si, uma vitória.

Nós é que decidimos quando seremos capturados e para onde seremos levados.

É uma opção consciente.

Não nos obrigaram a nada, não nos trancafiaram num sanatório ou num presídio real, entre quatro paredes.

Nosso crime é estar vivo e nossa sentença é branda, visto que outros, ao cometerem o mesmo crime que nós - nascer - foram trancafiados em lugares chamados analfabetismo, miséria e exclusão.

Brindemos: temos todos, cela especial.

O futuro lá eu aqui - Martha Medeiros
Eu admiro muito este circo mais moderno que existe hoje, que não expõe animais amestrados e privilegia o equilíbrio, o ilusionismo, a movimentação, a fantasia, a música, a acrobacia e a arte, tais como o nosso Tholl e, naturalmente, o Cirque du Soleil. Quando eu soube que haveria uma apresentação do Cirque em Porto Alegre, vibrei. Quando? Na segunda quinzena de maio de 2008. Contando desde agora, faltam sete meses e meio. Temos que passar antes pela primavera, pelo verão, pelo Natal, pelo Ano-Novo, pelo Carnaval, pela Páscoa e ainda entrar em um novo outono. Não comprei os ingressos.

Sou uma mulher planejada, mas não consigo me antecipar tanto assim aos fatos. É bastante provável que eu esteja viva em maio de 2008, mas não posso garantir que não estarei envolvida com um problema de família, ou com uma viagem marcada para o Exterior, ou com uma dor-de-cotovelo gigantesca, daquelas que nos jogam na cama e nos fazem esbravejar diante da palavra Alegria. Ok, tudo desculpa esfarrapada, mas a verdade é que não quero deixar nada agendado para maio de 2008, nem para mês algum de 2008. Deve ser coisa da idade, claro. Quero parar o tempo, e não ser empurrada lá pra frente.

Fico imaginando que casais de namorados que compraram as entradas três meses atrás (quando um cartão de crédito fez uma tentadora promoção) talvez não estejam mais juntos ano que vem. Mas sentarão lado a lado, rosnando educadamente um para o outro. Mulheres que também compraram o ingresso em julho passado talvez tenham engravidado logo depois e estejam saindo da maternidade no dia do espetáculo. Algumas pessoas terão, neste meio tempo, recebido uma proposta de emprego, só que em outro Estado. Alguns poderão estar passando por dificuldades financeiras e acabarão vendendo seus ingressos na entrada, feito cambistas. Vá saber como estará sua vida em maio do ano que vem.

Acredito nas voltas do mundo, nas surpresas que nos aguardam, na velocidade das mudanças. Isso me impede de agendar compromissos com tanta antecedência, pois daria a entender que tenho controle sobre meu destino, e não tenho, ninguém tem. Não me comprometo com eventos profissionais muito longe do meu hoje, não reservo mesa em restaurantes da moda que possuem uma fila de espera de semanas, não compro bilhetes de viagem para datas que não possam ser anotadas na agenda que estou usando agora. Vou perder o Cirque du Soleil em Porto Alegre? Talvez não. Espero que não. Sou otimista o suficiente para acreditar que, chegando mais perto, conspirações cósmicas me ajudarão a adquirir um lugar na platéia, alguma venda extra há de ter. Mas se não conseguir, paciência. Não vou trazer o futuro para tão perto, prefiro chegar lá com mais calma. Já me basta a tortura de ter que começar a planejar o próximo Réveillon.

COMUNIDADE MARTHA MEDEIROS

E eu fiquei pensando em como as coisas são, como de repente o que mais queremos deixamos de lado, por... Sei lá por que!
Por medo seria? Por preguiça? Por medo de chegar a conseguir e aquilo não ser exatamente o que tanto sonhávamos? Ou por pura falta de vontade de lutar?

Já conheci lagartixas que tinham nome, sobrenome, endereço e profissão. Pensei que eram pessoas. Mas eram só lagartixas...

Descobri conveniências, hipocrisias, avarezas. Hoje sei, pelo menos enquanto esse hoje durar, que não posso me dividir. Tenho que permanecer inteira sempre. É difícil juntar migalhas. É difícil reconhecer pedacinhos de mim. Já conheci lagartixas que tinham nome, sobrenome, endereço e profissão. Pensei que eram pessoas. Mas eram só lagartixas, que vão passar a vida inteira pensando que são gente!! Já fui quadro, moldura, pôster, retrato, tudo que esses seres rastejantes usam para se esconder. Saí da parede! Posso ter sido um esconderijo, mas nunca fui lagartixa!!!" " Eu só digo o que eu penso, só faço o que gosto, e aquilo que creio.
Eu sou do tipo de mulher que, quando meus pés tocam o chão a cada manhã, o diabo fala ;Oh droga ela acordou. Gosto do sarcástico, o normal me cansa, entedia...
Queriam-me quotidiana, fútil e tributável ?
Impossível, eu complico mesmo. É mais gostoso assim. ;)
Quem é de verdade sabe quem é de mentira!
Enfrentei tudo e me mantive no alto e fiz do meu jeito, eu amei, eu ri e chorei, tive minhas falhas, minha parte perdida e agora as lágrimas cessaram e acho tudo tão incrível, pensar que fiz tudo isso e posso dizer sem me acanhar, oh, não, eu não, eu fiz do meu jeito! ;)

Eu faço questão de sempre ser eu mesma,e ter extremos de felicidades e tristezas.É tão absurdo,mais tão real,que chega parecer mentira.Porém depois ter vivenciado e ainda está vivenciando,afinal isso nunca acaba,o convívio com pessoas hipócritas e que não possuem caráter no mundo de hoje,acaba sendo impossível.Tanto que as pessoas nem sabem mais o sentindo dá palavra ‘’eu te amo’’,’’amor’’,muito menos ‘’sempre’’,eram palavras especial,pra ser ditas em momentos especial,mais viraram banalidades . Na realidade o mundo ficou banal.É na maioria,claro como tudo tem exceções ,as pessoas querem ser quem não são,apenas para agradar as outras,enquanto esquecem de si mesmo,e do que realmente é importante.Quer deixar alguém perplexo? Fale a verdade. As pessoas sábias são admiradas quando contam o que sabem, mas impressionam mesmo é quando serenamente confessam: não sei.
Quem me conhece que desvende os meus mistérios e segredos; quem não me conhece que não me julgue pelo que pareço ser;Sou muito mais que essas letras, fotos e frases que falam sobre mim... Sou as minhas atitudes, os meus sentimentos, as minhas idéias... Enfim, o que eu sinto quem eu sou você só vai perceber quando olhar nos meus olhos, ou melhor, além deles...
Tento ser tudo o que as pessoas esperam que eu seja, desde que para isso eu não tenha que deixar de ser EU MESMA.Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Kkkkk...porque a minha salvação não depende do que os outros acham de mim, mas do que Deus sabe ao meu respeito.
Certas coisas eu não preciso saber. Eu preciso sentir.Quando EU nasci, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e me apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento eu seria modelo de nada, portanto..erro, me decepciono, decepciono as pessoas, me frustro, causo frustrações...Que bom, sou HUMANA, declino do pedestal de infalível...Guardei muitas coisas em minhas mãos,perdi todas...Mas todas q coloquei nas mãos de Deus,essas ainda possuo...Minha maior dificuldade hoje é saber no quê ou em quem posso confiar...E essa dificuldade me faz colocar trancas onde onde nunca precisei...

'Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento'.

Guardo uma certa tristeza e rancor comigo...nada exagerado...eles estão na medida certa e caminham ao meu lado somente para me mostrarem quem foram as pedras que feriram meus joelhos quando caí sobre elas. E estas por sua vez, tiro do meio da estrada, mas as deixo no acostamento como alicerces da minha fortaleza.

Guardo uma certa tristeza e rancor comigo...nada exagerado...eles estão na medida certa e caminham ao meu lado somente para me mostrarem quem foram as pedras que feriram meus joelhos quando caí sobre elas. E estas por sua vez, tiro do meio da estrada, mas as deixo no acostamento como alicerces da minha fortaleza. Aprendi a ser doce com quem merece, ácida quando preciso e amarga com aqueles que me provocam essa sensação na parte de trás da minha língua! Não sou de meias palavras muito menos de meios sentimentos. Busco aquilo que me completa e além disso só quero o vento para soprar na minha face e ver que ainda vale a pena viver!!!

De tanto chorar amor e fracassos. De tanto chorar pelo leite
derramado você decide que se entender é complicado demais. O quente
queima e o frio é gelado demais, vai o morno mesmo que não causa
sensação alguma e no momento você não tem sequer condições de sentir
algo.

"Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."

Hora de virar a página, ensaiar o sorriso mais bonito, recompor o coração e ensina-lo a bater novamente.

Comunidade Martha Medeiros

"Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?'"

'... e quem sabe o mundo não acabe e sim começe quando a gente abre os braços e enfim se atira...'

"...E todas as respostas vêm de Deus, no momento certo.
Não tenha pressa. O que é seu vem ao seu encontro."

Chega um dia que agente simplesmente muda.. Os sentimentos acabam.. E o coração faz novas escolhas!

Algo a resolver comigo? Seja breve, nada pra depois, sem dúvidas prefiro explosões de raiva de duração curta a guardar rancor

"Dizem que a felicidade se assemelha as borboletas. Quanto mais você corre atrás, mais elas fogem. Contudo, um dia você se distrai e elas pousam em seu ombro..."

Eu acho que ser honesta faz parte do pacote de me ser.Apesar das contradições existentes em minha alma,em meu jeito e no meu pensar sei de fato o que amo e quando amo.Fui honesta mesmo sabendo que podia doer e cheguei a conclusão que de agora em diante meus dias podem ser ainda mais vivos e coloridos.Não há motivo de se caminhar em vão quando não se sabe aonde quer chegar . Na contramão disso,eu sei o que quero.Não to passando tempo,não to caminhando por caminhar.Quero meu amor,quero com ele casar e quero estar em paz com todos aqueles que me fazem ou me fizeram bem.Não abro mão das minhas escolhas e não abro mesmo,até porque sei porque fiz cada uma delas.Quero ser feliz,desejo apenas que isso me ocupe,isso realmente me basta!

ACORDO DE UNIÃO INSTÁVEL
(Martha Medeiros)

Eu me comprometo a estar ao seu lado enquanto for agradável, divertido, estimulante, e também nos momentos em que for chato (mas não insuportável), nos momentos desanimados (mas não sem vida), nos momentos que exigirem paciência (mas não sacrifício). Quando chegarmos ao insuportável e sacrificante, eu vou embora, ou vai você – sai primeiro aquele que estiver mais perto da porta.
Eu me comprometo a estar com você sempre que der vontade, e não estar com você sempre que der vontade de estar com amigos com quem tenho gargalhadas privadas a trocar, ou quando eu precisar ficar sozinha, pois estar consigo mesma também é uma relação a ser preservada, e em troca, é óbvio: você terá todo o tempo do mundo para o seu mundo.
Eu me comprometo a amar você porque você é gentil, surpreendente, diferente, carinhoso, lindo, sem noção, pontual e tem olhos verdes, e espero que você repare que sou livre, intuitiva, generosa, durona, divertida, pontual e tenho olhos castanhos, e que nada disso garante coisa nenhuma, apenas intensifica o frio na barriga. Entrar no universo do outro é sempre uma viagem excitante.
Eu me comprometo a ter água gelada e bananas, você prometa ter vinho branco e morangos. Eu juro que vou desligar a tevê quando você chegar, você promete acender a lareira quando eu aparecer, eu vou esticar os lençóis antes de a gente deitar, você vai amarfanhar meus lençóis antes de ir embora, e isso tudo vai ser simplesmente bom.
Eu me comprometo a dizer a verdade sobre coisas que você não quer saber, mas vai perguntar: a vida amorosa antes de você aparecer, o que fiz e desfiz, a normalidade da minha adolescência (compensada por algumas bizarrices da maturidade), tudo isso entrará no espólio da nossa relação, e eu, a contragosto, escutarei sobre todas as embrulhadas em que você já se meteu, os sofrimentos causados por suas ex-amantes e acreditarei que sou a salvação da sua lavoura, até que a próxima me desbanque. Você sabe que paixão rima com ilusão, então me iluda e eu te iludo, até que tudo se transforme na verdade mais absoluta.
Não sei se irei gostar tanto assim dos seus primos, que você considera tão hilários, e eu não sei se você gostará tanto assim das minhas amigas, que eu considero tão extraordinárias, mas vamos confiar na nossa capacidade de fingir com toda honestidade.
E agora a razão primordial deste contrato. Se eu sumir, você fica com nossas lembranças, nossas selfies e nossas escovas de dente: proibido compartilhar. Se você desaparecer, eu fico com nossos panos sobre os sofás, nossos cachorros e nossas histórias: que por dever de ofício, talvez eu compartilhe, mas com discrição.
E que toda essa deliciosa loucura dure para sempre até o sol raiar.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida.

Martha Medeiros

Nota: Trecho do texto "Sentir-se amado".

Decida o que você quer fazer na vida, e então aja como se fosse impossível fracassar.

O insensato é o espírito pequeno que desconhece fronteiras entre o razoável e o impossível.

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

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