Amor e Bondade

O mundo se constitui em troca de favores; se você dá, recebe.

Difícil se fortalecer onde a ferida sempre deixa de cicatrizar.

A certeza da incerteza é até confortadora no mar de indecisões.

Na guerra sempre morre homens; mas poucos são os vitoriosos.

Temos condições para todos no mundo; mas muitos são os gananciosos.

As pessoas não conhecem a si mesmas; logo não poderão conhecer a quem as cerca.

O mal pode vencer uma batalha; mas o bem, sempre vencerá a guerra.

A perfeição se encontra na aparência; pois até a mesma é feita de fissuras.

Não se negue ao prazer carnal; igualmente, não se negue ao prazer intelectual.

Não se negue ao valor de uma boa leitura; pois como a vida, te bate, derruba e ensina.

Fico me perguntando se um dia a humanidade deixará de ser estúpida; não que eu tenha algo contra; só estou cansado.

Posso não ser o homem mais brilhante deste mundo, mas como ele, eu não sou estúpido.

Às vezes estar junto de quem gosta, e a mesma não te entender, é tão solitário quanto estar sozinho.

A distância pode ser o menor percurso se houver vontade de chegar.

Olhe ao passado para se ter uma noção do futuro; viva o presente para se ter um.

A realidade é que existem várias formas de perfeição; como não existem bem nem mal, e sim percepções.

Uma coisa é não ter capacidade de melhorar; outra, é ter e não querer. Busque sempre ser melhor; nesse mundo, o erro predomina.

Penso que, quanto mais aprendo, mais percebo que não sei nada. Há inúmeras coisas que sei, mas não superam sequer 1% do que ignoro. Queria eu ter todo o conhecimento do mundo; largar a ignorância humana. Não peço poder, peço conhecer; mas nem o pleno conhecimento me distinguiria de quem sou; tão pouco me faria inteligente.

Remoer o passado não mudará o que houve; perdoe e siga; pois só o futuro há de ser diferente.

TESTAMENTO

E a ti deixo meu coração, deixo a ti pois já a muito lhe pertence. Este que por tantas vezes aceitou e regogitou teu sangue quente, mais quente ainda em tua presença.

Sangue teu pois o te deixo também, pois se não fores por ambígua pernície, não se dá um coração a alguém sem que se doe juntamente o sangue, pois isso seria como entregar um relógio a ti, negando-lhe as pilhas, gastar uma vida, correndo atrás de ouvir a voz do silêncio.

Mas te peço, não fiques com ele.

Este coração que me fizestes desistir dele mesmo, não te cabes no peito.

Meu tipo sanguíneo não se contenta em viver entre veias e artérias, sonho de coágulo, preferes se ver seco que entregue a outrem.

E quando receberes ame-o, apenas para que console o seu, é inevitável a sensação de culpa, mas não se culpe, o tédio é uma doença rápida e silenciosa, não te culpo por não vê-la, me culpo por não tê-la tomado por esporte.

E se teimares em tentar guardalo pra ti, minha agora fria impotência não poderá lhe impedir, mas já vou logo avisando, este veneno com cor de coração vermelho gélido, seca a alma de quem não o recusa. Resseca até mesmo as mãos da mais doce entre as mulheres, inseticida dos melhores entre os sentimentos.

E quando menos esperas verás que se tornou eu, da mesma forma que um dia já te fui.