Amor Carnal
O amor é a mais doce forma de negligência, onde a lucidez se despede, as dúvidas se calam e a alma, cega e entregue, se lança no abismo acreditando no que se resume em incertezas. Amar é desconhecer o significado das dúvidas, é o sentimento mais transcendental que existe e só o compreende quem, um dia, amou verdadeiramente.
O amor não é ausência de dor, é persistência mesmo doendo. Amar apesar da dor é persistir na construção, mesmo quando o alicerce treme.
O amor não precisa ser grande, só precisa ser sincero. A sinceridade do amor vale mais que gestos grandiosos, é nela que se mede sua verdade.
O amor é a cicatriz mais bonita que carrego. As marcas do amor permanecem como ornamento da alma, elas embelezam pela verdade que revelam.
O amor é oração quando a boca se cala, no peito, o pedido vira ponte e passo, sentir atravessa o desejo e a graça, assim o coração faz igreja silenciosa.
O amor não me salvou, mas ensinou a ser salvo, receber afeto foi aprender a aceitar ajuda, não carreguei tudo sozinho, deixei entrar cuidado, assim aprendi a ser inteiro outra vez.
